tag:blogger.com,1999:blog-20231815664595577212024-03-04T21:53:23.236-08:00Claramente ProblemáticoEscreva a sua mensagem pessoal.JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.comBlogger81125tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-33866722544562955632010-11-15T12:21:00.000-08:002010-11-15T12:24:59.252-08:00Exemplo de Austeridade<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_lHNVdWZlxhKsccc7cZdP8PutYi0IaAOOMJvViFdM7Owe4qVBGh47Rw8B2ajPZw8-XGqolRbXPDblfS6q6IG3ehXqKaj_5hAewr8El2GKdqejL3YDHjpd2RhMG46iq-_E4dEU_HJdGgI/s1600/ng1348706.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 295px; height: 181px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_lHNVdWZlxhKsccc7cZdP8PutYi0IaAOOMJvViFdM7Owe4qVBGh47Rw8B2ajPZw8-XGqolRbXPDblfS6q6IG3ehXqKaj_5hAewr8El2GKdqejL3YDHjpd2RhMG46iq-_E4dEU_HJdGgI/s400/ng1348706.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5539874624634415122" /></a><br />Depois da ressaca das novas medidas de austeridade que vêm aí ,os nossos governantes pedem poupança contenção e que façamos mais uma vez sacríficos.<br /><br /><br />Nem deixam assentar a poeira, adquirem de rajada uma viatura para convidados do Estado. Um Mercedes S450 CDI no valor de 140.876 euros. A "explicação" dada, foi pelo "custo de manutenção da anterior viatura e obrigações protocolares".<br /><br />Um cidadão normal que tenha um carro antigo e a precisar de uma revisão geral o que faz ? Não brinquem connosco. Se não temos dinheiro e estamos em restrições alugue-se um carro por uns dias ou compre-se um carro híbrido e mais em conta. Receber com dignidade não é o mesmo que sumptuosidade.<br /><br />É uma vergonha! Depois queixem-se , o povo - «o povo é sereno» - tem que acordar para isto e muito mais. Esta noticia veio a lume, mas haverá outras peripécias que não se sabem. Definitivamente o exemplo não vem de cima e assim não vamos lá.<br /><br />O Presidente da República deveria inviabilizar esta compra. Devido à cimeira da NATO compramos carros, e por outro lado são estes senhores europeus que nos mandam apertar o cinto. Um verdadeiro paradoxo...<br /><br />Não seria vergonha nenhuma pedir um carro emprestado à Europa para as nossas obrigações protocolares.<br /><br />Que dirão a maioria dos portugueses que gostariam de trocar de carro e não têm possibilidades para isso. Não há dinheiro não há gastos.<br /><br />Este episódio mostra a nossa cultura permissiva - «quanto mais me bates mais gosto de ti» - mas que deve ser denunciada e condenada<div><br /></div><div>in <a href="http://cleptocraciaportuguesa.blogs.sapo.pt/42767.html">http://cleptocraciaportuguesa.blogs.sapo.pt/42767.html</a></div><div><br /></div><div>João Moura</div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com20tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-21448079233375531032010-11-09T15:39:00.000-08:002010-11-09T16:27:24.666-08:00Quando isto acontece só pode sair merda...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidgdjifdWSEtOG8iOorrvSdcoYqaKKfJ4YkVBbuSapNr9slNkRlnXSX-oUeiSGFEvG-6ZaVPUy62CgSAtxVXQFYmR15XwHKoCULm1rTQQesBNv6Q3tJ_a9wutEGxySkRCGBwU1ofs0XBw/s1600/macacadas.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 249px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidgdjifdWSEtOG8iOorrvSdcoYqaKKfJ4YkVBbuSapNr9slNkRlnXSX-oUeiSGFEvG-6ZaVPUy62CgSAtxVXQFYmR15XwHKoCULm1rTQQesBNv6Q3tJ_a9wutEGxySkRCGBwU1ofs0XBw/s400/macacadas.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5537710796096413330" /></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><br /><span class="Apple-style-span">O meu sonho era ser capaz de demitir a minha incompetência. </span></span><div><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">O pior é que a minha incompetência por vezes demite-me! Quando isto acontece só pode sair merda...</span></span><div><br /></div></div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-68288361590041541592010-11-06T21:45:00.000-07:002010-11-06T22:49:50.220-07:00Sempre acreditei na minha Dúvida...e afinal!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0-Dad0-ryJtU5lXQj37jNT1kVINhHhPvWuG_3uRs7eP9TeDIo_yLLgNSZtCMb_v0YCJ_llf_Ovs28CVRVVO5IlVD64pmmpj8iNNw0Tyet1tjpPyFM3zhSf3lscEj6BW_eqK6jE8oCVbU/s1600/429759725_0b5c34ef6f.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 317px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0-Dad0-ryJtU5lXQj37jNT1kVINhHhPvWuG_3uRs7eP9TeDIo_yLLgNSZtCMb_v0YCJ_llf_Ovs28CVRVVO5IlVD64pmmpj8iNNw0Tyet1tjpPyFM3zhSf3lscEj6BW_eqK6jE8oCVbU/s400/429759725_0b5c34ef6f.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5536673298193895650" /></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Sempre acreditei na minha dúvida, com esperança que essa dúvida não fosse nada mais nada menos do que a desejada certeza e afinal existia uma outra certeza, que eu desconhecia e que não me pertencia. </span><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Apesar de desconhecer a sua existência eu podia imaginar o seu conteúdo. Era pouco clara, era enganosa e contrariava a minha dúvida, destruindo assim a minha desejada certeza. </span><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O triste desta narrativa, é o facto de essa certeza destrutiva, que não me pertencia, ter sido usada para criar a minha dúvida, e assim, controlar e dominar a minha certeza, pois essa certeza doentia, por vezes, confirmava a existência da minha dúvida e dava algum sentido à minha desejada mas irreal certeza! </span><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Moral da história. Nunca acredites numa certeza que nasce de uma dúvida! Desiste dela o mais rapidamente possível! </span></div></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">João Moura</span></div></div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-67936851474621317442010-11-06T13:29:00.000-07:002010-11-06T22:51:30.699-07:00Um Naufrago...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj148FnAID-QUiFRpknmQZVA3OlanjwsWPMkb4HnjkCrl2tSvK-TExS9J_8XvSNxoiKGa4Nk5k2Q33ku7fsXlG9WfgBGULqEfzT-HAm4Jsl3vsMKHC8mlTIfB9XFE11yXMgIa38s5cCGgM/s1600/naufrago.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 293px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj148FnAID-QUiFRpknmQZVA3OlanjwsWPMkb4HnjkCrl2tSvK-TExS9J_8XvSNxoiKGa4Nk5k2Q33ku7fsXlG9WfgBGULqEfzT-HAm4Jsl3vsMKHC8mlTIfB9XFE11yXMgIa38s5cCGgM/s400/naufrago.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5536536924706514594" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Sente-se como um naufrago à deriva no oceano da vida! Aquele oceano enorme e assustador. Não sabe quando e se vai ser salvo. Tem sede de felicidade. Aquela sede existencial que todo o ser humano procura saciar, mas não consegue, o sal da real tristeza seria capaz de o matar. Procura então por um sinal de algo capaz de o salvar. Procura no horizonte mas nada vê. Mas acredita, acredita que este não vai ser o seu fim. Alguém virá para o salvar.</span><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">João Moura</span></div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-12137849569218512502010-11-06T13:25:00.000-07:002010-11-06T13:28:40.091-07:00Sinto-me fraco!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGZeEBVFO1zD1_hJWNPcOzXFeEorGHxKe9jAPmsGajoewzWTIwdLr890KOs3QdejMrKZccvLVZGPipSRv2kJPlI2cmyP1wjeu3ATBgEfkF8TUINZhdZ9sBxIyBPP4zZCq8aXapgTc7S6o/s1600/irreal.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGZeEBVFO1zD1_hJWNPcOzXFeEorGHxKe9jAPmsGajoewzWTIwdLr890KOs3QdejMrKZccvLVZGPipSRv2kJPlI2cmyP1wjeu3ATBgEfkF8TUINZhdZ9sBxIyBPP4zZCq8aXapgTc7S6o/s400/irreal.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5536535985751791090" /></a><br /><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Sinto-me fraco quando não tenho força suficiente para enfrentar a dura realidade. Procuro antes minimiza-la e procurar nela as pequenas e insignificantes situações que se ajustam à realidade que eu desejo. Moldo assim a minha realidade. Contudo sei que é uma realidade idealizada pelos meu desejos, uma realidade cruelmente simpática, mas verdadeiramente destrutiva se não for capaz de saber até onde posso sonhar!</span></span></span><div><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">João Moura</span></span></span></div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-52634937039462514002010-11-05T19:56:00.000-07:002010-11-06T22:52:09.300-07:00A dúvida<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4omPxIZUqeOIvaPSxEnRtmhccdv6QNMGiubdlDc3olNMWjwEtV_1xezKpL_BGmFbDvnG13k4Bnue_UGQ4olO9BYdTwgh4TMeCMwGWVugC-r37PIvJ1C8cdCO2fTa2TtlvnRTJ7iAnmBw/s1600/pensativa-de-joel-almeida.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 297px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4omPxIZUqeOIvaPSxEnRtmhccdv6QNMGiubdlDc3olNMWjwEtV_1xezKpL_BGmFbDvnG13k4Bnue_UGQ4olO9BYdTwgh4TMeCMwGWVugC-r37PIvJ1C8cdCO2fTa2TtlvnRTJ7iAnmBw/s400/pensativa-de-joel-almeida.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5536265581291372802" /></a><br /><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></span><div><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">É naquele momento, quando sinto que a dúvida se dissipa, que percebo que por vezes viver na incerteza da dúvida é deveras mais desafiador. Talvez sinta na dúvida aquilo que não consigo sentir na certeza. Por isso, é na loucura deste momento que sinto o quão importante aquela dúvida era. Doravante vou procurar viver intensamente todas as dúvidas.</span></span><div><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">João Moura</span></span></div></div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-28396392026899287692010-11-05T19:53:00.000-07:002010-11-05T19:55:50.564-07:00Roda da Felicidade<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfPbCMnGCgSfUTzTY3lDf8dLOv5Mohq0DRFLaOoZetcdVmNadOEsLCFGTZfPTtdQ9DrMWetXi5-SPd8KvZXN74O_S_O1IypDwnVb25u6IfM5N8hiXamFFt-sDhXy0-DPfbeO_RNoPfEKY/s1600/A+Roda+da+Felicidade+e+da+Sorte-60X60cm-JokaP-detalhe.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 395px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfPbCMnGCgSfUTzTY3lDf8dLOv5Mohq0DRFLaOoZetcdVmNadOEsLCFGTZfPTtdQ9DrMWetXi5-SPd8KvZXN74O_S_O1IypDwnVb25u6IfM5N8hiXamFFt-sDhXy0-DPfbeO_RNoPfEKY/s400/A+Roda+da+Felicidade+e+da+Sorte-60X60cm-JokaP-detalhe.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5536264745120329570" /></a><br /><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Eis a roda da felicidade, várias divisões só com duas opções, uma desejada, a felicidade a outra odiada, a infelicidade. A roda é feita girar, não se sabe por quem, mas ela gira, e gira com a certeza que a sua decisão irá reger a vida de alguém! Cruel forma de decidir...Mas ela Gira, gira e continua a girar e a sua decisão é aguardada impacientemente por alguém...</span></span><div><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">João Moura</span></span></div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-83587506513204166912010-11-05T19:50:00.000-07:002010-11-06T22:52:59.228-07:00Só tens de Amar!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzlR38hcF06PR9-2X42Lf4YR1fnHlAiAvi_lGYaxGlSRmvKyZg4s8iHSztmunSaFvW4daVMnd5sc_kbjMHIkEZgvLeSuH0PsGibDlYu4cPxDOtAK_lAAoam6YMVm3A_CKJPjliIK1xIB0/s1600/amar+demais.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 284px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzlR38hcF06PR9-2X42Lf4YR1fnHlAiAvi_lGYaxGlSRmvKyZg4s8iHSztmunSaFvW4daVMnd5sc_kbjMHIkEZgvLeSuH0PsGibDlYu4cPxDOtAK_lAAoam6YMVm3A_CKJPjliIK1xIB0/s400/amar+demais.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5536264082826624706" /></a><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px; "><p style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; line-height: 1.5em; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Ninguém ama alguém pelas qualidades dessa pessoa! Senão os simpáticos, os cultos e os engenheiros tinham uma fila de pretendentes em cada esquina.</span></span></span></p><p style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; line-height: 1.5em; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Ninguém ama uma pessoa por ela ser bem-educada, por se vestir bem ou por ouvir boa música.</span></span></span></p><p style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; line-height: 1.5em; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Ama-se pelo mistério, pela paz ou pelo tormento que o outro lhe dá!</span></span></span></p><p style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; line-height: 1.5em; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Ama-se pela fragilidade ou força que essa pessoa releva quando menos se espera!</span></span></span></p><p style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; line-height: 1.5em; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Podes ouvir rock e ela pode ouvir punk, podes gostar de praia e ela preferir o frio das montanhas, nem no ódio tens de combinar.</span></span></span></p><p style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; line-height: 1.5em; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></span></span></p><p style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; line-height: 1.5em; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Só tens de amar!</span></span></span></p><p style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; line-height: 1.5em; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></span></span></p><p style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; line-height: 1.5em; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">João Moura</span></span></span></p><p style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; line-height: 1.5em; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></span></span></p><p style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; text-align: left; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; line-height: 1.5em; color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></p></span>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-57168341570671094822010-06-24T14:35:00.000-07:002010-11-06T22:53:28.988-07:00O Analfabeto Político<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5ruMsdbCekglxAndbaUd7KL8ZuJNiFz9CTjCTF0esH9be8ldcLVol-JUY4FAuDCXoadCAP5kjQ0kbpefTeWkd-2EYWskowU-gVABli480Dq104S9EyqHL4zHZyHOcyFXOQBNQVgwWFsw/s1600/estudante65.gif"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 370px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5ruMsdbCekglxAndbaUd7KL8ZuJNiFz9CTjCTF0esH9be8ldcLVol-JUY4FAuDCXoadCAP5kjQ0kbpefTeWkd-2EYWskowU-gVABli480Dq104S9EyqHL4zHZyHOcyFXOQBNQVgwWFsw/s400/estudante65.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5486457494597514354" border="0" /></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, os preços do pão, do peixe, da farinha, do aluguer, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.<br /> <br /> O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estica o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, malabarista , corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.<br /> <br /> O analfabeto político orgulha-se de não ir votar e/ou quando vai votar tem orgulho de dizer que votou naquele partido fascista ou de extrema esquerda porque diz que a política tem de mudar. Que não gosta dos políticos, mas o ignorante nem sabe quem eles são. E eis que esse ordinário analfabeto foi fundamental para o surgimento do som "vuvuzelante" que inunda todas as sessões da assembleia da república, onde políticos ignorantes de partidos extremistas usam toda a sua infundada demagogia política para se tentarem evidenciar colocando sempre em segundo plano o interesse nacional.</span><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">João Moura</span></div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-34090488099279552262010-05-21T11:32:00.000-07:002010-11-05T19:59:04.851-07:00Bento XVI<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUfy1toMS1PZxR96S8g2LfV9yExOa9bmYzpLulqu1zr0B_9-upTzR9jy_diX-nWGJ5f3HawuVKdDZqGwMIf-uN6NylAUvu1X139PmOdK64DttaJxuhV_QLG21-sLywDk4mojm_0VBhvNI/s1600/papa-bento-xvi.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 269px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUfy1toMS1PZxR96S8g2LfV9yExOa9bmYzpLulqu1zr0B_9-upTzR9jy_diX-nWGJ5f3HawuVKdDZqGwMIf-uN6NylAUvu1X139PmOdK64DttaJxuhV_QLG21-sLywDk4mojm_0VBhvNI/s400/papa-bento-xvi.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5473793921046350082" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(43, 43, 43); line-height: 18px; font-family:Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;"><br /></span></span><div><span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(43, 43, 43); line-height: 18px; font-family:Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(43, 43, 43); line-height: 18px; font-family:Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: large; "><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre; color: rgb(43, 43, 43); "> </span>Ele, Bento XVI, sucessor de Pedro, pisou terras lusitanas e por cada dia que seus pés sagradas se mantinham no país de Camões eram gastos 37 milhões de euros. Mas este dinheiro será recuperado pois durante a sua visita e apesar da sua opinião contrária, foram distribuídos preservativos em Fátima, Lisboa e Porto, a homossexuais, heterossexuais e a padres com gostos sombrios. Isto fará reduzir o número de casos de VIH, consequentemente fará reduzir os gastos de saúde com estes potenciais portadores do virús. </span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: large; "><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre; "> </span>Se conseguíssemos evitar com esses preservativos 5 mil novos doentes isso faria toda a diferença, visto que cada português seropositivo custa ao estado 15000€, e que se multiplicarmos pelos 5 mil novos doentes evitados pouparíamos ao estado 120 milhões de euros. Mas como a distribuição de preservativos feita a quando da vinda do Papa não conseguirá evitar 5 mil novos seropositivos, eu proclamo e assino que somos um país de gente estúpida e influenciável que se excita a níveis preocupantes para receber uma personagem que é representante de uma instituição que prega a igualdade, que condena a avareza e a luxúria, mas que segue o ditado popular “olha para o que eu digo e esqueçe aquilo que eu faço”.</span></span></div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-48097976045902174922009-11-30T12:05:00.000-08:002010-11-05T20:11:23.755-07:00Fidel Castro Premio Nobel da Paz?<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7_OTdqCEAWq1ifqO04Fzn5nGgmDqef2CXgF_N6O9nbVjSiaaMlcAH9Sm_cM5eRBrUTlvO5TjcA-fq6LHJwAX95ZaCQ7kZ1Nr-CRBJiXOd_cipVYAt3ddYWMTeADo3PP_-UCDjjRuEkBY/s1600/fidel-castro.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 291px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7_OTdqCEAWq1ifqO04Fzn5nGgmDqef2CXgF_N6O9nbVjSiaaMlcAH9Sm_cM5eRBrUTlvO5TjcA-fq6LHJwAX95ZaCQ7kZ1Nr-CRBJiXOd_cipVYAt3ddYWMTeADo3PP_-UCDjjRuEkBY/s400/fidel-castro.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5536269006348213250" /></a><br /><br />O site cubadebate.cu propõe Fidel Casto a Prémio Nobel da Paz.<br /><br />Eu respondi assim:<br /><br /><span style="font-style: italic;">Caros Opressores!</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Eu sei que este e.mail não vai ser publicado. Sei também que o tema comunismo é irreal, o que faz com que este site e toda a América Latina comunista não passem de uma ideologia corrupta e irreal do verdadeiro comunismo escrito por Karl Marx. </span><br /><br /><span style="font-style: italic;">O comunismo está para Cuba como o prémio nobel da paz está para Fidel, ou seja, não está. </span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Segundo "O Livro Negro do Comunismo", desde 1959, estima-se em 100 mil o número de pessoas que passaram pela cadeia ou pelos “campos” de reeducação no país. Os fuzilamentos são estimados entre 15 mil e 17 mil pessoas.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Sem dúvida alguma, podemos afirmar que Fidel Castro é um dos maiores assassinos da história contemporânea. Ou não?</span><br /><br /><br /><span style="font-style: italic;">Eu comparo Fidel Castro a Hitler. Ambos seguiram os seus ideais e ambos provocaram genocídeos para atingirem a grande "causa". Merece Hitler o prémio nobel da paz?</span><br /><br />JTSMJTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-37562266533903234492009-11-10T09:09:00.000-08:002009-11-13T05:25:15.161-08:00Amizade<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://mtmcz.blog.uol.com.br/images/amizade1.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 495px; height: 324px;" src="http://mtmcz.blog.uol.com.br/images/amizade1.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />O que é a amizade? Bem, etimologicamente deriva do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim" title="Latim">latim</a> <i>amicus</i>; amigo, que possivelmente se derivou de <i>amore</i>; amar, ainda que se diga também que a palavra provém do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Idioma_grego" title="Idioma grego" class="mw-redirect">grego.</a><br /><br />Nem mais, amizade deriva da palavra em latim <span style="font-style: italic;">amore</span>. Agora pergunto eu, quantas pessoas sentem a amizade de uma forma tão profunda (não confudir com o amor de paixão, que é algo completamente diferente), isto é, quantos de nós sentem "amore" pelo seu amigo mais íntimo?<br /><br />A intimidade entre duas pessoas é algo dificil de atingir. Ao estar a falar de intimidade não estou a falar de sexo. Estou antes a falar do momento em que todos os entraves sociais, animais e biológicos são desvendados para dessa forma podermos confiar plenamente no nosso "amigo", e depositar nele todos os nossos segredos, sem medo de ferir o nosso ego.<br /><br />Falei em entraves sociais, animais e biológicos. E o que são esses entraves? Não é nada mais nada menos o resultado da nossa convivência numa sociedade podre, onde os valores não existem, onde o nosso lado animal é constantemente colocado á prova para dessa forma podermos sobreviver ás constantes actividades egoístas das pessoas que nos rodeiam.<br />No seguimento disso temos em casa os nossos pais constantemente a dizer para não confiar cegamente em alguem pois podemos ser traídos. <span style="font-weight: bold;">E é verdade.</span><br /><br />E o que é feito da amizade (amore) se não podemos confiar cegamente em alguém? Fará sentido usar a palavra amizade?<br /><br />Ora vejamos. A amizade íntima, a amizade pura, só será conseguida se duas pessoas estiverem dispostas a libertar todos os seus preconceitos, se estiverem dispostas a contar ao seu amigo tudo aquilo que pertence ao lado "exterior" da sua personalidade mas principalmente se estiverem disposto a "abrir" o seu lado mais obscuro (todos nós o temos), confiando sem qualquer receio tudo aquilo que pensa e sendo espontâneo nesse diálogo não receando o que o outro pensa, pois o outro tem de ser capaz de escutar e compreender, e se assim for necessário de repreender.<br /><br /><br /><br />João Moura<br /><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Idioma_grego" title="Idioma grego" class="mw-redirect"></a>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-79721307561945545752009-11-07T15:34:00.000-08:002009-11-07T15:37:32.077-08:00No commentJoão Tiago diz:<br />my shadowself is looking for people like u. It will get into u. u will not feel anything, and then, it will controle urself. U will do all i order u. U will be my sexual slave. I will possess u by all the fucking ways u can imagine. And then, when i decide to, u will fall and die. But before, u will suffer a lot. U will be for merci, and i will say "suck my balls"<br />*u will beg<br />Hugo diz:<br />tens problemas sérios...<br />João Tiago diz:<br />no i'm an hero. I can do all i want to do. The are only a man with problems here. And this one is u. U r the human being that will die with my shadowself inside<br />my power is so fucking amazing<br />i can controle everybody, evereywhere, at any time<br />Hugo diz:<br />lol<br />axas q vou ler isso?<br />fala sozinho and<br />*a<br />ou vai à wc aliviar um poucoJTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-51625594796962135412009-10-17T03:39:00.000-07:002009-10-17T03:47:12.399-07:00O homem não foi à lua?Introdução<br /><br />"<span class="italic">Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade</span>" - foi o que disse Neil Armstrong, no dia 20 de julho de 1969, para quase 1 bilhão de pessoas que o ouviam ao vivo na Terra. Hoje, passados mais de 35 anos, algumas pessoas acham que ele deveria ter acrescentado: "Acredite... se quiser!".<br /><br />Existem pessoas que afirmam que o homem nunca foi à Lua e que todas as fotos e filmagens exibidas pelas várias missões espaciais foram forjadas pela NASA em um estúdio da Área 51 (famosa por outras teorias da conspiração, como o caso Roswell). Segundo estas pessoas, a NASA decidiu enganar o mundo inteiro quando descobriu que não poderia vencer os soviéticos na corrida espacial. Ainda mais grave: alguns dizem que a explosão que matou três astronautas em 1967 não foi um acidente, mas o assassinato dos homens que se recusavam a colaborar com a farsa.<br /><br />O mito de que o homem não foi à Lua não é novo mas até hoje só encontrava eco em pessoas com pouca ou nenhuma formação acadêmica. Mas em 2001 algo novo aconteceu. No auge da popularidade do seriado "Arquivo X", o canal FOX exibiu o documentário "Conspiracy Theory: Did We Land on the Moon?" ("Teoria da Conspiração: Nós fomos à Lua?", disponível na sua rede P2P favorita). Apresentado pelo ator Mitch Pileggi (o diretor assistente Skinner na série), o programa é um dos maiores exemplos de mau jornalismo que já se viu na TV. Ao exibir as evidências da suposta farsa sem permitir que os cientistas as esclarecessem (o programa é permeado por esparsos comentários de um representante da NASA mas tão vagos e fora de contexto que acabam funcionando a favor da conspiração) o programa não só deu credibilidade à conspiração da Lua como ainda endossou a idéia de que a NASA teria assassinado seus astronautas. Muito bom para um episódio de Mulder e Scully mas não para o mundo real.<br /><br />Desde então, impulsionado pela popularidade da FOX e transmitido aos quatro cantos pela internet, o mito se alastrou. No Brasil, talvez alimentado por um forte sentimento anti-americano, o mito encontrou nestes tempos bicudos um terreno fértil para prosperar. Não há números oficiais mas é possível constatar em blogs e listas de discussão que é grande o número de jovens estudantes e até professores que duvidam - seriamente - que o homem pisou na Lua (o documentário da FOX afirma que 20% dos americanos duvidam que o homem foi à Lua mas, considerando-se a fonte, esta estatística deve ser encarada com suspeita).<br /><br /> O pai do mito de que o homem nunca pisou na Lua é o americano <a href="http://www.ufos-aliens.co.uk/cosmicapollo.html">Bill Kaysing</a>. Entre 1957 e 1963, Kaysing trabalhou como catalogador na Rocketdyne, empresa que fornecia peças para a NASA e em 1974 lançou o livro "Nós nunca fomos à Lua" (<a href="http://www.amazon.com/exec/obidos/ASIN/0787304875/projetoockham-20?creative=327641&camp=14573&link_code=as1">"We Never Went to the Moon"</a>). A única formação acadêmica de Kaysing é o título de bacharel em Inglês, curso que fez em 1949. Uma entrevista com Bill Kaysing, em áudio e vídeo, pode ser encontrada <a href="http://nardwuar.com/vs/bill_kaysing/">aqui</a>. Aqui no Brasil, nosso mais ativo representante é o diretor e professor de cinema André Mauro. Mauro tem um livro publicado sobre o tema - "O Homem não pisou na Lua" (que por algum tempo esteve em todas as bancas de jornais do Rio de Janeiro) - que já lhe rendeu uma aparição no programa de entrevistas do Jô Soares. Embora seu <a href="http://www.showdalua.com/">site</a> não acrescente nenhuma informação nova ao mito, Mauro se distingue por ter diversificado sua incredulidade. Além de não acreditar que o homem foi à Lua, Mauro também não acredita na bomba atômica, nos buracos negros, na teoria da relatividade, nos atentados terroristas de 11 de setembro, que Saddam Hussein tenha sido capturado pelos americanos durante a invasão do Iraque e nem que a Terra gira ao redor do Sol (!!); na sua versão do naufrágio do Titanic o culpado não foi um iceberg, mas uma organização Jesuíta e, como seria de se esperar, defende o mito das mensagens subliminares a ponto de espelhar o conteúdo dos sites evangélicos sobre o tema.<br /><br />A maior parte dos argumentos utilizados por Bill Kaysing, André Mauro e outros conspiracionistas da Lua para tentar provar que a missão espacial foi uma farsa são tão ingênuos que podem ser rebatidos por conhecimentos básicos de física e fotografia. A seguir examinamos estes argumentos.<br /><br /><br /><br />Os argumentos fotográficos (I)<br /><p> <span class="titulo">Qual o problema com as sombras na Lua?</span></p><p><br />Nós só vemos os objetos porque eles refletem a luz em direção aos nossos olhos. Se você está em um quarto escuro de paredes escuras iluminado por uma fonte única de luz, nada que esteja sob sua sombra será visível já que esta região não recebe luz alguma que possa ser refletida. Esta é uma situação pouco comum na Terra onde, além da luz direta do Sol, somos banhados pela luz refletida na atmosfera, nas nuvens, no solo, etc, de forma que as sombras, na maior parte das vezes, são na verdade penumbras, ou seja não são áreas de total ausência de luz. Mas se na Lua não há atmosfera para espalhar a luz e toda a iluminação provém unicamente do disco solar pairando no céu negro, seria de se esperar que as sombras fossem absolutamente negras, regiões de total ausência de luz nas quais nada fosse visível. Então como é possível enxergar os astronautas sob a sombra do módulo lunar (como na figura abaixo)? Como é possível ver, em algumas fotos, a frente do astronauta quando ele tem o Sol às suas costas?</p> <p class="legenda"><img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/sombra01.jpg" alt="" width="400" height="318" /></p> <p> A explicação é simples: assim como na Terra, o Sol não é a única fonte de luz na Lua. O solo lunar é formado de silicatos brilhantes que refletem de volta uma parte considerável da luz do Sol, funcionando como uma grande fonte de luz indireta. O efeito é o mesmo que se observa na Terra quando a luz do Sol incide sobre a areia branca da praia ou sob uma superfície coberta de neve (quanto mais branco é o solo mais luz é refletida, por isso esquiadores têm que usar óculos escuros especiais). A fuselagem brilhante do módulo lunar e a cor branca do traje espacial do astronauta que tira a foto ajudam ainda mais na iluminação indireta, em um efeito parecido com o de um assistente que segura uma folha laminada junto a um modelo sendo fotografado. E não se pode esquecer que a própria Terra, com sua cobertura de nuvens brancas e muito maior no céu da Lua do que a Lua aqui (ainda que não tão brilhante), ajuda um pouquinho mais na iluminação da noite ensolarada da Lua.<br /><br /> <img class="dir" src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/sombra02.jpg" alt="" width="369" height="302" />Outro problema levantado pelos conspiracionistas é que em muitas fotos as sombras projetadas pelos astronautas parecem ter comprimentos e direções diferentes, sugerindo que a filmagem foi realizada em estúdio com mais de uma fonte de luz. As fotos clássicas são estas ao lado (ei...mas se houvesse dois refletores cada astronauta não teria duas sombras?).<br /><br />A explicação para o problema do tamanho das sombras é bastante simples. Primeiramente é importante notar que o terreno lunar não é nada plano, mas cheio de montes, montículos e crateras que muitas vezes são pouco evidentes nas fotos, especialmente nas de menor resolução. Além disso, devemos nos lembrar que uma pessoa em uma elevação lança uma sombra maior do que uma pessoa em um ponto mais baixo. A diferença de tamanho entre as sombras será mais acentuada quanto mais baixo no horizonte estiver o Sol. A figura abaixo ilustra a situação com um modelo em 3D; na imagem os dois bonecos têm a mesma altura e estão a uma mesma distância da borda anterior, de onde vem a luz.</p> <p class="legenda"><img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/sombra03.gif" alt="" width="400" height="300" /></p> <p>Isto explica o tamanho das sombras na primeira das fotos acima, mas o que dizer das direções delas? O que acontece é que duas sombras vistas em uma foto ou em qualquer representação plana de fato não serão paralelas se estiverem sobre duas superfícies não paralelas. Perceba no modelo 3D acima como a sombra projetada na superfície inclinada parece mudar de direção quando ela encontra a base da elevação. Agora observe as duas imagens abaixo, uma delas de um modelo da superfície lunar que construímos para mostrar este detalhe.<br /><br /> <img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/sombra04.jpg" alt="" width="560" height="213" /><br /><br /> Finalmente, para eliminar qualquer dúvida: acompanhe as duas seqüências de imagens abaixo (retiradas de <a href="http://www.clavius.org/">www.clavius.org</a>, o mais completo site dedicado a combater os argumentos conspiracionistas). Todas as fotos foram tiradas em um terreno praticamente plano. Veja como, à medida que a câmera se afasta é impossível dizer o ângulo real que a sombra faz com o objeto. Na primeira seqüência vê-se que a sombra da rocha faz com a estaca um ângulo de mais ou menos 15 graus. Já na segunda foto, tirada a 20 metros, a sombra da pedra e da estaca parecem quase horizontais. Na segunda seqüência as sombras da pedra e da haste fincada no solo, que são perfeitamente paralelas na vista aérea da primeira foto, parecem ter direções completamente diferentes quando a foto é tirada a 17 metros. Novamente a sombra da pedra, por ser mais curta, parece praticamente horizontal.</p> <p class="legenda"><img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/sombra08.jpg" alt="" width="507" height="212" /><br /><br /><img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/sombra09.jpg" alt="" width="507" height="239" /></p> <p><img class="dir" src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/sombra06.jpg" alt="" width="320" height="230" />Além de tudo isso ainda é preciso levar em conta o efeito da perspectiva sobre as sombras paralelas de mesmo comprimento. Veja a foto ao lado.<br /><br />Agora observe a foto abaixo, exaustivamente usada pelos conspiracionistas para mostrar como as sombras estão "erradas". Em vista do que mostramos você ainda acha que as sombras nesta foto deveriam realmente ser paralelas?<br /><br /> <img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/sombra07.jpg" alt="" width="320" height="355" /></p><p><br /> </p>Os argumentos fotográficos (II)<p> <span class="titulo">Onde foram parar as estrelas?</span><br />Por que não se vê estrelas em nenhuma das fotos tiradas pelos astronautas? Afinal, com céu límpido e sem nenhuma outra fonte de luz para ofuscar as estrelas além do disco solar (e da azulíssima Terra), seria de se esperar que as fotos e filmagens exibissem um fundo estrelado pelo menos tão belo quanto aqueles que vemos nas áreas rurais. Em vez disso não se vê nada a não ser uma negritude absoluta. Seria esta uma evidência de que a filmagem foi forjada dentro de um estúdio? Ou teriam sido as estrelas apagadas das fotografias para não revelar o local aonde a farsa foi montada?<br /><br /> <img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/estrelas.jpg" alt="" width="350" height="201" /><br /><br />Para aqueles com conhecimentos mínimos em fotografia, este fato não esconde conspiração alguma. É bem conhecido o fato de que para fotografar objetos que emitem pouca luz, como estrelas, é preciso aumentar o tempo de exposição da imagem para que uma maior quantidade de luz passe pelo obturador da máquina e impressione o filme (ou utilizar um "filme rápido" que se sensibilize mais rapidamente, diminuindo o tempo de exposição). É claro que isto é um problema se você quer, na mesma foto, retratar objetos zilhões de vezes mais brilhantes, como uma enorme Lua cheia ou astronautas em roupas brancas reluzentes andando em um terreno brilhante. Neste caso o excesso de luz acabaria "lavando" a imagem, tornando a foto borrada.<br /><br />Só para comparação, em 1967 a sonda não tripulada Surveyor, enviada à Lua para investigar se o local escolhido para o pouso era apropriado, tirou diversas fotos do céu estrelado para orientação futura, mas para isso precisou utilizar um tempo de exposição de quase 3 minutos. Este tempo foi simplesmente 45000 vezes maior do que o tempo de exposição (0,004 s) das fotos tiradas pelos astronautas.<br /><br /> <span class="titulo">Por que aquelas linhas estão atrás dos objetos?</span><br /><br />As lentes da máquina usada na Lua possuíam finas linhas em forma de cruz utilizadas para fazer medidas de distância. É evidente que estas cruzetas, ficando entre a luz e o filme, deveriam aparecer sempre por cima das imagens. Mas então como explicar as marcas que aparecem por baixo de alguns objetos em certas fotos? Será que a NASA manipulou estas imagens adicionando desastradamente as imagens por sobre as marcas? Responder esta pergunta é fácil. Bem mais difícil seria responder porque a NASA faria isso se estivesse empenhada em forjar estas fotos.<br /><br /> <img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/cruzes.jpg" alt="" width="553" height="179" /><br /><br /> <img class="dir" src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/cruzes2.jpg" alt="" width="216" height="226" />Novamente tudo o que é necessário é um mínimo de conhecimento de fotografia. Assim como a tinta de uma caneta tinteiro faz um pequeno borrão sobre o papel se você mantiver sua ponta por muito tempo no mesmo local, a luz também "borra" o filme espalhando-se sobre as áreas adjacentes da imagem caso sua quantidade seja muito grande. Realmente, observando as fotos com um pouco mais de cuidado, é possível perceber que as cruzetas parecem sobrepostas somente quando o objeto atrás delas é branco. Podemos concluir que a grande quantidade de luz refletida por estas áreas brancas "escorreu", ou seja, sensibilizou a área vizinha do filme preenchendo as tênues linhas. A ampliação ao lado, em que a linha reaparece por detrás da área brilhante, encerra o caso.<br /><br /> <span class="titulo">Existem fotos onde o fundo é idêntico, mas o módulo lunar só aparece em uma delas!</span><br /><br />Finalmente a prova inquestionável da farsa, dizem os conspiracionistas: duas fotos com o mesmo fundo, uma como o módulo lunar outra sem ele! Que descuido da NASA!<br /><br /> <img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/fundo.jpg" alt="" width="550" height="204" /><br /><br /> <img class="dir" src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/fundo2.jpg" alt=" " width="360" border="0" height="161" />Antes de mais nada, é muito difícil afirmar que duas fotos foram tiradas exatamente no mesmo local com base apenas em um distante fundo montanhoso, e qualquer exercício deste tipo é maliciosamente falacioso. Como exemplo compare as duas fotos ao lado - A árvore não aparece na foto da direita, embora o fundo seja o mesmo. Será esta foto uma fraude? (<a href="http://www.thekeyboard.org.uk/Did%20we%20land%20on%20the%20Moon.htm">fonte</a>). Neste caso o engano conspiracionista vai mais longe: as fotos não têm o mesmo fundo. Na verdade, elas são ampliações das regiões centrais das fotos mostradas abaixo cortadas de maneira a parecerem iguais. Analisando as originais é possível perceber que as duas foram tiradas em locais diferentes embora evidentemente próximos, talvez várias dezenas de metros uma da outra.<br /><br /> <img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/fundo3.jpg" alt="" width="565" height="246" /><br /><br /> <span class="titulo">Onde foi parar a Terra nas fotos lunares? </span><br />Algumas pessoas afirmam que a Terra não aparece em nenhuma das filmagens. Bem, isso simplesmente não é verdadeiro, como se pode ver nas imagens abaixo.<br /><br /> <img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/terra.jpg" alt="" width="567" height="220" /><br /><br />Outros reconhecem que a Terra aparece em algumas fotos, mas não se convencem que as imagens são realmente do nosso planeta. Como a Terra é muito maior do que a Lua, estas pessoas esperavam ver um imenso disco terrestre nas fotos e não aquele pontinho decepcionante.<br /><br />Se por um lado é verdade que a Terra cheia na Lua é 13,5 vezes maior do que a Lua cheia na Terra, por outro lado não é tão simples assim captar este esplendor em uma foto. Como sabem todos aqueles que já se frustraram ao tentar capturar uma belo luar com uma máquina doméstica, o tamanho da Lua em uma fotografia varia de acordo com o tamanho da lente que se usa. Máquinas domésticas geralmente possuem lentes de 50mm o que faz da Lua apenas um pontinho mirrado de luz. A imagem abaixo mostra o tamanho aparente da Lua de acordo com o tipo de lente. A lente usada pelos astronautas era de 70 mm então você já sabe o que esperar.</p> <p class="legenda"><img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/objetivas.jpg" alt="" width="500" height="337" /></p> <p><span class="titulo">Como as fotos ficaram tão boas?</span><br />Para manter as mãos livres as máquinas fotográficas dos astronautas ficavam presas ao peito. Isso fazia com que eles tivessem que mover o corpo todo para enquadrar uma foto, o que certamente era um bocado difícil. Mas então como os astronautas conseguiram fazer registros tão perfeitos da Lua?<br /><br />Em primeiro lugar: muito treino. Os astronautas evidentemente treinaram exaustivamente todos os detalhes da missão, inclusive este. Mas mesmo que a prática não leve à perfeição não é possível dizer que dentre as 17.000 fotos tiradas não havia algumas cabeças cortadas aqui e ali, só porque estas fotos não foram publicadas nos jornais, não é verdade? Além disso, como seria de se esperar, mesmo as melhores fotos usadas pela imprensa foram tratadas, centradas e enquadradas.<br /></p><p><br /></p>Os argumentos físicos (I)<p> <span class="titulo">Por que a bandeira está tremulando se não há vento?</span><br />Que fraude descuidada seria aquela que mostrasse uma bandeira tremulando ao vento como em uma praia, quando até uma criança sabe que não há vento na Lua. Pois os conspiracionistas defendem que em plena gravação da farsa, um assistente distraído deixou a porta do estúdio aberta; um ventinho fortuito entrou e... ninguém percebeu até ser muito tarde!<br /><br />Farsa ou não, a verdade é que, ao contrário do que dizem os conspiracionistas, só é possível ver a bandeira americana balançando ou quando o astronauta tenta fincá-la no solo -- que era bem mais duro do que eles imaginavam -- rodando sua haste de um lado para o outro como uma barraca de praia, ou imediatamente depois de fazer isto, quando a haste flexível da bandeira ainda tinha algum movimento residual (muito pouco atenuado no vácuo lunar). Nas demais cenas o pano da bandeira <span class="italic">parece</span> balançar, mas está apenas artificialmente esticado.</p> <p class="legenda"><img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/bandeira.jpg" alt="" width="489" height="399" /></p> <p>Assim como eu e você, os engenheiros da NASA também sabiam que um pedaço de tecido não se manteria esticado na ausência de vento, por isso dotaram a bandeira de uma haste articulada horizontal (que pode ser vista claramente na foto acima). Na primeira missão os astronautas não conseguiram armar completamente esta haste e foram obrigados a manter a bandeira semi-esticada como uma persiana. O problema é que gostaram tanto do efeito que o repetiram <span class="italic">propositalmente</span> nas outras missões. É irônico que a tentativa de imitar a realidade terrestre tenha criado dúvidas sobre a realidade lunar...<br /><br /> <img class="dir" src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/bandeira2.gif" alt="" width="300" height="219" />Para saber mais sobre a bandeira americana na Lua, incluindo os aspectos políticos de se usar uma bandeira representando os EUA e não o mundo, leia o artigo <a href="http://www.jsc.nasa.gov/history/flag/flag.htm">"Where No Flag Has Gone Before: Political and Technical Aspects of Placing a Flag on the Moon"</a>.<br /><br /> <span class="titulo">Que filme fotográfico é este, que resiste a temperaturas tão elevadas?</span><br />Apesar de estar quase à mesma distância do Sol do que a Terra, a Lua não possui uma atmosfera para filtrar os raios solares. Como a luz solar atinge diretamente a superfície, a temperatura durante o dia lunar pode passar tranqüilamente de 100°C. Um dos principais argumentos dos conspiracionistas é de que não existe até hoje um filme fotográfico que resista à estas temperaturas. Para provar este argumento Bill Kaysing costuma contar a história de um amigo que colocou o filme de sua máquina dentro de um forno e o derreteu completamente.<br /><br />Em primeiro lugar, ao contrário do que pensam os conspiracionistas, os cientistas da NASA são razoavelmente espertos e, pelo mesmo motivo que os beduínos não cruzam o deserto do Saara ao meio dia, também os astronautas não foram à Lua com o Sol a pino, mas em uma manhã lunar (lembrando que o dia lunar dura duas semanas terrestres), com a temperatura bem mais baixa.<br /><br />Em segundo lugar é preciso entender que 100 graus na Lua são bem diferentes de 100 graus dentro de um forno, como pensa o ingênuo Kaysing. No interior de um forno o calor é conduzido através do ar por condução (o ar aquece o que está em contato com ele) e por convecção (o ar quente sobe e o frio desce), mas sem ar a única maneira que resta para transmitir o calor é através de irradiação, ou seja, a luz precisa incidir sobre o material para aquecê-lo. Por isso, ao mesmo tempo que no vácuo lunar a temperatura é muito alta também é relativamente fácil manter algo resfriado, basta utilizar um recipiente branco ou espelhado que reflita a maior quantidade possível da luz incidente. Assim, pelo mesmo motivo que na Terra as caixas de isopor são brancas e as garrafas térmicas têm seu interior espelhado, na Lua a câmera fotográfica era mantida em um compartimento refratário à luz (isso também explica porque a roupa dos astronautas era branca).<br /><br />É claro que por mais bem protegido que fosse, o filme levado à Lua ainda precisaria resistir à temperaturas mais altas do que o normal para os padrões terrestres, por isso não foi, como você já deveria esperar, comprado em uma lojinha de Houston, mas projetado sob medida para a NASA pela Kodak. Se você ainda não encontra este filme para comprar naquela lojinha de Houston é porque o turismo espacial ainda não é muito popular.<br /><br /> <span class="titulo">Pegadas na Lua?</span><br /> <img class="dir" src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/pegada.jpg" alt="" width="300" height="271" />Se você já caminhou em uma praia, notou que suas pegadas ficavam muito mais nítidas na areia úmida do que na areia seca e fofa. De fato, na Terra as pequenas gotas d'água funcionam como aglutinador para as partículas de areia permitindo que se mantenham coesas. Mas e na Lua? Sem umidade, como se formaram aquelas pegadas tão bem definidas dos astronautas?<br /><br />Aqui a questão é um pouco mais complicada. O solo lunar é formado em sua maior parte de silicatos, uma categoria de material que forma longas cadeias de moléculas. Quando estas cadeias são rompidas, digamos, pelo impacto de uma bota, suas extremidades ficam livres para se combinar com outros elementos. Na Terra elas rapidamente se combinariam com o oxigênio do ar formando óxidos (processo conhecido por oxidação), mas na Lua, sem uma atmosfera gasosa, as partículas acabam por se recombinar com as outras partículas vizinhas deslocadas pelo impacto, como se fossem - mal comparando - um longo velcro de moléculas que se rearruma.<br /><br /> <span class="titulo">Por que não há poeira sobre os trens de pouso do módulo lunar?</span><br />É de se imaginar que os gases expelidos pelos foguetes do módulo lunar durante sua descida tivessem jogado para o alto uma grande quantidade de poeira. A ausência de pó sobre o trem de pouso seria a prova de que o módulo lunar foi cuidadosamente posicionado em sua locação.<br /><br /> <img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/modulo1.jpg" alt=" " width="560" height="294" /></p> <p class="legenda">Como se vê, há alguma poeira. Mas não tanta quanto gostariam os conspiracionistas.</p> <p> <img class="esq" src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/modulo2.jpg" alt="" width="259" height="169" />Novamente os conspiracionistas parecem usar conhecimentos físicos adquiridos nos filmes de ficção científica. Pois pelo mesmo motivo que não há explosões ruidosas e esfumaçadas no espaço quando uma nave do Império atinge um caça Rebelde, no vácuo lunar não há como a poeira permanecer flutuando em suspensão até eventualmente se depositar sobre uma superfície; sem a resistência do ar toda a poeira que tivesse sido deslocada pelos foguetes cairia tão rapidamente quanto uma pedra. Ainda mais importante: como os foguetes do módulo lunar não produziam nenhum deslocamento de ar (pois não há ar) as únicas partículas de poeira que se moveram foram aquelas diretamente no caminho dos gases expelidos. A situação é completamente diferente de um helicóptero pousando em um deserto, com toda aquela turbulência criando redemoinhos de areia.<br /><br /> <img class="esq" src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/modulo3.jpg" alt="" width="370" height="354" />A idéia de uma descida espalhafatosa fez com que os conspiracionistas esperassem ver uma grande cratera sob os foguetes do módulo lunar. Bem, as fotos mostram marcas, mas elas não são tão fundas quanto os leigos gostariam. Para explicar a falta de marcas profundas é preciso lembrar que o módulo lunar possuía sensores na forma de cabos em 3 das 4 plataformas de pouso. Quando um destes cabos tocava o solo uma sinal era enviado à cabine de comando indicando ao piloto que era o momento de desligar os jatos. Como o módulo lunar atingia o solo com seus foguetes desligados, as marcas de aterrisagem e a poeira geradas foram muito menores do que a fantasia pressupõe.<br /><br /> <span class="titulo">Como o Módulo Lunar conseguiu decolar de volta?</span><br /> No país em que todos são técnicos de futebol também há alguns cientistas espaciais. Alguns deles, como o autor do site <a href="http://www.afarsadoseculo.com.br/">www.afarsadoseculo.com.br</a>, olham para o módulo lunar e audaciosamente escrevem: "Você crê que aí dentro há combustível suficiente para alimentar um propulsor?"<br /><br />A gravidade na Lua, como você já foi ouviu falar é 6 vezes menor do que na Terra. Isto significa que a velocidade para que alguma coisa, qualquer coisa, escape da superfície da Lua é muito mais baixa do que na Terra; tão baixa na verdade que a Lua não consegue manter nem sequer umas poucas moléculas de gás para formar uma atmosfera; escapam todas para o espaço. Por isso não foi preciso muito combustível para impulsionar o módulo lunar; bastava um "empurrãozinho" para lançá-lo de volta à Terra. Além disso, como não há atmosfera na Lua também não há resistência do ar nem a necessidade de que o módulo lunar fosse aerodinâmico.<br /></p><p>Os argumentos físicos (II)</p><p> <span class="titulo">Há uma pedra com uma letra "C" gravada!</span><br /> <img class="dir" src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/rocha.jpg" alt="" width="270" height="126" />De fato uma das fotos da Missão Apolo 16 é possível ver o que parece ser uma letra "C" gravada em uma pedra. Conspiracionistas vêem nisto a prova de que esta pedra é parte do cenário teatral montado para a farsa.<br /><br /> O site <a href="http://www.lunaranomalies.com/">www.lunaranomalies.com</a> investigou os negativos das fotos armazenados em três diferentes Arquivos Públicos americanos e descobriu que a marca não aparece em nenhum deles (curiosamente este site crê em diversas outras teorias conspiratórias, como sinais de UFOs que teriam sido encontrados na Lua e mantidos em segredo pela NASA, mas é um dos mais devotados a desmistificar o mito de que o homem nunca esteve lá, afinal este é um pré-requisito para as suas teorias!). Ampliando a foto impressa os investigadores <a href="http://www.lunaranomalies.com/c-rock.htm">concluíram</a> a marca na pedra era um fio de fibra que havia se depositado sobre o filme antes da revelação, o que pode ser constatado pela imagem abaixo. Repare como o fio projeta uma sombra atrás de si, na parte superior.</p> <p class="legenda"><img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/rocha2.jpg" alt="" width="300" height="263" /></p> <p><span class="titulo">Como os astronautas suportaram a radiação espacial?</span><br />Foi em 1958, logo no início da corrida espacial, que os cientistas descobriram que nosso planeta é circundado por uma grande nuvem de partículas carregadas - prótons em sua maioria, aprisionados pelo campo magnético terrestre. Esta nuvem de forma toroidal foi denominada cinturão de Van Allen, em homenagem ao seu descobridor.<br /><br /> <img class="dir" src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/cinturao.gif" alt="" width="250" height="160" />Um dos argumentos mais utilizados pelos conspiracionistas em sua teoria é que esta rosquinha de radiação espacial seria mortal para os astronautas que tentassem atravessá-la, a não ser que estivessem protegidos por pesadas camadas de chumbo. Esta impossibilidade física, segundo eles, é a prova irrefutável de que o homem nunca chegou à Lua. Vejamos...<br /><br />O problema das partículas carregadas é que aquelas com alta energia e pequeno diâmetro conseguem atravessar a pele e provocar danos nas células. O organismo humano tem capacidade de se recuperar da maior parte dos estragos, mas se eles forem muito grandes, ou se acumularem devido a uma exposição prolongada, certamente evoluirão para uma forma de câncer. O segredo então está em manter a <span class="italic">dose</span> de radiação recebida em níveis toleráveis pelo organismo, diminuindo a energia das partículas ou o tempo de exposição.<br /><br />Talvez você já soubesse disto, afinal já ouviu falar dos perigos de permanecer muito tempo sob os raios ultravioletas do Sol e já viu o seu dentista se esconder atrás de uma parede de chumbo durante uma radiografia. A pegadinha é que <span class="bold">a radiação do cinturão de Van Allen não é da mesma natureza dos raios-X</span> do dentista ou dos raios ultravioletas do Sol. Estas são chamadas de <span class="italic">radiação ionizante</span>, e são diferentes da radiação das partículas carregadas de que estamos falando. Para estar protegido da radiação de raios-x, raios gama ou kriptonita (que felizmente representa perigo apenas para o Super-Homem) é preciso uma grossa camada de chumbo ou concreto. Já no caso das partículas carregadas, uma folha de papelão ou no máximo 1 centímetro de metal ou plástico é suficiente pra uma proteção adequada. Por isso não se engane da próxima vez que alguém lhe disser que a nave Apolo precisaria de uma parede de 2 metros de chumbo para proteger os astronautas. Na verdade, ao contrário do que está escrito nos livros de física que os conspiracionistas lêem (não nos esqueçamos dos gibis: foram os raios cósmicos que transformaram quatro astronautas a caminho da Lua nos Quatro Fantásticos), quanto mais grossa a camada e mais pesado o metal, <span class="italic">menos efetiva</span> se torna a proteção contra partículas carregadas, já que o bombardeio das partículas contra o metal é justamente o que gera os perigosos raios-x; assim são gerados, por exemplo, os raios-x do aparelho do seu dentista.<br /><br />Depois de um cuidadoso mapeamento do cinturão de Van Allen, os cientistas da NASA concluíram que, desde que os astronautas atravessassem a região muito rapidamente e o fizessem onde o cinturão é mais fino, a dose de radiação recebida dentro da espaçonave seria muito pequena para representar perigo. Sobre este assunto você pode acompanhar os cálculos (bem técnicos) sobre a dose de radiação recebida pelos astronautas no <a href="http://spider.ipac.caltech.edu/staff/waw/mad/mad19.html">site</a> do Caltech ou ler o artigo <a href="http://lsda.jsc.nasa.gov/books/apollo/S2ch3.htm">"Biomedical Results Of Apollo - Radiation Protection And Instrumentation"</a>, da NASA, que discorre sobre as diversas fontes de radiação no espaço e o perigo que elas representaram para a missão.<br /><br /> <span class="titulo">Por que nem sempre há intervalo na conversação dos astronautas com a base?</span><br /> <img class="dir" src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/radiotalk.jpg" alt="" width="333" height="422" />Um sinal de rádio viaja na velocidade da luz. Isto quer dizer que alguém transmitindo da Lua precisaria esperar seu sinal atravessar a imensa distância que o separa da Terra e depois esperar que o sinal da resposta fizesse o caminho de volta. Como a velocidade da luz é de 300.000 km/s e a distância média entre a Terra e a Lua de 380.000 km, o tempo mínimo entre uma pergunta e uma resposta é de 2,4 s. Ou seja: seria de se esperar que houvesse uma pausa de pouco mais de dois segundos em toda comunicação travada entre a base e os astronautas, mas não é isso o que se ouve. Outra falha grosseira da NASA em sua falsificação? Não exatamente.<br /><br />Imagine que você está aqui na Terra, gravando sua conversa com alguém na Lua. Seu amigo fala na Lua e 1 segundo depois, tão logo ouve a pergunta, você dá a resposta. Perceba que neste instante não haverá na gravação da conversa nenhum intervalo entre pergunta e resposta. A partir daí haverá uma demora de 1 segundo para sua mensagem chegar a Lua e mais outro segundo para você ouvir a réplica do astronauta, deixando, agora sim, um intervalo de pouco mais de 2 segundos na fita. A figura ao lado ajuda a entender o processo.<br /><br /> <span class="titulo">Mas "2001 Uma Odisséia no Espaço" é tão realista...</span><br />O clássico dos clássicos "2001 Uma Odisséia no Espaço", de Stanley Kubrik, foi lançado um ano antes da chegada do homem à Lua. A cena em que o astronauta caminha na Lua é tão realista que muita gente considera esta a prova de que a NASA não teria tido dificuldade em forjar a ida do homem à Lua. Tem até <a href="http://www.afarsadoseculo.com.br/">gente</a> que vê no senhor fora de foco escondido no fundo da foto abaixo, semelhança tão grande com o Stanley Kubrick (à direita) que diz que esta é a evidência de que o diretor estava furtivamente envolvido na armação. Na nossa opinião a única coisa semelhante nos dois senhores é a calvície iminente, mas para os que acham esta uma semelhança suficientemente suspeita, uma foto anterior, tirada de outro ângulo, mostra que o homem abaixado definitivamente não é o diretor de cinema. Clique nas imagens para ver as fotos originais ampliadas.</p> <p class="legenda"><a href="http://www.hq.nasa.gov/office/pao/History/alsj/a11/ap11-s69-33923.jpg"><img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/kubrick.jpg" alt="" width="500" border="0" height="295" /></a><br /><a href="http://permanent.access.gpo.gov/websites/historynasagov/history.nasa.gov/alsj/a11/ap11-S69-33922.jpg"><img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/kubrick_3.jpg" alt="" width="230" border="0" height="300" /></a></p> <p>Outro filme muito comentado é "Capricórnio 1" sobre uma equipe da NASA que forja a ida do homem à Marte. O filme foi feito em 1978, quase uma década depois da chegada do homem à Lua, e as semelhanças com as filmagens feitas pela Missão Apolo são grandes, como seria de se esperar de um filme que tenta ser o mais realista possível.<br /><br /> <span class="titulo">Tudo bem, então porque o homem nunca voltou lá?</span><br />Nossa pergunta final é: se o homem realmente foi à Lua nas décadas de 60 e 70 então porque nunca mais retornou? Porque a viagem à Lua não é uma coisa corriqueira hoje em dia?<br /><br />Não se iluda, a corrida espacial não teve esse nome à toa. Ela não foi um empreendimento científico e sim uma missão militar com o único objetivo de atestar a superioridade da nação (e do regime de governo) que primeiro levasse um homem à Lua. Vencida a corrida e de posse do troféu, os EUA se voltaram para assuntos mais práticos, especialmente a guerra do Vietnã, que já se tornava um grande atoleiro. O desinteresse do povo americano em ver astronautas indo e voltando com nada além de pedras (infelizmente nada de monolitos negros...) era tanto que nem as redes de televisão ocupavam mais seu espaço com as transmissões dos lançamentos.<br /><br />Além disso, ir à Lua não é barato. Vinte e cinco bilhões de dólares foram gastos no programa Apollo, o que corresponderia a mais ou menos 100 bilhões hoje. Mesmo que a maior parte deste custo tenha servido mais para capacitar a NASA às futuras viagens espaciais do que simplesmente colocar o homem na Lua, é muito mais barato, rápido e seguro enviar sondas e robôs para terminar o serviço de exploração. Enquanto isso, o dinheiro dos contribuintes americanos pode ser melhor aplicado em saúde, combate à fome e armas, não necessariamente nesta ordem.<br /></p><p>Conclusão</p><p> Vinte e quatro astronautas estiveram na Lua ou próximos dela. Dezenas de milhares de fotos foram tiradas. Centenas de engenheiros, cientistas, biólogos, psicólogos e pessoas de todas as áreas de formação trabalharam diretamente no programa espacial. Cientistas do mundo todo analisaram exaustivamente as rochas trazidas da Lua, artefatos impossíveis de serem falsificados dadas as condições únicas de ausência de oxigênio em que se desenvolveram; os mesmos cientistas conheciam o cinturão de Van Allen tão bem quanto os americanos e saberiam se ele fosse realmente intransponível. A nave Apolo cruzou o céu como um ponto brilhante de luz na frente de milhões de pessoas de todas as nacionalidades e foi acompanhada pelos radares de todo o mundo, inclusive dos russos, que certamente estavam prestando muita atenção ao evento.<br /><br />Enquanto isso, os conspiracionistas dizem que a NASA gastou bilhões de dólares em uma encenação que, a julgar pelos argumentos, estava à altura dos piores filmes B de todos os tempos (sombras nas direções erradas, decalques da Terra na janela da cabine espacial, ventos furtivos no estúdio e alguém até esqueceu de pintar as estrelas!); um filme de Ed Wood só que com um orçamento bilionário. Dizem os conspiracionistas que toda a comunidade científica do planeta foi ludibriada; todos menos eles, uns poucos leigos sem nenhuma formação científica. Algo como se alguém tivesse vestido uma fantasia de Papai Noel e enganado todos os universitários mas não as crianças do jardim da infância.<br /><br /> </p><p class="legenda"> <img src="http://www.projetoockham.org/figuras/lua/fake.jpg" alt="" width="330" height="206" /><br /> Esta é realmente falsa. Nota-se pelas estrelas ao fundo...</p><img src="file:///C:/Users/JOOTIA%7E1/AppData/Local/Temp/moz-screenshot-5.jpg" alt="" /><img src="file:///C:/Users/JOOTIA%7E1/AppData/Local/Temp/moz-screenshot-6.jpg" alt="" /><img src="file:///C:/Users/JOOTIA%7E1/AppData/Local/Temp/moz-screenshot-7.jpg" alt="" /><img src="file:///C:/Users/JOOTIA%7E1/AppData/Local/Temp/moz-screenshot-8.jpg" alt="" /><img src="file:///C:/Users/JOOTIA%7E1/AppData/Local/Temp/moz-screenshot-9.jpg" alt="" /><img src="file:///C:/Users/JOOTIA%7E1/AppData/Local/Temp/moz-screenshot-10.jpg" alt="" />JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-82924991101057975032009-10-16T08:55:00.000-07:002009-10-16T09:01:10.835-07:00O mundo sem Engenheiros<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://img140.imageshack.us/img140/8933/imagem6rd2.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 660px; height: 503px;" src="http://img140.imageshack.us/img140/8933/imagem6rd2.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://img140.imageshack.us/img140/6392/imagem5ec5.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 660px; height: 510px;" src="http://img140.imageshack.us/img140/6392/imagem5ec5.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://img140.imageshack.us/img140/6995/imagem4jz9.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 660px; height: 510px;" src="http://img140.imageshack.us/img140/6995/imagem4jz9.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://img140.imageshack.us/img140/6590/imagem3mk4.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 660px; height: 510px;" src="http://img140.imageshack.us/img140/6590/imagem3mk4.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://img140.imageshack.us/img140/9859/imagem2mq2.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 660px; height: 510px;" src="http://img140.imageshack.us/img140/9859/imagem2mq2.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://img140.imageshack.us/img140/1739/imagem1oi2.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 660px; height: 510px;" src="http://img140.imageshack.us/img140/1739/imagem1oi2.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Engenharia é a grande luz da Academia, é faculdade onde há saber e amizade...JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-65000247245114296572009-10-15T06:34:00.000-07:002009-10-15T06:35:59.584-07:00MAITÊ PROENÇA!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://ivanmauricio.blog.terra.com.br/files/2008/03/maite-proenca.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 291px; height: 300px;" src="http://ivanmauricio.blog.terra.com.br/files/2008/03/maite-proenca.jpg" alt="" border="0" /></a><span class="mainmenu"><span class="postbody">MAITÊ PROENÇA!<br /><br />Há muitos muitos anos, nós, portugueses, com grandes embarcações e sem medo de nada, descobrimos o mundo.<br />Um dia chegamos a um país quente, onde as praias eram paradisiacas, onde as pessoas andavam nuas, com a cara pintada e grunhiam para comunicar. Era o Brasil.<br />Pegamos nos teus familiares e ensinamo-los a sentar à mesa, a comer com talheres, a falar (o português que ainda hoje falam), a vestirem-se e a conviver em sociedade.<br />Demos um nome à vossa terra, uma lingua à vossa gente e um rei para vos governar.<br />No inicio do teu video provas que estás em Portugal mostrando o número de uma porta colocado ao contrário. Pois bem, eu achei por bem mostrar ao povo português sinais do Brasil, assim, quando eles estiverem no teu país, não terão duvidas quanto a isso. O português é das linguas mais complicadas e mais belas do mundo e o povo brasileiro há anos que não consegue ter uma relação saudável com a lingua mãe.<br />Para ajudar os portugueses irei traduzir de brasileiro para português o que as imagens falam.<br />Aproveita e aprende. Faz-te bem à alma.<br />Espley é spray. Não é português de nascença, mas é de uso mundial.<br />Facio é fácil, dificio é dificil e efectivamente no Brasil, complicado é ser virgem ou vige, como se diz por aí.<br />Hurinar é urinar. Para vós, brasileiros, sempre que se usa um orgão genital tem que se pagar. Isso é sabido por todos nós.<br />Aroiz é arroz. Tomati é tomate. Assucra é açucar. Mandioka é mandioca. Sim, é complicado para nós tentar cozinhar o que quer que seja com esses condimentos. Eles não existem.<br />Felisidade é felicidade. Como no Brasil não se usa muito, nós por cá entendemos o erro.<br />Ceja é seja. Esprimente é experimente. Agora, sejam humildes e experimentem aprender um pouco de português.<br />Sebola é cebola. Sebola é melhor porque não faz chorar, apenas e só porque não existe. Melansia é melancia. Ou é um fruto que nós não conhecemos ou é mais um pontapé na lingua portuguesa. É mais um pontapé.<br />A Maitê na Playboy é gozo pessoal de português.<br />Salazar foi eleito o melhor português de sempre. A Maitê ironizou.<br />Salazar foi licenciado em Direito na Universidade de Coimbra. Coimbra é "só" a mais consagrada escola de Direito de Portugal.<br />Salazar conseguiu que Portugal fosse país neutro na Segunda Guerra Mundial. Só por isso evitou milhares de mortes. Talvez mereça o titulo de melhor português, não?<br />O Lula foi eleito democraticamente Presidente do Brasil.<br />Lula tirou o curso técnico de torneiro mecânico e manda nesse povo todo. Irónico, não?<br />Lula consegue ter droga, assaltos, mortes e prostituição como não há em mais país do mundo.<br />O teu cameraman conseguiu chamar mar ao Tejo. E o burro sou eu?<br /><br /><br /><br />Peço desculpa por tudo a todos.</span></span>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-8310069083972561612009-09-19T05:52:00.000-07:002009-09-19T05:53:41.681-07:00Parte 05 - Reis da América<p><b><br /></b></p><p><b>O álbum Paranoid marca o início de uma série de acontecimentos que acabariam por definir de forma decisiva os rumos do Black Sabbath. Foi a partir daquela aparentemente despretensiosa bolacha de vinil, com um soldado paranóico pulando na capa, que a banda mor do nascente heavy metal, tal qual ele, saltou da mera condição de novidade underground dos subúrbios ingleses para o posto de hitmakers n.1 na América, prontos a desbancar muita estrela dos escalões pop de uma Billboard, por exemplo. A seguir, a consagração na estrada os levaria a experimentarem toda a sorte de excessos e loucuras-esses mesmos que você está imaginando...</b></p><div class="bannersParagrafo"><script type="text/javascript">google_ad_client = "pub-5493259958082958";google_ad_slot = "9748890577";google_ad_width = 728;google_ad_height = 90;</script><script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"></script><script src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/expansion_embed.js"></script><script src="http://googleads.g.doubleclick.net/pagead/test_domain.js"></script><script>google_protectAndRun("ads_core.google_render_ad", google_handleError, google_render_ad);</script><ins style="border: medium none ; margin: 0pt; padding: 0pt; display: inline-table; height: 90px; position: relative; visibility: visible; width: 728px;"><ins style="border: medium none ; margin: 0pt; padding: 0pt; display: block; height: 90px; position: relative; visibility: visible; width: 728px;"><iframe allowtransparency="true" hspace="0" id="google_ads_frame1" marginheight="0" marginwidth="0" name="google_ads_frame" src="http://googleads.g.doubleclick.net/pagead/ads?client=ca-pub-5493259958082958&output=html&h=90&slotname=9748890577&w=728&lmt=1252015243&flash=10.0.32&url=http%3A%2F%2Fwhiplash.net%2Fmaterias%2Fsabbath%2F000340-blacksabbath.html&ref=http%3A%2F%2Fwhiplash.net%2Findices%2Fsabbath.html&dt=1253364733581&correlator=1253364733583&frm=0&ga_vid=875882887.1247576456&ga_sid=1253364713&ga_hid=977009891&ga_fc=1&u_tz=60&u_his=8&u_java=1&u_h=800&u_w=1280&u_ah=800&u_aw=1280&u_cd=32&u_nplug=33&u_nmime=121&biw=1280&bih=644&fu=0&ifi=1&dtd=24&xpc=Ihg9NSaWXH&p=http%3A//whiplash.net" style="left: 0pt; position: absolute; top: 0pt;" vspace="0" scrolling="no" width="728" frameborder="0" height="90"></iframe></ins></ins></div><div class="hr"><hr /></div><div class="bannersEsquerda"><script type="text/javascript">google_ad_client = "pub-5493259958082958";google_ad_slot = "0551133395";google_ad_width = 250;google_ad_height = 250;</script><script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"></script><script>google_protectAndRun("ads_core.google_render_ad", google_handleError, google_render_ad);</script><ins style="border: medium none ; margin: 0pt; padding: 0pt; display: inline-table; height: 250px; position: relative; visibility: visible; width: 250px;"><ins style="border: medium none ; margin: 0pt; padding: 0pt; display: block; height: 250px; position: relative; visibility: visible; width: 250px;"><iframe allowtransparency="true" hspace="0" id="google_ads_frame2" marginheight="0" marginwidth="0" name="google_ads_frame" src="http://googleads.g.doubleclick.net/pagead/ads?client=ca-pub-5493259958082958&output=html&h=250&slotname=0551133395&w=250&lmt=1252015243&flash=10.0.32&url=http%3A%2F%2Fwhiplash.net%2Fmaterias%2Fsabbath%2F000340-blacksabbath.html&ref=http%3A%2F%2Fwhiplash.net%2Findices%2Fsabbath.html&dt=1253364733620&prev_slotnames=9748890577&correlator=1253364733583&frm=0&ga_vid=875882887.1247576456&ga_sid=1253364713&ga_hid=977009891&ga_fc=1&u_tz=60&u_his=8&u_java=1&u_h=800&u_w=1280&u_ah=800&u_aw=1280&u_cd=32&u_nplug=33&u_nmime=121&biw=1280&bih=644&fu=0&ifi=2&dtd=3&xpc=U4CUIgpGYa&p=http%3A//whiplash.net" style="left: 0pt; position: absolute; top: 0pt;" vspace="0" scrolling="no" width="250" frameborder="0" height="250"></iframe></ins></ins></div><!-- google_ad_section_start --><p><b>Parte 5 - Reis da América</b></p><p>"Nunca vou me esquecer do adiantamento que recebemos pelo primeiro disco. Foram 105 pounds, e eu nunca havia ganhado tanto dinheiro em toda minha vida. Fui direto comprar uma camisa nova e a maior garrafa de Brut que encontrei. E o resto do dinheiro dei para meus pais." </p><p>Assim um bem-humorado <a href="http://whiplash.net/bandas/ozzyosbourne.html" class="hotwords">Ozzy Osbourne</a> descreveria a sensação que o primeiro álbum do grupo desencadeara, a um semanário inglês em 1972 - não só nele, mas em todos os outros membros da banda. <i>Black Sabbath</i>, o disco, era um monstro que havia criado vida própria nas paradas de sucesso inglesas e européias, e relegado dinheiro e alguma fama - não muito ilustre, a bem da verdade - àqueles quatro garotos miseráveis de Birmingham, em uma escala bem maior do que eles jamais poderiam imaginar. </p><p>"De repente, recebíamos da Vertigo um adiantamento que era mais libras em nossos bolsos do que jamais poderíamos juntar em seis meses de apresentações - seis meses das piores e mais duras turnês que fazíamos no começo!" - diz Tony - "Aquilo tudo era como um sonho, que estava se realizando ali, na nossa frente." </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image83.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Paranoid, o 2.º LP da banda.</i><p>Exatamente por isso, por causa da realização desse sonho, e para que se desse a sua perpetuação, é que a banda não podia parar - e tinha que continuar com gás total. Foi no clima de sucesso e alta polêmica que o primeiro LP estava gerando que foram marcadas e executadas as históricas sessões de gravação do disco seguinte.</p><p>Programado para se chamar <i>War Pigs</i>, o segundo LP do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> se concentrava ao redor de uma enorme peça do mesmo nome, quase uma <i>suíte metálica</i> com diversas mudanças de andamento, formada por uma sólida marcação de ritmo marcial (lembrando as marchas militares tocadas nos quartéis), que a certa altura descambava para uma elucubração de inspiração jazzística tocada com uma garra e peso sem precedentes, enquanto Ozzy lançava seus lamentos berrados em cima de tudo. Em certo momento, todo o caos sonoro dava lugar a um feixe repleto dos solos mais hipnóticos que Tony Iommi já produziu - psicodélicos e sorumbáticos como tudo de melhor que a banda fazia naqueles dias, e que determinava o clima de pesadelo em que se desenvolvia essa música, prevista para ser, portanto, a faixa central do álbum. Vinha sendo testada já nos últimos cinco shows ao vivo do Sabbath, embora a letra ainda fosse um enigma a ser desvendado em estúdio mesmo, horas antes da gravação, pois ainda não havia sido definida e Ozzy cantava algo diferente em cima da música a cada momento - algo que, mesmo após todo o sucesso da canção, não mudaria muito em diversos shows realizados durante o período 1970-1975, dada a mente do <i>madman</i> estar sempre torpedeada pelas mais diversas substâncias imagináveis, tornando impossível a memorização de tudo aquilo que se eternizaria em vinil. </p><p>De qualquer forma, e com qualquer letra que fosse, "War Pigs" (Porcos de guerra) era uma crítica aos senhores da guerra, aos homens que comandam milhares em pelotões lançados à morte nas linhas de frente enquanto eles mesmos, protegidos pela hierarquia do exércitos, se mantêm resguardados nas elites militares e em seus quartéis. Em determinado ponto da música, a letra pega pesado, e não só nos oferece visões de generais se arrastando pelos campos de batalha <i>("On their knees war pigs crawling...")</i> e implorando perdão enquanto são subjugados pelo demônio <i>("Satan, laughing, spreads his wings...")</i>, como também critica as tropas, consideradas reles peões de xadrez na mão dos poderosos <i>("Treating people just like pawns in chess"... ).</i> </p><p>Lembremo-nos de toda a situação política da época, com o conflito envolvendo Estados Unidos e Vietnã, e notaremos que um <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> bem politizado estava vindo à tona nesta canção, criticando duramente as engrenagens do poder e da guerra, e fazendo uma clara alusão a todo o sentimento coletivo e contracultural de milhares de jovens que estavam já indo às ruas, fosse no Tio Sam ou em qualquer outro lugar, com cartazes de protesto nas mãos e palavras de ordem nas bocas, clamando pela paz e pelo fim da guerra. Neste sentido, podemos dizer que, mesmo indo na contramão da História, e de todos da fauna e flora <i>bicho-grilo</i> que protestava de uma forma mais cândida e serena no meio de todo aquele clima de confusão do início dos anos 70, o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> estava protestando do seu jeito, disparando sobre tudo uma visão bastante ácida e crítica dos acontecimentos da época. Tony Iommi mesmo confessaria, anos depois: </p><p>"Muitas pessoas vivem me perguntando o que significa a figura na capa do disco. O que aconteceu foi que o ábum era para ser chamado de <i>War Pigs</i>, então tínhamos feito esta capa com um cara munido de escudo, capacete e espada, um verdadeiro soldado partindo para o ataque com uma expressão alucinada no rosto, representando tudo que está lá, na música. No entanto, depois, o título foi proibido, e tivemos que manter a capa original. Todos sabem, todos se lembram... na época, o negócio do Vietnã era um assunto tabu, um lance meio que proibido de se falar... todo mundo queria estar presente no mercado americano, e ele ainda nem havia abrido suas portas direito para nós. Mas nós realmente QUERÍAMOS muito que o álbum tivesse sido batizado em sua concepção original, queríamos meter o dedo na ferida e fazer aquela crítica. Era o que todos queriam na época: dar sua posição sobre o que estava acontecendo, oferecer o seu ponto de vista."</p><p>É isso aí. Ainda que "War Pigs" pertencesse à famosa vertente de músicas do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> que tocam no nome do "chifrudo" e possuem referências à influência maligna das forças das trevas sobre o nosso mundo, esse não era, nem de longe, o verdadeiro motivo para que fosse censurada pelo pessoal da gravadora. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image84.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Bill Ward, no estúdio em 1970: preparando a batera para a gravação de mais um clássico do Black Sabbath.</i><p>A Vertigo Records, inicialmente, tentou fazer a cabeça dos rapazes para que "War Pigs" não fosse nem lançada. Entretanto, isso era demais: era consenso entre todos que aquela era uma das melhores e mais fortes composições que eles já haviam feito, e só pensar em propôr tal coisa a Ozzy iria certamente resultar no fim prematuro do Sabbath na Vertigo (que, com todo o sucesso deles, definitivamente não desejava isso). O próprio produtor da banda, Roger Bain, se rebelou, tachando tal atitude de "crime artístico". Bem, então como não dava pra tirar a música, que o seu destaque fosse ao menos minimizado. Além de retirar o seu nome da capa do LP, que ela fosse jogada para uma posição de terceira ou quarta faixa no lado B do vinil, com um outro nome, talvez - algo diferente, um pouco mais "ameno". "Nem pensar - o lugar dela é abrindo o disco, no lado A", foi o posicionamento de Jim Simpson, representando Tony e Ozzy, em uma reunião com alguns executivos da Vertigo, duas semanas antes do lançamento do álbum. E, depois de muita discussão, afinal, foi decidido que tudo bem, mas com uma ressalva: se nas primeiras três semanas de vendagem nos EUA, o álbum não fosse além de um certo número "X" de cópias previsto numa cláusula pela Vertigo, então todas as tiragens seguintes do disco seriam prensadas do modo deles, fazendo as alterações (censuras) necessárias. </p><p>Durante as gravações do LP, no entanto, ficou bem claro que o disco não seria só "War Pigs", no entanto. Muito pelo contrário: é o disco, até hoje, que concentra o mais brilhante conjunto de composições do catálogo da banda. Estão lá clássico após clássico: "Iron Man", "Fairies Wear Boots", "Planet Caravan", "Electric Funeral", "Hands of Doom"... além, é claro, de "Paranoid". </p><p>A estória por trás desta bombástica pequena obra-prima - com os seus 2:45, foge totalmente aos padrões das grandes viagens do heavy metal! - é folclórica. Iommi gosta de brincar, até hoje, que se o primeiro álbum do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> não gastou mais de dois dias para ser gravado, o segundo demorou "bem mais": quatro dias. O que acontece é que o esquema de trabalho da banda, naqueles tempos, era o mesmo sempre que se reuniam para gravar: Tony e Geezer chegavam com alguma coisa que tinham em mente e passavam a Bill e Ozzy, para eles irem pensando em percussão e letra, respectivamente. Poucas horas (ou mesmo minutos) depois, as idéias eram discutidas, as peças iam se encaixando, e começavam longas jam sessions em que as contribuições dos quatro iam tomando forma e lugar, até que todos gostassem do que estavam ouvindo. "Paranoid" foi o resultado de uma dessas jams, justamente a última que realizaram para o disco, originada de uma parte rápida em que Tony e Geezer vinham trabalhando e na qual foi acrescentada uma levada acelerada e estonteante de Bill. Ozzy começou a improvisar em cima, com uma letra que era a reminiscência do que ele havia sentido ao romper com uma garota com quem tivera um pequeno caso ainda em Birmingham, um pouco antes da segunda turnê do Earth a Hamburgo - um fim de namoro que deixara o vocalista abalado, e o fizera tomar um porre sensacional quando da chegada a Hamburgo, deixando todos que o viam com a impressão de que estava "paranóico", e realmente transtornado. Suzy, a moça em questão, vivia reclamando que Ozzy "não se acertava" nunca, e com um comportamento animalesco daqueles, nunca chegaria a ser um <i>pop star</i>, deixando o vocalista profundamente magoado. <i>"Finished with my woman / 'Cause she couldn't help me with my mind..."</i> (Terminei com minha mulher / Pois ela não podia me ajudar com minha mente...) começava a letra, que era uma transposição, feita para o relacionamento marido / esposa, deste antigo relacionamento de Ozzy. </p><p>A tal "parte rápida" da jam, já apelidada de "Paranoid" por todos assim que Ozzy terminou de cantar, foi composta em não mais que cinco minutos apenas, e o engenheiro de som que pilotava a mesa naquela noite, Tony Allom, propôs que a tocassem novamente para que ele pudesse gravá-la de modo adequado, mas só a tal parte rápida, fazendo dela uma "canção inteira", separada do resto da jam e das improvisações. Assim deveria ser pois já tinham muito material para o álbum, e talvez aquilo pudesse ser usado só para preencher um espaço - "sabe como é, uma brincadeirinha só pra encher lingüiça em um dos lados, A ou B", disse Allom. Tony e Geezer, então, bolaram rapidamente aquela esperta introdução, fizeram sinal para a entrada da batera de Bill, e... PAU! </p><p>Saiu como saiu. Em menos de três minutos, a "brincadeirinha" estava gravada e pronta para ser, para toda a posteridade, um dos mais célebres clássicos eternos do rock pesado. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image85.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Black Sabbath, em 1970.</i><p>"Paranoid", a música, exerceria uma influência tão grande sobre a música pop, em geral, que até bandas punk, como toda aquela geração revoltada e "básica" do final dos anos 70, reverenciaria o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> (pelo menos o daqueles primeiros discos) como uma banda "legal", e acima de qualquer suspeita, sem qualquer estrelismo... gente como The Damned e outros chegavam mesmo a tocá-la como aquecimento, nas passagens de som de suas apresentações e em shows, tal a energia que a música passa. </p><p>No final das contas, terminado antes da metade de setembro de 1970, o disco foi ouvido pelos cabeças da Vertigo e, diante de toda a briga por causa da faixa-título, a maioria deles se apaixonou por "Paranoid", e a elegeu o carro-chefe do LP e a música a dar título para o mesmo. Num primeiro momento, Geezer, ao ser informado da decisão, levou tudo em tom de galhofa, falando para Ozzy: "O quê?!? Estão brincando? Agora, se fizermos "hip-hip-hurrah" no estúdio, eles vão querer lançar como <i>single</i> também???".</p><p>A verdade foi essa. Apesar de ser uma espécie de "hino oficial" do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>, meio que a contragosto deles - como Bill que, por exemplo, considera "Black Sabbath" a música oficial da banda - "Paranoid", na época, foi considerada meio "simples" demais e até ridícula para ser lançada como faixa-título do segundo trabalho da banda. Houve até quem achasse que era uma canção "comercialóide" demais para os padrões do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> - como Tony Iommi, fumando mais erva do que tudo e então imerso nos climas alucinógenos e sombrios de coisas como "Planet Caravan" e "Electric Funeral". "Penso que estão querendo nos fazer de banda do <i>Top of the Pops</i>", disse Tony, num comentário irônico, a um dos donos da Vertigo antes do lançamento do disco, numa referência ao programa da TV inglesa que lembrava o antigo Globo de Ouro da televisão brasileira, em que os astros populares consagrados dublavam os seus sucessos numa apresentação bem cafona... Mal imaginava Tony que o compacto de "Paranoid" os levaria, justamente, para a sua primeira apresentação diante do grande público inglês na TV, em novembro daquele ano, justamente no... <i>Top of the Pops</i>!!!</p><p>Chega outubro de 1970, e Paranoid, o segundo álbum do grupo, é lançado. E que lançamento: o disco praticamente escoa das prateleiras de todas as lojas do mundo para os toca-discos de milhares de fãs no mundo inteiro. Nos EUA, a reação não é diferente, e já sinalizando o interesse que os americanos teriam pela banda, da qual já vinham ouvindo falar através dos rumorosos buchichos da imprensa britânica, consomem <i>Paranoid</i> como se fosse Coke: chega a disco duplo de platina na América, pouco após atingir a mesma posição na Inglaterra, conquistando o nunca antes imaginado primeiro lugar da Billboard. Pronto, o mercado americano estava conquistado. Até o final daquele ano, o primeiro álbum da banda seria lançado também em sua versão americana, e até dezembro, receberia também a primeira posição, e o disco duplo de platina, confirmando a inevitável ascensão do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> na terra de Tio Sam - e, por conseguinte, no mundo inteiro. De repente, não havia mais Led Zeppelin, não havia mais Blind Faith, ou Deep Purple. O lance do momento era o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> - só se falava neles. Todo mundo comentava era sobre eles. Ozzy, Tony, Bill e Geezer foram à loucura. Aquilo era demais - eles estavam, por assim dizer, realmente no topo do mundo. Datas marcadas em todos os lugares: de Boston a Los Angeles; de Estocolmo a Paris; de Londres a Nova Iorque. Nos palcos, a banda prossegue imbatível, com performances avassaladoras. O dia 20 de dezembro está marcado no Olympia de Paris, com um contrato com a rede de TV inglesa Granada para que o show fosse filmado, focalizando a clássica apresentação da banda, enérgica e visceral, naqueles tempos áureos - o que originaria o filme <i>Black Sabbath - Live in Paris</i>, o primeiro documento visual do quarteto. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image86.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Como eles, igualmente estupefatas e orgulhosas estavam as suas famílias. Afinal, aqueles quatro garotos maltrapilhos, imundos, fadados ao fracasso e à pobreza, estavam agora em uma posição de inigualável prestígio que gente como eles, da cinzenta Birmingham, nunca sonharia ter um dia.<p>Ozzy, cada vez mais em Londres com os outros integrantes, e portanto cada vez mais distante de sua querida família, ao saber do êxito de <i>Paranoid</i> nos charts americanos, sai com dois amigos, enche a cara com três doses duplas de White Horse, e liga para seus pais: "Somos reis na América agora!!!". Em seguida, liga para uma atônita secretária dos escritórios da Vertigo, em Londres mesmo: "E aí, amorzinho, que tal sair com o rei do mundo agora? Ah, aproveite e diga aos bundões aí que eles PODEM COMER AQUELE CONTRATO COM A CLÁUSULA DA PRENSAGEM...". Era a bastante peculiar vingança de Ozzy da tal cláusula que previa a reestruturação estratégica do álbum <i>Paranoid</i> caso fracassasse em solo americano...</p><p>A tal capa do soldado de espada ainda estava lá, no entanto. Ozzy não deixa por menos e, em uma entrevista concedida após a cerimônia de entrega do disco duplo de platina pelas vendas de <i>Paranoid</i> ele comenta sarcasticamente: "O que diabos um cara vestido de soldado tem a ver com estar paranóico (Paranoid), eu não sei. Acontece que a banda não teve muita interferência no processo de criação da capa do disco, apenas reprovando ou aprovando a arte final. Só que não houve tempo de mudar." A mensagem, entretanto, estava bem clara - bastava ao ouvinte abrir o invólucro de plástico do LP e pôr a bolacha preta para rodar, já ali, em sua primeira faixa. "War Pigs" se tornaria uma das preferidas do público em todos os shows seguintes da banda, e outra presença constante e obrigatória em todas as suas apresentações, fazendo com que até nos esqueçamos que o disco não se chama <i>War Pigs</i>. <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>, 1 X gravadora, 0.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image87.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Êxtase em um show do Black Sabbath em Amsterdam (Holanda, 1970).</i><p>As tais zicas com seitas satânicas continuavam. Entretanto, em proporção menor. E agora, pelo menos, a atitude da banda já era outra, sem aquela inocência de antes, quando haviam sido pegos de surpresa pelo impacto da fama. Era uma atitude mais madura - para não dizer maliciosa e extremamente sacana, galhofeira. Após um dos shows de lançamento de <i>Paranoid</i>, em Bath, na Inglaterra, por exemplo, Ozzy se retira para as coxias e é interceptado por duas <i>groupies</i> de look devasso, que têm cruzes invertidas inscritas em suas têmporas. Ambas o fitam assustadoramente, com olhares vidrados. Ozzy pensa na hora: "esse maldito <i>speed</i> ainda mata essas meninas uma hora. Pobres coitadinhas, vítimas do ácido...". Uma das garotas lhe dirige a palavra: "Somos duas enviadas da seita de Azrath, de posse do poderoso e glorioso Lúcifer, e estamos aqui, em nome do Senhor das Trevas, para lhe reverenciar, ó astro maravilhoso!". Ozzy dá uma boa olhada para a moçoila, de cima para baixo: belos cabelos, que olhos, que peitinhos... e que ancas, essas pernas maravilhosas... Ele olha para a outra, uma loira apetitosa. O mesmo esquema. Não lhe restam dúvidas. "Pois bem, garotas. Venham comigo para a reverência, então...". </p><p>A partir dessa época, não são poucos os relatos de orgias mil na estrada: o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> adentra o mundo libidinoso do rock setentista, a ponto de competir com o Led Zeppelin e outras sumidades nesta categoria durante os anos seguintes. Várias "bruxinhas" como aquelas de Bath - invariavelmente tietes loucas de erva ou que topavam tudo para passar algum tempo com seus ídolos - passariam a ser vistas fazendo alguns belos "trabalhos de sopro" em Ozzy antes e após os concertos da banda, nos bastidores. Isso quando o vocalista não resolvia levar duas, três, ou mais delas, para verdadeiros bacanais alucinados em quartos de hotéis. Esse acabou sendo, na esmagadora maioria das vezes, o destino que as tão conclamadas "adoradoras de Satã" que seguiam o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> acabaram tendo, ao longo da década de 70.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image88.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Logo, a banda estaria lotando as principais casas de show da América, como o Fillmore East, de Bill Graham.</i><p>Noutra feita, uma garota histérica ligou para o escritório da banda em Londres. Bill atendeu. Ela se dizia uma maga que gostaria de fazer parte da "doutrina sombria" do grupo. "Pois não. Tens amigas que também queiram fazer parte?", perguntou Bill. Positivo. "Venha cá então. O endereço é tal, tal... Ah, e não se esqueça de trazer as velas!". Meia hora depois, dois táxis estacionam na frente do QG montado pela Vertigo para a banda, um após o outro. Deles saltam sete beldades dispostas a tudo. Roupas todas de couro, escuras - "bruxinhas" com pinta de ninfomaníacas. São recebidas por Bill, Ozzy, Geezer, e um assistente de publicidade do grupo, que andava com eles na época. Bill encara uma das garotas e lhe pergunta: "E aí, se lembraram de trazer velas?". As luzes do local são apagadas e apenas luzes de velas iluminam o ambiente, enquanto os quatro vão bolinando as garotas, uma a uma, já quase totalmente despidas, dando início a um verdadeiro "ritual". Bill pega uma vela, uma das mais grossas, e põe na mão de uma das meninas. "Agora mostra aí pra gente... como se enfia direito uma vela no...". Ozzy e os outros ficam alucinados vendo a cena ali, à meia-luz, a garota se masturbando com aquela vela grossa, enquanto as outras boqueteiam todo mundo. Após a "introdução" do culto ali feita, Geezer pega a garota que fez a performance da vela e se retira para um dos recintos, se propondo a desempenhar o papel que fora da vela. Todos riem, dando belas gargalhadas e volumosos goles de Martini. Anos 70, sem dúvida...</p><p>A banda desembarca nos EUA e, durante a investida em solo ianque, percorrem Nova Iorque, San Francisco, Los Angeles, Long Island, Cincinatti e Boston, entre outras. Ficam impressionados, especialmente Ozzy e Bill (irmanados na beberragem e na porra-louquice), com o despojamento das groupies americanas, que já vão transando sem qualquer cerimônia. Uma dessas animadas garotas, após fazer sexo com Ozzy em pé, detrás de um amplificador enquanto a banda passava o som para o show da noite, tira da bolsa um baseado grosso como um charuto cubano e o oferece a Ozzy, alegando que é a melhor erva que ele jamais fumou em sua vida. "Uaaaaau!" - o vocalista quase enlouquece com o tamanho e a pureza daquele <i>joint</i> descomunal.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image89.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Black Sabbath, ao vivo num show em San Francisco (1970): detonando!</i><p>Se por um lado, as coisas iam bem no sentido fama-mulheres, o mesmo não podia ser dito do quesito dinheiro. Bem, não exatamente no tocante à parte lucrativa, pois os membros do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> estavam a um passo, ou menos do que isso, de se tornarem os novos milionários ingleses do rock. O problema era o empresariamento - uma pedra no sapato da banda durante toda a sua carreira. </p><p>Um pouco após o lançamento de <i>Paranoid</i>, Tony é aconselhado por um amigo a pedir de Jim Simpson uma prestação de contas formal de tudo o que já havia sido ganho e gasto pela banda até ali. Ao se deparar com toda a papelada, ele se surpreende ao notar que uma grande parte dos gastos ali descritos com <i>roadies</i> e equipamentos não condizem com a realidade, e mostra as notas a Geezer, que também fica atônito. Então, uma noite, após um concerto em Bristol, os quatro resolvem ter uma reuniãozinha com Simpson para discutir os negócios. A desculpa é a de que querem traçar planos para os próximos discos e turnês - entretanto, Tony, Ozzy, Bill e Geezer já sabem, ao adentrarem com Simpson o pequeno salão do hotel onde estão hospedados, que estão decididos a dispensar os seus serviços, conforme a desculpa que ele dê para o sumiço de uma grande soma de dinheiro dos cofres da banda. O esquema amador - e nebuloso - de agenciamento de Jim Simpson estava agora difícil de ser suportado.</p><p>O empresário tenta sair pela tangente várias vezes, e com a sua típica diplomacia ferina e conversa calma, tenta enrolar os rapazes da banda com explicações sobre os custos de se agenciar uma banda como o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> - sobre ter que viajar daqui para ali, arcar com despesas de pessoal, manter uma assessoria de imprensa etc. Em suma: além de justificar todo a alta grana que vinha consumindo do <i>income</i> do Sabbath, Simpson ainda aproveita para alertar os rapazes sobre o aumento de sua fatia no bolo, que julgava ser inevitável com o crescente sucesso do grupo! Aquilo revoltou Ozzy, que no final das contas, já não estava mais com a cabeça para tanto papo furado e começou a agredir Simpson verbalmente, iniciando uma pequena confusão. Pelo menos Bill e Geezer ainda mantiveram a cabeça no lugar, e seguraram o cantor, impedindo que ele avançasse em Simpson. Este, irritado, berra com eles: "Vocês nunca vão arranjar alguém como eu!", ao que Tony responde: "Encerrado, Jim. Fim de conversa: você está fora." Até o final de novembro, eles chegariam a um acordo financeiro sobre a saída de Jim Simpson de cena, com a ajuda de advogados. O empresário, no entanto, ainda acabaria levando a banda à corte no ano seguinte, alegando ter sido prejudicado nas negociações. Era só o começo das longas dores de cabeça que o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> ainda teria por causa não do heavy metal, mas do vil metal.</p><p>São contratados, então, para cuidar dos negócios da banda, <b>Patrick Meehan</b> e <b>Wilf Pine</b>, dois profissionais que já haviam trabalhado com diversas bandas <i>pop</i> e rock inglesas, e que eram conhecidos do pessoal do Savoy Brown, uma banda de blues pesado de quem Ozzy e cia. haviam ficado amigos desde uma digressão conjunta, ainda no início de 1970, em Edmonton. O audacioso Meehan seria um dos responsáveis por tornar conhecido, no mundo do rock, o esquema "Black Sabbath" de se trabalhar: turnês incessantes e intermináveis, o direcionamento total de interesse nos álbuns, relegando singles a um plano inferior (assim como o Le zeppelin fazia), e a promoção baseada na imagem satânica da banda, mas não de um modo explícito, escancarado - mas sim, simplesmente sugerido, o que se pode notar a partir dos trabalhos gráficos do logo da banda e da capa de <i>Sabbath Bloody Sabbath</i>, de 1973. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image90.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Cartaz do show do grupo em San Francisco - tocando ao lado de feras como Love e James Gang.</i><p>Uma das primeiras atitudes de Meehan ao assumir o cargo é providenciar alguns <i>promos</i> para o Black Sabbath, os chamados "vídeos promocionais", que seriam os avós dos videoclips como hoje os conhecemos - pequenos filmes com imagens da banda tocando alguns de seus sucessos, para serem veiculados pelos grandes canais de TV de todo o mundo. Uma idéia arrojada para a época, bancada apenas pelos astros de música que tinham mais dinheiro, mas já bastante eficiente para um artista se fazer presente em terras bem além de suas fronteiras, onde dificilmente teria chances de ser chamado para tocar. Como sustentava Meehan, a divulgação da imagem de um grupo é algo importante - o que ficaria claro com a gravação do show em Paris no mês seguinte, ainda que em esquema amador, com câmeras Super-8. Logo após a apresentação do Sabbath tocando "Paranoid" no <i>Top of the Pops</i> do canal da BBC, que teve uma excelente audiência no Reino Unido, Meehan escolheu duas canções do álbum para produzir os clipes: a própria "Paranoid" e a fantástica "Iron Man" - uma canção inspirada em contos de ficção científica que, com seu riff cortante, falava sobre a incrível saga de um homem que prevê o apocalipse e, após ser desprezado por todos à sua volta, domina o mundo e se revela o próprio causador da destruição. Poucos sabem, mas a idéia original de Tony ao compor "Iron Man" era a de se produzir, em cima da canção, uma verdadeira ópera rock, aos moldes de <i>Tommy</i>, do The Who, ou a suíte <i>Atom Heart Mother</i>, do <a href="http://whiplash.net/bandas/pinkfloyd.html" class="hotwords">Pink Floyd</a>. A idéia, no entanto, diante do gritante desinteresse de Ozzy, bem como da gravadora, não vingou.</p><p>No final de novembro, então, são exibidos em rede nacional, na Inglaterra, Alemanha e nos Estados Unidos, os vídeos promocionais de "Paranoid" e "Iron Man", em diversos programas de variedades e musicais. Ao assistirem ao resultado, os integrantes da banda se surpreendem: exibidos até os dias atuais na MTV e conhecidos como "os clipes psicodélicos do Black Sabbath", os vídeos haviam sido gravados com a então novíssima tecnologia do vídeo-tape, e mostram a banda tocando sobre um fundo repleto de imagens lisérgicas em movimento, como banhos de cores e uma modelo de feições andróginas, bem ao estilão da época. Ozzy veste roupas de couro, enquanto Bill esmurra um kit-miniatura de bateria que causa risos e espanto nos que hoje assistem a estas "jóias". Apesar da reação inicial de estranhamento ao acabamento dos clipes, que nada têm a ver com o que as letras das músicas falam (bem, "Penny Lane" e "Strawberry Fields Forever", dos <a href="http://whiplash.net/bandas/beatles.html" class="hotwords">Beatles</a>, também não tinham!), Ozzy dá o seu aval e comenta com Geezer: "Legal. Imagina só a bela <i>trip</i> que os pirralhos por aí podem ter assistindo a isso após umas belas tragadas...".</p><p>Em dezembro, se dá o histórico show em Paris eternizado no filme <i>Black Sabbath - Live in Paris</i> (até hoje, distribuído como um pirata), em que um alucinado Ozzy celebriza, para o mundo inteiro, o <i>headbangin'</i> como expressão corporal típica do rock pauleira e eles tocam, em uma sequência tonitruante e perfeita, todos os seus clássicos, levando o público francês ao êxtase absoluto, e após isso, passam todo o início do ano seguinte, 1971, dando mais uma rodada pelos EUA, numa tour fenomenal e de bilhetes esgotados, apenas posteriormente voltando à Inglaterra para iniciar os trabalhos do próximo álbum. Como se percebe, a máquina não pode parar - e com Patrick Meehan no comando, ela girará ainda mais depressa, levando os rapazes da banda ao quase esgotamento físico-emocional.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image91.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Bill Ward live.</i><p>Abril de 1971: de volta aos estúdios da Regent Sounds em Londres, os quatro integrantes da banda começam a ensaiar as canções para o que seria o próximo álbum, que dura ainda mais tempo que os outros para ser produzido: aproximadamente uma semana! Apesar de ainda estarem sob a produção de Roger Bain, chama a atenção o fato de Tony e seus asseclas estarem bastante conscientes acerca de todos os processos de gravação e já haverem acumulado algum bom conhecimento sobre o que está sendo feito, sabendo absolutamente o que querem, e a ordem estava dada: aquele era para ser o mais pesado álbum da banda já gravado até então! Tal direcionamento se devia não somente à overdose de shows e êxtase em público pelos quais o grupo estava passando, fazendo com que quisessem retratar fielmente em vinil todo o peso e loucura do som deles, como também se devia ao ritmo intenso e inesgotável da vida deles, assim restando aos rapazes optarem por um som, no disco, extremamente simples e despojado, direto. Sem dúvida, é essa a sensação que temos ainda ao ouvir o 3º disco do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>, até hoje.</p><p>Algumas novas composições são notáveis - sobretudo uma nascida de uma idéia bastante crítica de Geezer e Ozzy, de como a "tia marijuana" andava tomando conta das mentes de todos por ali... "Sweet Leaf" nascera de um riffzinho bacana que Geezer havia urdido em seu baixo, e que Tony logo tratou de refazer em sua guitarra. E como um dia Ozzy, baratinado com o alto consumo de maconha entre todos, vira Bill Ward adentrar os estúdios da Regent Sounds com uma nuvem rodopiando ao redor de sua cabeça - resultado da erva que Bill ou que o próprio Ozzy estavam fumando! -, ele resolveu escrever algo a respeito, mas em tom bastante irônico, como se fosse uma <i>love song</i> que, só no último momento, o ouvinte desavisado consegue relacionar à tal folhinha.</p><p>O interessante é que, durante as gravações, enquanto o grupo ainda estava tocando versões experimentais da música para treinar, o tape foi deixado rodando, e por acidente, foi gravada uma brutal tosse de Tony Iommi próxima ao microfone de Ozzy - resultado não do consumo da própria "erva doce", como muitos fãs insistem em relatar atualmente, mas, simplesmente, de uma forte gripe que o guitarrista estava enfrentando, naqueles frios dias do início de 1971 em Londres. Depois do término das sessões daquele dia, ouvindo o resultado do que havia sido gravado, o engenheiro de som Brian Humphries chamou a atenção de Ozzy para a tosse de Tony no meio da <i>jam</i> e achou a sonoridade legal, sugerindo separá-la, colocá-la mais alto e como se fosse uma espécie de efeito para "Sweet Leaf". "Tem tudo a ver com a música", dizia Ozzy, rindo. No dia seguinte, quando Ozzy e Tony chegaram ao estúdio, eles se depararam com o resultado: um rápido loop de dois segundos da tal tosse que o engenheiro de som havia produzido, e que poderia ser usado no início ou no fim da gravação. Tony gostou da idéia, e após algumas gargalhadas, optaram por colocar o "coff coff" como uma introdução da canção, preparando o espírito do ouvinte para o que viria depois.</p><p>Outras canções interessantes figurarão no novo LP. "Children of the Grave" é outra importante declaração política da banda, sobre o destino das crianças do mundo após uma hipotética guerra nuclear (fruto, obviamente, do fantasma da Guerra Fria, que ainda rondava o mundo). "After Forever", composição de Tony, é uma crítica direta a todos que relacionam a banda diretamente ao satanismo, tentando mostrar que o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> não se resume a isso (ainda que seja o que Patrick Meehan queira...). A letra, de teor bastante religioso, faz inclusive uma ácida observação acerca de todos aqueles falsos cristãos que se escondem atrás da hipocrisia (<i>"Is Christ just a name that you read in a book when you were at school?"</i> / Cristo é apenas um nome que você viu em um livro quando você estava na escola?; ou <i>"They should realize before they criticise that God is the only way to love"</i> / Eles deviam imaginar antes de criticar que Deus é o único caminho para o amor). A faixa, inclusive, irá despertar bastante polêmica novamente na relação do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> com grupos religiosos, como ainda veremos adiante. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image92.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Ticket do show do Black Sabbath no lendário Royal Albert Hall (Londres, 1971).</i><p>Outro excelente momento do álbum será a faixa "Into the Void", que deu um trabalho imenso para ser gravada, tendo consumido um dia inteiro de trabalho dos seis dias que o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> gastou para gravar o disco. Tudo por causa de Bill, que primeiro não conseguia de modo algum acertar o tempo da canção, e depois, se atrapalhou todo nas viradas antes do solo de Tony. O baterista, traumatizado a partir de então, dificilmente se arriscaria a tocar esta canção ao vivo e, surpreendentemente, abriu uma exceção recentemente, em 1999, quando do retorno do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>, tocando-a novamente nos shows da turnê <i>Reunion</i>, em Birmingham, e não decepcionando...</p><p>Na verdade, grande parte da dificuldade de Bill em estúdio, nesta época, acontecia devido ao problema do baterista de se envolver demais com os seus vícios. Desligadão na maior parte do tempo e tendo dificuldades para se concentrar em certas sessões, Bill começou a ser encorajado pelos outros membros da banda a parar um pouco com a loucura e se sintonizar mais... pelo menos até a próxima noitada com Ozzy! O próprio vocalista, inebriado com o clima de loucura constante e excessos pelo qual a banda atravessava naqueles dias psicodélicos, deu a "Solitude", uma balada em tom depressivo composta por Geezer, uma performance totalmente incomum aos seus típicos vocais insanos e desesperados, límpida e bastante sensível, emoldurando o clima triste e desolador da música, o que levou centenas de fãs do grupo a pensarem, ao longo de vários anos, que na verdade tratava-se da interpretação de outro integrante da banda, de tão diferente que a voz de Ozzy estava. Gravada em uma noite totalmente zen - após meia dúzia de <i>joints</i> mágicos, tragados até o fim! -, terminou por estabelecer uma "ponte direta" entre a <i>trip</i> de seu intérprete e a de seus ouvintes, se tornando uma das músicas do Sabbath mais ouvidas por fãs "doidões" de erva ao longo dos anos 70.</p><p>Enquanto isso, o LP <i>Paranoid</i> já estava atingindo a marca dos 4 milhões de cópias vendidas só nos EUA! Além da súbita unanimidade, o Sabbath ainda se depararia com outra surpresa: o coração de seu fanfarrão vocalista, quem diria, havia sido flechado...</p><p><b>No próximo capítulo: em meio a toda a confusão, Ozzy ainda arruma tempo para o seu primeiro casamento, o grupo acaba assumindo os EUA como o seu segundo lar (onde será gravado o Vol. 4), e acontecimentos escabrosos ainda rondam um tenso e fadigado <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>... Confira!!!</b></p><p><br /></p><p><b><a href="http://whiplash.net/materias/sabbath/000340-blacksabbath.html">http://whiplash.net/materias/sabbath/000340-blacksabbath.html</a><br /></b></p><div class="hr"><hr /></div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-39765657719567908852009-09-19T05:25:00.000-07:002009-09-19T05:47:51.195-07:00'Ele agarrou minha perna', conta jovem que encontrou 'ET' no Panamá<!-- BLOCOS DAS FERRAMENTAS Esse Bloco é utilizado para mostrar os conteudos dos formularios da barra de ferramenta - Imprimir - Comentarios - indicar materia e etc.. --> <div id="box_ferramenta"> </div> <!-- MATERIA --> <h1><br /></h1> <p class="mFonte"><br /></p><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/6JivDIjuWZs&hl=en&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/6JivDIjuWZs&hl=en&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object> <br /><br />Os adolescentes panamenhos que teriam encontrado e matado uma criatura estranha em Cerro Azul, no Panamá, relataram a um canal de televisão local como foi o contato com o bicho.<br /><br />O ser não identificado é apontado como extraterrestre, mas pode ser apenas um animal ainda não catalogado pelos biólogos ou com problemas de formação.<br /><br />"Ele agarrou minha perna", conta um dos cinco adolescentes, que estavam em torno do lago, no sábado (12), quando viram uma criatura bizarra saindo de uma gruta.<br /><br />Assustados com sua aparência e com medo de serem atacados, os jovens atiraram pedras até matá-la e a jogaram na água. "Ficamos muito assustados", explica outro garoto. "Não sabíamos o que fazer, e acabamos nos apavorando", diz.<br /><br />A notícia logo se espalhou pela cidade. Retirada do lago, a criatura foi apontada como um "ET" por moradores da região e pela imprensa local.Outros a descreveram como o personagem "Gollum", da trilogia "O senhor dos anéis".<br /><div> <div style="margin: 11px; overflow: hidden; width: 595px;"> <div style="padding: 5px; font-size: 10px; color: rgb(51, 51, 51);">foto: Reprodução/Canal 13/Telemetro.com</div> <div> <img src="http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/foto/0,,21973182-FMM,00.jpg" alt="i" class="imgCenter" align="center" width="595" height="424" /></div> <div style="padding: 5px; background-color: rgb(238, 238, 238); color: rgb(51, 51, 51);">iJovens narram encontro com 'Gollum' no Panamá: 'ele agarrou minha perna', conta uma das testemunhas</div> </div> </div>Ouvido pela rede de jornalismo Telemetro, o especialista em vida silvestre do órgão nacional de meio ambiente Melquiades Ramos disse que o caso está sendo investigado e que as características da criatura são "muito peculiares".<br /><br />Nesta terça-feira (15), foi encontrado no local um animal sem cabeça, que seria um bicho-preguiça. Ainda não se sabe se há alguma relação com o caso do ser encontrado no fim de semana.<br /><br />18/09/2009 - 19h14 ( - gazeta online)<br /><br /><a href="http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/09/536307-ele+agarrou+minha+perna++conta+jovem+que+encontrou+et+no+panama.html">http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/09/536307-ele+agarrou+minha+perna++conta+jovem+que+encontrou+et+no+panama.html</a>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-55887759085840208222009-09-12T14:56:00.000-07:002009-09-12T14:57:25.199-07:00Parte 04 - Voz num Pedaço de Plástico<p><b>Sexta-feira 13: dia do azar? Não para a maior banda de heavy metal do mundo... Um espetacular golpe promocional e muita polêmica marcam o lançamento de um disco que iria abalar todas as estruturas do rock como forma de arte popular, chamando a atenção de fãs, críticos furiosos, jornalistas, e certos grupos radicais que ainda iriam dar muita dor de cabeça aos 4 rapazes de Birmingham. E os EUA já começavam a ficar de olho! Dali para a eternidade, agora, era só um passo. Do interior da Inglaterra para Londres e o mundo; do inferno para as alturas: assim foi o Black Sabbath no início do ano de 1970.</b></p><div class="bannersParagrafo"><script type="text/javascript">google_ad_client = "pub-5493259958082958";google_ad_slot = "8203730449";google_ad_width = 468;google_ad_height = 60;</script><script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"></script><script src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/expansion_embed.js"></script><script src="http://googleads.g.doubleclick.net/pagead/test_domain.js"></script><script>google_protectAndRun("ads_core.google_render_ad", google_handleError, google_render_ad);</script><ins style="border: medium none ; margin: 0pt; padding: 0pt; display: inline-table; height: 60px; position: relative; visibility: visible; width: 468px;"><ins style="border: medium none ; margin: 0pt; padding: 0pt; display: block; height: 60px; position: relative; visibility: visible; width: 468px;"><iframe allowtransparency="true" hspace="0" id="google_ads_frame1" marginheight="0" marginwidth="0" name="google_ads_frame" src="http://googleads.g.doubleclick.net/pagead/ads?client=ca-pub-5493259958082958&output=html&h=60&slotname=8203730449&w=468&lmt=1252007039&flash=10.0.32&url=http%3A%2F%2Fwhiplash.net%2Fmaterias%2Fsabbath%2F000329-blacksabbath.html&ref=http%3A%2F%2Fwhiplash.net%2Findices%2Fsabbath.html&dt=1252792539592&correlator=1252792539594&frm=0&ga_vid=875882887.1247576456&ga_sid=1252792517&ga_hid=611285760&ga_fc=1&u_tz=60&u_his=3&u_java=1&u_h=800&u_w=1280&u_ah=800&u_aw=1280&u_cd=32&u_nplug=34&u_nmime=122&biw=1280&bih=644&fu=0&ifi=1&dtd=25&xpc=pucnhLLzMP&p=http%3A//whiplash.net" style="left: 0pt; position: absolute; top: 0pt;" vspace="0" scrolling="no" width="468" frameborder="0" height="60"></iframe></ins></ins></div><div class="hr"><hr /></div><!-- google_ad_section_start --><p><b>Parte 4 - Voz num Pedaço de Plástico</b></p><p>O primeiro registro em LP de uma das maiores bandas de heavy metal do mundo não gastou mais do que 1.200 dólares (na época, o equivalente a uma mixaria: 600 libras inglesas) e três dias em um pequeno estúdio alugado pela Vertigo para ser finalizado. Esta pequena grande obra-prima do rock, sumarizada em apenas 7 faixas (se você não contar "Wicked World", que apenas recentemente, com o advento do CD, seria incluída como <i>bonus track</i>), foi o resultado de sucessivas <i>jams</i> em estúdio feitas com o intuito de aprimorar e dar um acabamento final a várias canções e idéias que o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> já vinha até mesmo apresentando em shows, ou ensaiando repetidamente, até encontrar um tom certo, ou a letra ideal. Recentemente, fãs do mundo todo puderam ouvir, em uma coletânea lançada por Ozzy Osbourne em carreira solo, <i>Ozzmosis</i>, as versões originais de músicas como "N.I.B." e "Behind the Wall of Sleep", oriundas de demos gravadas naqueles dias históricos, que são dois dos clássicos presentes no disco. Para a introdução da sorumbática "The Wizard", por exemplo, o clima de total improvisação nos estúdios levou Ozzy a surrupiar a gaitinha de um dos funcionários do local e assoprá-la desleixadamente, a ponto de Geezer e Tony gostarem do som e o pedirem para incluí-lo na música. E, tirando o pau absoluto que é a música-título, aquele hino eterno que batizou a banda e que sempre foi presença cativa em qualquer show que eles dessem, a conclusão do álbum é composta de dois momentos bem típicos do início de carreira jazz-bluesístico da banda: "Sleeping Village" e "Warning" eram duas viagens que eles já vinham tocando muito ao vivo, e que faziam parte dos longos momentos de improvisação nos palcos - ou porque Ozzy já estava muito bêbado e cansado, e precisava se recompor um pouco, ou porque o repertório não era muito extenso mesmo, e não estava lá essas coisas. </p><p>De qualquer forma, para a platéia mais purista e radical do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>, o som destes primeiros registros sempre será o mais preferido entre todos, e o que melhor tiraram: a inexperiência do grupo em gravações e o senso novato de experimentalismo de Roger Bain (que produziu as sessões e os acompanharia nos discos seguintes, tornando-se um dos membros da "máfia" da banda) deu luz a um polimento cru e estilizado que ainda não tinha precedentes na história do rock, gravado amadoristicamente dentro de 8 horas em duas antiquadas máquinas de 4 canais! Tudo bem que grupos como Cream, Led Zeppelin e Jimi Hendrix Experience já estavam delineando uma equalização mais clara para baixo-guitarra-bateria - mas ninguém os havia feito soar tão secos e primais como Bain e o Sabbath naquele petardo gravado em fins de 1969. Para o caro leitor ter uma idéia do que eu estou falando, experimente pôr "Black Sabbath", a música, para rolar exatamente na parte em que ela fica mais pesada, e contraste a aparição da guitarra e do baixo nesta gravação com as aparições dos mesmos instrumentos em outros clássicos do mesmo período, como "Dazed and Confused", do Led Zeppelin, ou "Born to be Wild", do Steppenwolf (ambos sendo os grupos <i>heavy</i> que mais estavam fazendo sucesso na época). A mixagem é bem mais radical - a ênfase nas distorções é outra coisa. O conceito de gravar o rock pesado mudou totalmente com o primeiro álbum do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>, não havendo como negar que muita gente na Londres da época - e, por conseguinte, no resto do mundo - ficou boquiaberta quando retirou o vinil preto de sua embalagem macabra e o colocou em contato com a agulha do toca-discos. Obviamente, a maioria das reações, como veremos logo a seguir, seria da maior negatividade possível, exatamente por causa de tamanha estranheza. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image45.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Um breve descanso no Hyde Park de Londres (1970).</i><p>Finalmente, após alguns dias de discussão com Jim Simpson e membros da Vertigo Records, ficou definido qual seria o primeiro compacto a ser lançado, para puxar as vendas do LP: iria conter "Evil Woman (Don't Play your Games with Me)", um cover de Wegand-Waggoner que era um sucesso pop nos anos 60. Já uma das preferidas da banda, "Wicked World", seria relegada a um medíocre lado B no compacto. Resta dizer que, como os executivos da gravadora pressionavam Simpson e os rapazes para que ao menos UMA cançãozinha mais pop fosse gravada para o álbum (que já ia ter tanta coisa pauleira e fora da estética "paz e amor" daqueles tempos), Ozzy e cia. gravaram bem que a contragosto "Evil Woman", e mesmo numa performance desanimada - ainda hoje, pode-se ouvir, especialmente na edição remasterizada digitalmente do álbum, como Ozzy praticamente "mastiga" as letras, resmungando-as sem muita empolgação, e Tony realiza um dos mais soporíferos solos de sua carreira, contribuindo para quebrar totalmente o clímax da faixa. Ainda como uma doce vingança, e em atitude de real protesto, pois não queriam mesmo gravar a tal música, o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> jamais a tocaria ao vivo, detonando sempre "Wicked World" em todas as apresentações, e toda vez que algum fã abria a boca para pedir "Evil Woman", nem sequer davam muito ouvido a tal requerimento.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image46.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Uma das fotos promocionais tiradas para o lançamento do primeiro LP (1970)</i>.<p>Pois bem. Foi dito logo atrás, e já por muitos sugerido, em inúmeras outras biografias da banda e artigos sobre eles, que o mundo, no final de 1969 / início de 1970, estava absolutamente despreparado para o impacto do Black Sabbath: a proposta estética do grupo, o som, as letras etc. Até os próprios homens dentro da Vertigo, em sua maioria, torciam o nariz para o que o grupo estava fazendo - lembremo-nos que era ainda final dos anos 60: Woodstock tinha acabado de rolar, o princípio do prazer da filosofia bicho-grilo estava em alta, era tudo na base do slogan "paz e amor", a Era de Aquário e o homem pousando na Lua, tudo parecendo querer anunciar uma nova fase para a humanidade, com o homem no centro de grandes revoluções mentais que, a bem ou mal da verdade (violentos protestos estudantis, <a href="http://whiplash.net/temas/drogas.html" class="hotwords">drogas</a> e o sangrento festival de Altamont, dos Rolling Stones, estavam no meio do caminho...), pretendiam trazer uma nova concepção de sociedade, mais harmoniosa, a todo o globo terrestre. Pelo menos era isso que grande parte da mídia da época, completa e lisergicamente desbundada com os novos acontecimentos (ou <i>happenings</i>, um termo tão caro a uma década de tantas inovações) parecia querer transmitir. Salvo alguns casos isolados aqui ou ali, de vozes mais inconformistas que não acreditavam que a roda da História teria seus rumos mudados por meio de tanta "festa" e libertação, o clima da época era, realmente, o das letras dos Beatles em "All You Need is Love" e "Yellow Submarine". Inclusive, para os membros das grandes gravadoras e conglomerados da comunicação, as indústrias do entretenimento, que, com a maior paz e amor também, enchiam seus bolsos com todo este movimento...</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image47.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Registro dos ensaios para a gravação do primeiro disco: Ward discute com os companheiros o ritmo de "N.I.B." e "Behind the Wall of Sleep".</i><p>Acontece que - e aí deve-se notar a grande importância de bons empresários no ramo da música - a capacidade de persuasão de Jim Simpson foi vital na hora de apostar na credibilidade da proposta macabra e soturna do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> dentro da Vertigo, convencendo muitos lá dentro (inclusive os mais empedernidos "executivos hippies" da gravadora, mais fãs de jazz, música folk e progressiva do que tudo) de que era algo novo a ser tentar e extremamente válido. Foi neste contexto que foi urdida a também histórica e imprescindível capa do disco: a lendária bruxa que sai de sua casa mal assombrada, caminhando em meio a um bosque noturno!</p><p>O interessante é que a arte de capa ainda traria um notável detalhe, presente apenas nas primeiras edições, originais, do vinil, e sobre o qual o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>, surpreso, não havia nem sido consultado: a figura de uma cruz invertida, na contracapa do disco, com o tétrico poema tradicional "Still Falls the Rain", inscrito no corpo da cruz - uma propaganda pra lá de convincente da postura satânica da banda que nem Simpson esperava conseguir dos empresários da Vertigo! Na verdade, após alguns meses negociando com o grupo, a gravadora havia finalmente se decidido a apostar na tal tendência de "horror" deles. Pode ser que muito mais como um lance <i>kitsch</i> mesmo, na base da brincadeira, soando como um divertido filme B que chamaria a atenção de todos - mas o importante é que colou. E como colou.</p><p>Segue a íntegra do poema colocado na inscrição da cruz invertida, para se ter uma idéia da imagem do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> que estava sendo exposta ao grande público. Este poema seria retirado da contracapa do disco nas edições seguintes:</p><center><i><br />"AINDA CAI A CHUVA"<br />Os vestígios da escuridão se amoldam às árvores escurecidas<br />Que, contorcidas por uma violência desconhecida<br />Deitam suas folhas cansadas, e dobram seus galhos<br />Frente à Terra decadente, repleta de asas de pássaros</i><p><i>Entre as folhagens, cães sangram diante da morte gesticulante<br />E jovens coelhos, nascidos mortos em armadilhas<br />Permanecem imóveis, como se guardando o silêncio<br />Que ecoa e ameaça engulir<br />Todos aqueles que se atrevem a escutá-lo</i></p><p><i>Pássaros mudos, cansados de repetir os horrores de ontem<br />Gorjeiam juntos no recesso das colheitas malditas<br />De cabeças retornadas dos mortos,<br />Do cisne negro que flutua desvanecido em uma pequena poça na choça</i></p><p><i>Dali emerge uma inebalável e misteriosa bruma<br />Que traça seu caminho em direção a circundar os pés<br />Da estátua degolada de um máritr<br />Cuja única realização foi morrer muito cedo,<br />E que não poderia esperar a derrota</i></p><p><i>A catarata da escuridão se forma densa<br />E a longa noite macabra se inicia,<br />Ainda perto da lagoa, uma jovem garota espera,<br />Ainda que ela acredite ser ela mesma etérea<br />Ela sorri tenebrosamente ao tocar de sinos distantes,</i></p><p><i>... E a chuva continua caindo.</i></p></center><p align="justify">Como se pode perceber, foi uma obra escolhida a dedo pelo pessoal da Vertigo para incrementar o LP, e que tinha TUDO a ver com a faixa-título do disco, propiciando o clima ideal para que qualquer roqueiro desavisado que se atrevesse a escutar "Black Sabbath" sentisse aquele frio na espinha... Além disso, como de praxe no rock a partir dos anos 60, a notória capa da bruxa foi de um êxito incrível ao não apenas dar um suporte visual à postura da banda, como também a incrementar as rodas de discussão sobre mensagens ocultas em capas de álbuns de rock - fãs do grupo, entorpecidos de ácido, "viajaram" na tal ilustração, e passaram a espalhar, aos quatro cantos, que era só prestar atenção e, como nas famosas imagens tridimensionais, você poderia ver figuras fantásticas e criaturas fantasmagóricas no bosque da bruxa. Uma lenda que só ajudou ainda mais a fama do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> e que se perpetua até hoje, ainda que muitos desesperados tenham que apelar para lupas nestes dias atuais de minúsculas capinhas de CD...</p><p>Lançado em plena sexta-feira 13, do mês de fevereiro de 1970 (isso todo mundo já sabe...), o primeiro disco do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> fez mesmo história. E não apenas pelos diversos fatos polêmicos que geraria e nem pelo impacto da novidade, mas também por fatores extremamente comerciais: quem diria que aquele disco, precariamente produzido e definido, por certos críticos musicais de então, como "música primária, feita por e para macacos", iria simplesmente desbancar das paradas inglesas o último álbum dos Beatles, o póstumo <i>Let it Be</i>, que já vinha há seis semanas na liderança absoluta? Pode parecer brincadeira, mas foi o que realmente aconteceu. E você pode imaginar a cara de Ozzy - um ex-fã babão de Beatles cujo destino parecia ser o de mendigo ou batedor de carteiras - quando a gravadora deu a notícia a ele e seus colegas. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image48.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Black Sabbath (1970) - o primeiro LP.</i><p>Apenas alguns dias antes, ele havia chegado em sua casa, em Birmingham, parecendo o Coringa, inimigo do Batman: mais sorrindo do que tudo, as pontas da boca indo até as orelhas, carregando uma das primeiras cópias prensadas do álbum <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>, para mostrar à sua orgulhosa família. Já entrou para o reino da mitologia pop a frase que ele falou assim que abriu a porta: "PAI! MÃE! Olha só: É MINHA VOZ NUM PEDAÇO DE PLÁSTICO!!!" (apesar da lenda dizer que ele ligou para sua mãe e, por telefone, disse algo parecido). Após as risadas de praxe, seguiu-se a surpresa... e, é óbvio, a perplexidade, que parecia marcar tudo que o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> fazia naquele tempo. Ao colocar o disco na vitrola para ouvir, o pai de Ozzy começou a ficar encucado com a voz do filho na gravação - ele não a reconhecia em momento algum. Primeiro, levantou-se da poltrona, foi até o aparelho e o observou detidamente, para ver se não estava com nenhum defeito de rotação. Olhou, olhou... e depois virou a cara para um desconcertado Ozzy e, em um típico tom zombeteiro, perguntou-lhe: "Você tem certeza que anda fumando só cigarros?". Apesar do tom de galhofa, era uma evidente premonição: se desdobrando em <i>gigs</i> intermináveis por toda a Inglaterra e outros países da Europa, como Alemanha, Suécia, Dinamarca e Holanda, em franco e crescente sucesso, Ozzy e cia. já começavam a travar contato com as substâncias químicas que os fariam perpetrar verdadeiras loucuras nos anos seguintes, direto do submundo dos backstages.</p><p>Por outro lado, nem tudo eram risos e deboche: Geezer Butler, na opinião de seus familiares, retornando para casa após a gravação do disco e alguns shows para promovê-lo, não parecia estar tão alegre ou satisfeito. Só que muito mais por problemas de convicção íntima e de ordem religiosa do que por qualquer outra coisa: o baixista, já bastante ligado em misticismo desde antes de sequer ouvir falar em Tony Iommi ou <a href="http://whiplash.net/bandas/ozzyosbourne.html" class="hotwords">Ozzy Osbourne</a>, e principal responsável pela mudança do nome do grupo, andava bastante "amarelado" com a imensa projeção que a aura de "magia negra" em torno de sua banda começava a tomar - um problema que iria aumentar em torno dos meses e anos seguintes em proporções estratosféricas. Sempre que um muito sério Geezer comparecia a shows e ensaios da banda e Ozzy o fitava na cara, a partir de então, não faltavam motivos ao vocalista para fazer piadinhas sobre Geezer: "Geezo inventou esse nome, mas agora fica aí se cagando de medo, hahahahaha...". Entretanto, as coisas ficariam tão sérias a partir do sucesso do primeiro disco do grupo, que logo todos os seus quatro membros começariam a ficar arrepiados.</p><p>As estórias ao redor do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> nestes seus primeiros anos de prestígio e desbravamento do gênero "heavy metal satânico" são tantas e tão fantásticas que seria realmente preciso um livro só, inteiro, para relatar todas elas. Mas vamos tentar resumir tudo aos principais fatos.</p><p>Logo a partir dos primeiros shows que marcaram o lançamento do álbum <i>Black Sabbath</i>, um sem-número de pessoas vestidas de preto e ostentando enormes cruzes invertidas penduradas no pescoço começou a marcar presença com constantes aparições nas platéias, como se fosse um verdadeiro movimento. Inicialmente, o fato passou desapercebido pelos membros e empresário do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> - entretanto, no decorrer das numerosas e bem-sucedidas gigs que se seguiriam, estas misteriosas figuras começariam a ser notadas. Sobretudo, em certos momentos: na execução ao vivo de "N.I.B.", por exemplo, até hoje um dos maiores hinos do Sabbath, no momento em que Ozzy cantava "My name's Lucifer / Please, take my hand" (Meu nome é Lúcifer / Por favor, tome minha mão), flashes de rostos ensandecidos em exaltação e berrando alucinadamente, com punhos levantados, começariam a se destacar no meio de público. Em uma reação anormal e cada vez mais estereotipada, também eram percebidos vociferando imprecações ao belzebu em meio a números como "The Wizard" ou a própria "Black Sabbath", especialmente no momento em que Ozzy se atrevia a repetir aquela famosa risada em tom diabólico que marcava um dos momentos lentos da canção. Certa noite, Tony inclusive comentou com Simpson, após uma apresentação em Kiel, em uma das noites do "Progressive Pop Festival" que lá estava ocorrendo: "Acho que estamos sendo levados a sério um pouco demais." Logo, tais suspeitas iriam ser mais do que confirmadas.</p><p>As datas marcadas não paravam: de uma só vez, fariam todo o circuito nobre do <i>showbiz</i> europeu, com apresentações no Marquee (ao lado do Gentle Giant em uma noite histórica), no Mothers Festival de Edinburgh, no Arts Centre de Cardiff (onde, já com um nome em alta, se redimiriam depois daquele fiasco de início de carreira), no Dunstable Civic de Essex e, logo mais adiante, no segundo semestre daquele ano, já estavam confirmadas duas apresentações no célebre Olympia, em Paris (performance esta que seria eternizada como um dos primeiros shows filmados do grupo). Não importava aonde fossem: onde quer que estivessem tocando, lá estavam as seitas ocultistas com os mesmos olhares vidrados, as mesmas roupas e cruzes de cabeça para baixo, prestando homenagens especiais ao som da banda em meio a toda a ovação geral. Conforme relatado no capítulo anterior, o final dos anos 60, com seu espírito libertário de novas tendências místico-religiosas e experimentalismos, havia abrido uma brecha virtuosa para que estilos de vida alternativos, indo contra os padrões estabelecidos, proliferassem. E se por causa disso tantas seitas satânicas despontavam, principalmente na Europa, agora, que surgia uma banda que tratava abertamente de temas melindrosos, como a presença do demônio sobre a Terra, e as influências de bruxos, magos e forças ocultas em plena ação no cotidiano, parecia que tudo se encaixava. Em suma, o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> passava a ser tido como uma trilha sonora ideal para tal movimento!</p><p>Apesar de todos os calafrios que isso pudesse causar à primeira vista, um mérito deve ser dado aos satanistas que começaram a seguir o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> aonde quer que fossem: foram eles os primeiros responsáveis pela projeção da banda na mídia e nas grandes manchetes da imprensa pois, até então, estavam restritos ainda somente às fiéis e numerosas hordas de fãs particulares, ao mesmo estilo de outra banda <i>cult</i> da época, o Led Zeppelin. Em maio de 1970, um artigo publicado no semanário musical Sounds, de Londres, chama a atenção para uma jovem bruxa, não identificada, que vai a todos os shows do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>, os perseguindo por toda a turnê, pois os considera "guias espirituais" e "pregadores da palavra de uma <i>nova ordem</i>". Logo outras matérias na imprensa pipocam, atraindo amplamente a atenção de todo o Reino Unido e, por conseguinte, da Europa. Já em junho, em outra nota publicada no caderno de música de de um jornal especializado, o Disc, o correspondente Mark Stevens relata com galhardia o clima em torno da participação do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> no famoso programa de rádio de John Peel, da BBC: </p><p><i>"Havia um sem-número de jovens senhoras do lado de fora dos estúdios Paris (onde o programa era gravado) aguardando a aparição dos "cavaleiros das trevas", e que me contavam, animadamente, que as cruzes invertidas desenhadas em suas testas eram uma indicação perfeita de como elas eram devotas do diabo. De revolucionárias de fim-de-semana a devotas do diabo de fim-de-semana... pode imaginar? No espírito da pesquisa que motiva cada movimento que faço em busca da notícia, irei entrevistar uma dessas devotas do diabo para esta coluna na semana que vem. E quem sabe ela tenha um "Eu amo Belzebu" tatoado nela? Descubra na próxima semana, aqui na DISC."</i></p><p>De uma forma irônica, Stevens relata a diferença entre o espírito revolucionário do final dos anos 60, em que protestos estudantis e hippies apareciam a toda hora (a referência a "revolucionários de fim-de-semana" ) e o espírito sem rumo dos novos tempos, em que a tônica parecia ser a divisão da juventude em grupos com interesses específicos, como o satanismo ("devotas do diabo de fim-de-semana"), nos dando um belo retrato daquela geração e da época em questão: a ascensão mal-assombrada do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> ao topo da música pop.</p><p>Bem, poderia ser a maior propaganda negativa que um grupo de rock já tivesse conseguido - nem os Rolling Stones, com a sua "Sympathy for the Devil", de 1968, anos-luz mais ingênua que os sons do Sabbath, haviam chegado perto disso. Mas era propaganda: e passou a veder bem, no melhor estilo "falem mal, mas falem de mim". Logo, foi preparado o lançamento do primeiro álbum nos EUA - o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> estava prestes a fazer a sua "invasão britânica". E, em meio a todos os boatos em torno da magia negra que girava sobre a banda, o disco <i>Black Sabbath</i> chegaria às lojas americanas com uma bela campanha promocional da Vertigo, sustentada pelos buchichos das revistas musicais inglesas, e vendendo muito bem para uma banda estreante. No final de 1970, chegaria a 5.º lugar na Billboard. Só um pequeno detalhe: no velho estilo conservador americano, a capa da bruxa havia sido barrada, e as primeiras tiragens americanas do disco sairiam com uma capa escura, só com uma cruz , o nome da banda e das músicas. Apenas nas reedições dos anos seguintes é que os americanos conheceriam o trabalho de arte original do LP.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image48.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Promo da banda tirado em agosto de 1970 - eles se preparavam para entrar em estúdio para as gravações do segundo álbum.</i><p>Enquanto isso, para a banda, a barra começa a ficar cada vez mais pesada...</p><p>Em uma tranquila noite de agosto, após tocarem para um público de 1.200 pessoas em Leicester, o empresário Jim Simpson recebe, em seu escritório, um misterioso telefonema de uma senhora que se intitula "Madame Svetla". De forte sotaque germânico, a tal Mme. comenta o quão excitante é o som do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> e como a performance dos rapazes é insuperável, logo se pronunciando a líder de uma seita satânica que gostaria muito de tê-los tocando em um evento a ser promovido - uma espécie de encontro em Hamburgo dali a um mês, uma reunião de grupos ocultistas de várias partes do mundo. Em outras palavras, uma "convenção de bruxos" mesmo. Simpson fica meio espantado com o tal convite, mas como empresário que é, se prontifica a contatar o grupo para marcar a data. E quem disse que eles topariam ir...</p><p>Geezer é o primeiro a esbravejar com Simpson. Irritado, o baixista argumenta que "esse negócio já está indo longe demais", seguido por Tony. Bill fica mais na dele, mas perguntado, mostra também certo descontentamento em aceitar a proposta. Ozzy, assustado com aquilo tudo, e um pouco travado por causa de inúmeros <i>brandies</i> que ele vinha bebendo com Bill desde a passagem de som à tarde, se limita a dizer: "É, não acho que seja legal." Para meninos pobres de Birmingham, vindos de um lugar conservador e humilde como aquele, era uma idéia que realmente soava um pouco forte demais à primeira vista - serem levados a sério como <i>porta-vozes dos adoradores do diabo!</i> A bem da verdade, tinham todo um visual desleixado (roupas, cabelos, barbas e bigodes) típico da época, mas nem bichos-grilos eles eram! "Acho que nossa música é uma reação a toda essa merda de paz e amor que ficam falando por aí. Se você olhar bem, o mundo não é bem isso!", havia dito Ozzy, em uma de sua primeiras e famosas declarações abertas, na semana de lançamento do primeiro LP.</p><p>Diante da recusa da banda, noticiada por Simpson a Mme. Svetla, o inferno estava traçado. Possessa (sem trocadilhos!), a bruxona mandou ver uma terrível maldição a todos os membros da banda, primeiramente passada por telefone a Simpson mesmo, e posteriormente, aos seus próprios integrantes, já que seguidores da seita descobriram seus números de telefone e passaram a ligar incessantemente. Diziam que todos eles iriam morrer em acidentes horríveis na estrada. Que perderiam para sempre o talento para fazer música. Que seriam abatidos por desgraças terríveis - familiares, inclusive. Em suma, que iriam muito brevemente encontrar a danação total, por haverem tido coragem de recusar tal oferta de renderem um tributo a seu senhor Satã, o Lorde da Trevas... </p><p>Aquilo deixou os nervos da banda em frangalhos. Apesar da vida continuar, e todos terem que prosseguir em ensaios, shows, entrevistas e o escambau, era visível a situação tensa que os integrantes da banda passaram a viver. Geezer começou a se aprofundar ainda mais em seus estudos sobre misticismo, chegando a concorrer com Jimmi Page e Ritchie Blackmore, outros supersticiosos famosos, em manias e simpatias de camarim. Não menos que umas trinta vezes foi visto caregando sacos de velas e incensos aonde quer que a banda fosse tocar, ao ponto de sua patética obsessão em realizar orações e intenções para afastar as influências do mal sobre a banda chegasse às raias da paranóia. Bill foi outro que ficou sobressaltado - o baterista se lembra de ter ficado quase quatro noites ligado direto naqueles dias, sem dormir um só segundo, achando estar ouvindo barulhos estranhos e com medo de adormecer e morrer durante o sono, vítima de uma causa qualquer. Assombrado, ele se encharcava de <a href="http://whiplash.net/temas/drogas.html" class="hotwords">drogas</a> ainda mais do que qualquer de seus colegas, numa inútil e malfadada tentativa de amainar o medo que sentia. Como todos devem saber, o consumo de entorpecentes, como a maconha (que passou a ser a droga n.º 1 no cardápio da banda, a partir de então) e certas pílulas <i>downers</i> (tranquilizantes) podem intensificar, ao invés de amenizar, os efeitos alucinógenos de uma <i>bad trip</i> induzida pelo estado de pânico. Bill passou a ser visto por todos, princpalmente nessa época, como uma "chaminé de <i>marijuana </i>ambulante" nos <i>backstages</i>...</p><p>Tony, o mais frio e calmo de todos, era o que procurava menos se preocupar com as más impressões deixadas pela tal seita. Concentrava-se logicamente em todas as possibilidades de maus acontecimentos, tentando descartá-las, ao mesmo tempo em que <i>fumava unzinho</i> pra relaxar entre um show e outro e, obcecado, buscava riffs na guitarra para o novo repertório da banda. A cada telefonema, no entanto, a tranquilidade ia embora, e o guitarrista só voltava a respirar aliviado uns cinco segundos depois de titubeantemente atender a chamada. </p><p>Para Ozzy, no quesito telefone, a situação havia ficado bem mais dramática. Apesar de ser eternamente considerado o "doidão", o "porra-louca" da banda, o lado sensível do vocalista aflorou bastante nesta época, e as crises de choro por conta do medo vivido diante das ameaças que passaram a rondar a banda não foram poucas. Chegou a ficar várias semanas longe de telefones, sofrendo uma verdadeira crise do pânico. Em uma crise etílica, após chegar em um quarto de hotel para um show do Sabbath em Brighton, arrancou o aparelho da parede e o atirou longe pela janela, quase acertando em cheio um transeunte que passeava por ali com sua cadelinha. O consumo de <a href="http://whiplash.net/temas/drogas.html" class="hotwords">drogas</a> do cantor também aumentara assustadoramente.</p><p>Durante uma de suas visitas à casa dos pais, em Birmingham, o papai John Thomas não pôde deixar denotar o estado lastimável em que se encontrava o seu filho mais querido e sentou-se com ele para uma conversa, perguntando seriamente o que estava acontecendo. Após o relato transtornado do filho, ele se levantou e disse: "Vocês têm que ter fé. Precisam claramente de uma proteção, mas nada vai adiantar se não tiverem fé", e saiu. Dali a algumas horas, ele voltou de dentro da pequena oficina particular que ele havia montado em sua casa, trazendo um reluzente presente para Ozzy: uma pesada cruz de alumínio, feita para ser carregada em uma corrente, no pescoço, e segundo John Thomas, "para afastar todos os espírito maus que se atreverem a se aproximar". Dali a alguns dias, os outros membros do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> estariam voltando a Birmingham, para uma visitinha à casa dos pais de Ozzy, onde ganhariam também, cada um deles, uma cruz igual, no mesmo estilo, para defendê-los de todo o mal e fortificarem sua fé. Em uma recente entrevista, Bill Ward revelou: "Foi um dos melhores presentes que já ganhei em minha vida. Estávamos passando por um estado tal de paranóia que eu simplesmente não sei o que poderia acontecer se continuássemos daquele jeito. Até hoje eu tenho a minha cruz, guardada - ainda a que o pai de Ozzy fez pra gente! Se transformou em uma espécie de amuleto, para todos nós, acredito... Já o Ozzy, bem, ele apanhou uma mania tão grande de usar cruzes no pescoço, que agora ele já anda por aí com umas cruzes de 14 quilates!".</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/Image50.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><i>Foto de culto de uma seita de adoradores do diabo na Europa</i>.<p>As perseguições das seitas satânicas, entretanto, não paráram por aí, e ainda iriam se intensificar mais, como veremos a seguir - especialmente após o lançamento do álbum seguinte, que a Vertigo já vinha cobrando, para capitalizar em cima do sucesso crescente da banda. No comecinho de agosto, o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> entraria no estúdio para começar as sessões de gravação de seu segundo LP, aquele que se tornaria o seu mais famoso trabalho, e considerado, até hoje, a sua "obra-prima".</p><p>Antes disso, no entanto, um outro incidente marcaria a memória dos membros da banda, a ponto de ser imortalizado em uma das próximas canções: após um concerto em Dusseldorf, na Alemanha, ao deixarem o salão onde haviam se apresentado, foram abordados por um grupo de jovens <i>skinheads</i> que passaram a olhá-los desafiadoramente. No melhor estilo "carecas do subúrbio", a gangue toda calçava botas militares, coturnões mesmo, e ameaçava hostilizar os membros da banda, debochando dos cabelos e indumentária deles - é notório o ódio que os skinheads sempre tiveram dos hippies, e esse era exatamente o visual que o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> ostentava na época, com suas longas cabeleiras desgrenhadas. "Aposto como ao rasparmos essas jubas com lâmina enferrujada eles vão gemer e chorar como as verdadeiras mariquinhas que são!", arrotava um dos líderes da gangue, enquanto Bill, em ponto de bala, já levava a mão ao bolso onde estava uma velha corrente que ele carregava. Geezer também olhava furiosamente os caras e Tony tentava contornar a situação sem dar muita atenção para as ofensas. Entretanto, quando Ozzy chegou lá fora, a usual garrafa de Chivas Regal em uma das mãos, a confusão estava armada: foi aquela enxurrada de palavrões de corar até um Eddie Murphy... </p><p>A esta altura, Simpson já havia notado a confusão e saiu correndo para o local com dois <i>road managers</i> brutamontes que estavam com eles na época, enquanto o dono do salão ligava para a polícia. No final das contas, depois de algum "deixa disso", as sirenes das viaturas ao longe já se faziam ouvir e a turma de neonazistas se dissipou - mas não sem ter arrastado, em meio a toda a confusão, parte do equipamento do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>, enquanto eles se distraíam com a confusão. "Nazistas filhos da puta, então é isso na verdade que eles queriam mesmo: era só pegar uns amplificadores pras suas farrinhas em ode a Hitler!", berrara Ozzy. </p><p>Semanas depois, em um pub em Londres, enquanto derramava uns goles em companhia de amigos, Ozzy contara o caso, obviamente aumentando todas e quaisquer vantagens para o seu lado, numa verdadeira <i>narrativa de pescador</i>: ele havia esfaqueado um e quebrado a cara do outro ao mesmo tempo, enquanto pisava no pescoço de um terceiro e etc. Claramente mamado, foi alvo das risadas de toda a roda que se juntava diante dele para ouvir a estória, e recebeu o seguinte comentário de alguém: "Quié isso, Ozzy? Isso não existe! Esses caras não existem! É tudo pura mentira!". Ao que Ozzy prontamente retrucou: "Claro que existem! Eles existem, tudo existe! Até duendes existem, e vou te contar: <i>eles usam botas</i>...".</p><b><i>No próximo capítulo: o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> se consagra definitivamente no estrelato com o álbum 'Paranoid', entrando para o panteão dos deuses do rock. Além disso, as pirações em torno das gravações de 'Masters of Reality', e a tomada da América </i></b><b><i>pelos reis do heavy metal, prestes a viverem todos os excessos até o limite da loucura. Não perca!<br /><br /><br /><br /><a href="http://whiplash.net/materias/sabbath/000329-blacksabbath.html">http://whiplash.net/materias/sabbath/000329-blacksabbath.html</a><br /></i></b><div class="hr"><hr /></div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-5920654950344252222009-09-10T02:00:00.000-07:002009-09-10T02:01:12.461-07:00Parte 03 - Satânicos e visionários<p><b>E quando tudo parecia estar na mesmice e a rotina derrotista de lutas por um lugar ao sol típica de Birmingham ameaçava se abater sobre nossos heróis... eis que os ventos das mudanças, fossem elas ruins ou não, sopram sobre a terra. Ou melhor, o Earth. A banda que já era praticamente tudo que conhecemos hoje em dia só não o era por ainda não ter encontrado um direcionamento criativo e temático interessante e original, que cativasse os fãs com uma proposta diferente desde o primeiro momento. Este dia, entretanto, logo chegou, partindo da cabeça de um boquiaberto e risonho Geezer Butler, após uma tão reles sessão de cinema... Quem diria. Mas antes disso, ainda, a apreensão por causa de um certo namoro Tony Iommi-Jethro Tull ainda teria que ser experimentada, e os rapazes, apesar de já devidamente empresariados por um ex-trumpetista de jazz que caiu dos céus (ou teria subido do inferno?) ainda teriam que acertar os pontos com algumas platéias por aí - dentre elas, a mais desanimada que eles já enfrentaram.</b></p><div class="bannersParagrafo"><script type="text/javascript">google_ad_client = "pub-5493259958082958";google_ad_slot = "8203730449";google_ad_width = 468;google_ad_height = 60;</script><script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"></script><script src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/expansion_embed.js"></script><script src="http://googleads.g.doubleclick.net/pagead/test_domain.js"></script><script>google_protectAndRun("ads_core.google_render_ad", google_handleError, google_render_ad);</script><ins style="border: medium none ; margin: 0pt; padding: 0pt; display: inline-table; height: 60px; position: relative; visibility: visible; width: 468px;"><ins style="border: medium none ; margin: 0pt; padding: 0pt; display: block; height: 60px; position: relative; visibility: visible; width: 468px;"><iframe allowtransparency="true" hspace="0" id="google_ads_frame1" marginheight="0" marginwidth="0" name="google_ads_frame" src="http://googleads.g.doubleclick.net/pagead/ads?client=ca-pub-5493259958082958&output=html&h=60&slotname=8203730449&w=468&lmt=1251093910&flash=10.0.32&url=http%3A%2F%2Fwhiplash.net%2Fmaterias%2Fsabbath%2F000305-blacksabbath.html&ref=http%3A%2F%2Fwhiplash.net%2Findices%2Fsabbath.html&dt=1252573214605&correlator=1252573214607&frm=0&ga_vid=875882887.1247576456&ga_sid=1252573206&ga_hid=494806234&ga_fc=1&u_tz=60&u_his=4&u_java=1&u_h=800&u_w=1280&u_ah=800&u_aw=1280&u_cd=32&u_nplug=34&u_nmime=122&biw=1280&bih=673&fu=0&ifi=1&dtd=19&xpc=yngFWc3d8H&p=http%3A//whiplash.net" style="left: 0pt; position: absolute; top: 0pt;" vspace="0" scrolling="no" width="468" frameborder="0" height="60"></iframe></ins></ins></div><div class="hr"><hr /></div><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/03_a.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><b>Parte 3 - Satânicos e visionários</b>:<p>O final do ano de 1968, para a banda, se dá com uma novidade que lhes renderia um susto, na verdade duplamente chocante: agradável por um lado, mas não muito por outro. </p><p>Em uma das recentes gigs do Earth, eles haviam sido vistos por um curioso flautista com sotaque escocês chamado Ian Anderson. Esta simpática figura, que mais parecia um fazendeiro do País de Gales fingindo ser um conde de fleuma refinada, apesar dos trajes boquirrotos, era, na verdade, o vocalista e mentor musical de uma banda que vinha despontando em Londres naquele finalzinho de 1968, com uma turnê que andava deixando todo mundo meio embasbacado com o tal de "folk rock pesado" promovido por eles. Se tratava do Jethro Tull. Dentro do curto espaço de tempo de seis meses, a banda se tornaria o xodó da imprensa britânica de rock da época, apontada como uma das grandes novas sensações que chegavam para ficar, diante de um panorama musical que, naquele final de 68, não era dos mais estimulantes: tanto Beatles quanto Rolling Stones enrolados com projetos incertos e que não desandavam - os primeiros por causa da ruptura cada vez mais próxima, se acabando enquanto gravavam o álbum/filme Let It Be, e os segundos, perdendo o guitarrista Brian Jones e meio sem saber o que fazer; o Cream estava morto, extinto, e o próximo projeto de Eric Clapton, o Blind Faith, ainda iria demorar muito para sair da incógnita; o <a href="http://whiplash.net/bandas/pinkfloyd.html" class="hotwords">Pink Floyd</a> ainda estava se acostumando com a vida sem Syd Barret, e David Gilmour e Roger Waters ainda demorariam um pouco para se adequarem ao som "espacial" a que se proporiam a fazer com a banda; e o Led Zeppelin não tinha nem nascido direito ainda, ou melhor, já existia, com o nome de "New Yardbirds" (que era o jeito que Jimmi Page tinha arrumado de montar uma nova banda a partir das cinzas dos Yardbirds e cumprir algumas datas de turnês na Europa) - e entretanto, Plant & Page e cia., mesmo quando começassem a fazer sucesso, no ano seguinte, seriam prontamente rechaçados pela mídia musical, sofrendo uma detratação que ainda demoraria muito para assentar e dar-lhes algum prestígio por parte da crítica. </p><p>Foi nesse cenário vago que o <a href="http://whiplash.net/bandas/jethrotull.html" class="hotwords">Jethro Tull</a> apareceu entusiasmando todos com o seu tal "folk rock pauleira", enveredando por temas longos e de inspiração céltico-druída, com pitadas sonoras daquilo que já antecipava em muito o rock progressivo da década seguinte, passando a receber diversos prêmios de grupo revelação e, já em 1970, figurando entre os principais protagonistas do Festival da Ilha de Wight, o famoso "Woodstock inglês". </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/03_b.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Jethro Tull.<p>Anderson, entusiasmado com o sucesso nascente de seu grupo, andava pensando em reformulações no seu som e novas propostas para a gravação do primeiro LP deles (que acabaria sendo lançado no ano seguinte), indo a vários shows e observando diversas bandas em ação, ele se engraçou com Tony Iommi e a versatilidade aliada à brutalidade nas guitarradas do rapaz. Na verdade, foi numa das performances do Earth em que Iommi solava num estilo de blues, bem slide, é que Anderson teve a idéia de chamá-lo para figurar como guitarrista em algumas apresentações do <a href="http://whiplash.net/bandas/jethrotull.html" class="hotwords">Jethro Tull</a>, não desconsiderando a idéia de, caso tudo corresse bem e Iommi se adaptasse bem ao Jethro, incluí-lo definitivamente no grupo. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/03_c.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Rolling Stones Rock and Roll Circus<p>Se por um lado isso representava um golpe no estômago de Ozzy, Bill e Geezer, - que já haviam se acostumado àquela formação e que achavam que Iommi, em uma banda em ascensão como o Jethro, nem pensaria em tocar mais com eles - por outro lado, era a garantia de dias melhores para o Earth, já que com o dinheiro que Iommi receberia por aqueles dias excursionando com o Jethro, as muitas contas e gastos pendentes do grupo poderiam ser pagas, e ainda sobraria um troco para comprar mais equipamento. A banda tinha que se desdobrar, afinal, se quisesse continuar vivendo de sua própria música, e a vida não estava fácil mesmo! Foi assim, então, que mesmo correndo o risco, Ozzy e os rapazes deram um "até mais" a Iommi, mesmo imaginando que, no dia em que ele voltasse para revê-los, poderia ser para não ensaiar e nem entregar dinheiro algum, mas sim para dar uma notícia não muito agradável. Talvez fosse o futuro do cara como guitarrista - ninguém podia se intrometer no destino dele, afinal. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/03_d.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Aparição do Jethro Tull no especial de TV "Rock n'Roll Circus" - repare em Iommi, no cantinho direito, de chapéu.<p>Foi graças a isso que, hoje em dia, quando assistimos à histórica apresentação dos <a href="http://whiplash.net/bandas/rollingstones.html" class="hotwords">Rolling Stones</a> para a TV britânica, intitulada The <a href="http://whiplash.net/bandas/rollingstones.html" class="hotwords">Rolling Stones</a> Rock and Roll Circus (gravada nos dias 10, 11 e 12 de dezembro), e que ficou engavetada por muitos e muitos anos antes que Mick Jagger se convencesse que era um momento realmente importante do rock e que devia ser lançado para o grande público, é que podemos ver, durante a apresentação do novato Jethro Tull por lá, um esquálido e tímido Tony Iommi, dublando a guitarra no cantinho da tela (já que foi tocado um playback para Ian Anderson, somente, cantar em cima e solar com sua flauta). </p><p>Naqueles dias, Iommi estava com o grupo, e com eles permaneceu tocando, em shows e pequenas apresentações, até meados de janeiro de 1969. Nem registros de gravações do guitarrista com o grupo parecem existir, a não ser umas duas ou três músicas presentes em discos piratas, mas só suspeitas. Na verdade, Iommi alega ter permanecido com o grupo só por duas semanas, e que não teria mesmo gostado do estilo de som a que o <a href="http://whiplash.net/bandas/jethrotull.html" class="hotwords">Jethro Tull</a> se propunha, preferindo a sua proposta original (e mais pesada), junto com Ozzy e cia. "Toquei no <a href="http://whiplash.net/bandas/jethrotull.html" class="hotwords">Jethro Tull</a> durante duas semanas. Mas eu me sentia mais em casa no Black Sabbath; no Jethro, eu não tinha certeza de que ia me encaixar". Também o jeitão sorumbático de Ian Anderson, um beberrão bicho-grilo dado a conversas-cabeça que soavam a grego para Iommi e que recusava-se a dar qualquer palavra final para qualquer novo músico que acompanhava a sua banda até que uns bons meses tivessem se passado. Assim, Iommi retorna a Birmingham com a grana prometida nos burros, reencontra Ozzy, Bill e Geezer, e todos juntos comemoram a sua volta e o dinheiro recebido com uma bela cervejada num dos pubs locais após uma noite de show.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/03_e.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Jim Simpson, o primeiro empresário do Black Sabbath, em foto mais recente.<p>Era o início de 1969. E o grupo ainda se chamava Earth. Eles estavam batalhando pesado no circuito de enfumaçados barzinhos e pubs de Birmingham e cercanias quando um promotor de shows de bandas pop e rock de algum renome na região, Jim Simpson, foi bater na porta da casa de Iommi, certa noite. Simpson era um trumpetista de jazz frustrado, que havia passado por várias bandas do gênero em sua juventude, e agora era o proprietário do apagado selo Big Bear Records, que gravava novos artistas e revelações em shows no norte da Inglaterra, a maioria sem grande expressão; ele empresariava alguns grupos ingleses de pouca ou nenhuma importância, que hoje não entram nem em nota de rodapé de enciclopédias de rock, e já havia ajudado a promover alguns festivais e turnês de rock em lugares como Manchester, Glasgow, Blackpool, Liverpool e a própria Birmingham. O cara tinha inegáveis conhecimentos e contatos com algumas pessoas influentes no meio musical inglês da época, mas nada muito surpreendente, ou que excedesse a popular rodada de canecos de cerveja feita antes ou após um show qualquer, entre empresários, músicos e parasitas de toda a espécie. De tais contatos informais, no entanto, havia nascido uma invariável notoriedade no circuito de shows Liverpool-Hamburgo, sendo que sempre fez parte do currículo de estórias pessoais de Simpson alegar que, inclusive, já havia viajado com os <a href="http://whiplash.net/bandas/beatles.html" class="hotwords">Beatles</a> várias vezes para a Alemanha, em uma das muitas excursões dos garotos de Liverpool para tocar lá, no posteriormente famoso Star Club. Isso o fazia, conseqüentemente, ter portas abertas na casa de shows, para levar para lá os artistas que quisesse. </p><p>Esse papo foi, obviamente, jogado em Iommi, que por sua vez, o jogou no resto dos integrantes da banda. E imagine só o brilho nos olhos de Ozzy quando ele ficou sabendo que o tal Simpson, que já havia estado com - supremacia das supremacias - os <a href="http://whiplash.net/bandas/beatles.html" class="hotwords">Beatles</a>, estava querendo assinar com o Earth para uma turnê na Alemanha, justamente em Hamburgo, no mesmo Star Club onde os Fab Four haviam tocado! Apesar da tradicional carranca com que o incrédulo e arredio Ozzy recebia os promotores de eventos e empresários pés-de-chinelo que rondavam o grupo, nos seus primeiros dias, a reação a Simpson, por conta disso, foi bem diferente. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/03_f.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Black Sabbath, nos primeiros tempos.<p>Bill Ward se lembraria dessa época e a recordaria, em entrevistas anos mais tarde, que aqueles, apesar de terem sido anos muito difíceis para a banda, foram também dos mais divertidos - como de praxe em várias bandas que depois se tornam famosas e perdem aquele gosto pela simplicidade e pelos prazeres sutis da batalha pelo sucesso. Alguns meses antes de serem contatados por Simpson, o Earth havia arrumado uma van de segunda mão - bem, na verdade, parecia ser de décima, ou vigésima... - , concedida com as graças de um primo de Geezer Butler, que era tão velha e estourada, que o grupo passava mais tempo fora dela, a empurrando e fazendo pegar no tranco, do que dentro. Com isso, chegavam todos ofegantes, e às vezes sujos de graxa, aos lugares dos shows. Ozzy conta que "pelo menos, surtia o efeito de uma bela carroça para carregarmos o nosso equipamento na época".</p><p>Foi no meio destes tempos difíceis, e a apenas quatro dias de caírem nas graças de seu primeiro empresário, Jim Simpson, que o Earth considerou seriamente a hipótese de mudar de nome, e acabou o fazendo. Conforme já dito no capítulo anterior, "Earth" era um nome que parecia estar meio manjado nas redondezas, já utilizado por outra banda e também, em Londres, pelo novo grupo que Manfred Mann havia montado. Assim, Ozzy e os outros vinham pensando, nos últimos tempos, em trocar o nome da banda definitivamente para outro. O estopim para que isso acontecesse, determinando, na verdade, não só uma mudança de nome de banda, mas também, de todos os rumos da postura que o rock pesado e a música pop teriam nos anos seguintes, se deveu a vários fatores. </p><p>É preciso se lembrar que o ambiente libertário e contracultural dos anos 60 propiciou o aparecimento de diversas novas ondas e tendências que, fazendo a cabeça da juventude da época, eram a oferta de modos de vida e de pensamentos alternativos àqueles já consolidados pelo establishment, pela cultura oficial - que nos EUA, por exemplo, tinham o seu exemplo mais claro no famoso American way of life nascido da era Roosevelt, após a Segunda Guerra Mundial. Com os subsídios de uma economia turbinada pelo sucesso nas campanhas bélicas mundiais dos anos anteriores, e uma administração ágil e dinâmica, os Estados Unidos da América passaram a exercer, dos anos 40 em diante, uma ditadura cultural sobre todo o globo terrestre muito evidente, fazendo de sua língua, roupas, música, cinema, literatura etc. símbolos e parâmetros para tudo que se desenvolvesse no panorama de cultura dos países ocidentais. Esta ditadura, obviamente, era fundamentada nas ideologias propagadas pelos WASP - a maioria da população norte-americana de então, white (brancos), anglo-saxon (anglo-saxões) e protestants (protestantes). De rígidos padrões morais e éticos conservadores, subservientes às hegemonias existentes da religião protestante e da figura masculina na sociedade, das hierarquias militares e do respeito às instituições, os princípios WASP se proliferaram pelo mundo inteiro agregados à cultura norte-americana, estabelecendo a dita "cultura oficial" ou "dominante". É o que vemos até hoje, por exemplo, desde em certos regulamentos de edifícios e condomínios até em novelas e programas de uma Rede Globo, quando verdades sociais como a pobreza, a homossexualidade, o preconceito racial, a explosão demográfica e outras figuras incômodas ao pensamento conservador protestante são mascaradas ou simplesmente banidas graças à ditadura do Ibope e da mídia, tão entremeadas no subconsciente coletivo estão as idéias WASP.</p><p>As leis da física, todavia, já nos ensinavam que para toda uma ação, há uma reação. Pensadores (dentre eles, filósofos, sociólogos e psicólogos), artistas e religiosos alternativos, como gurus e líderes espirituais, do mundo inteiro, passaram a perceber esse alastramento da ideologia WASP no painel ocidental, e passaram a se dedicar em todas as suas obras e trabalhos, a denunciar esta ampla e irrestrita ditadura cultural, massificada e onipresente graças aos meios de comunicação cada vez mais poderosos - lembre-se que em um curto espaço de tempo, do final dos anos 40 ao final dos 50, televisão, rádio, cinema, discos e imprensa escrita se desenvolveram de uma forma tal que todo o globo terrestre já estava sendo coberto. Como uma década de libertação dos dogmas e padrões impostos que foram, os anos 60, obviamente, dariam chance a todas estas pessoas que vinham trabalhando contra a cultura oficial estabelecida de se expressarem melhor - e isso veio não somente por elas, mas também por toda uma nova geração que já estava ouvindo atentamente as suas orientações. Foi assim, então, que os beatniks dos anos 40 e 50, os cantores folclóricos de protesto, os gurus indianos e líderes espirituais do Oriente, e escritores, filósofos, políticos e críticos de renome, como Bertrand Russel, Freud, Jung, Marcus, Che Guevara, e muitos outros, seriam todos introduzidos e eternizados no pensamento da geração jovem dos anos 60 - e que logo se desdobraria no grande movimento contracultural da nação hippie.</p><p>Como um movimento, entretanto, tão geral e pancultural que era (no sentido de juntar diversas correntes e tendências culturais), os hippies acabariam não só atraindo forças bastante positivistas para este contexto, como também, forças bem negativas. Assim como tudo que era experimentação e novidade era válido, como uma forma de quebrar as regras impostas pela cultura ocidental viciada e conservadora, de "romper as barreiras" e "ultrapassar os limites", em um linguajar bem típico da época (e que celebrizou as letras de Jim Morrison, dos <a href="http://whiplash.net/bandas/doors.html" class="hotwords">Doors</a>, em canções como Break on Through, por exemplo), várias propostas alternativas de vida, provenientes de religiões fora do eixo protestantismo-catolicismo ocidental, vieram à tona. Foi assim que diversas seitas e religiões como budismo, xamanismo, hinduísmo - até mesmo o messianismo muçulmano - começaram a repentinamente aparecer de norte a sul do continente americano. E, junto a elas, também veio o satanismo.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/03_g.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Anton LaVey<p>Não se sabe ao certo de onde se originam as raízes do satanismo ocidental, mas têm muito a ver com os ritos pagãos e cultos que sobrevivem em diversas comunidades ancestrais, desde épocas imemoriais, de regiões da Europa como a Noruega, Groenlândia, Nova Zelândia, Suécia e Grã-Bretanha. Tido por sociedades secretas de ocultismo como um desvio na vertente das seitas celtas e druidas que originariam a hoje popular Wicca, ou seita dos bruxos e bruxas, o satanismo começou a crescer na América em pequenas comunidades rurais de imigrantes, que teriam trazido os costumes e tradições de fazer oferendas e cerimônias a Belzebu da Europa Central, como uma forma de ter prosperidade e bons resultados nas colheitas. Rezam as lendas que, nas antigas florestas norueguesas, banquetes cheios de vinho, frutas, carnes e sangue de animais mortos em sacrifício eram oferecidos a um representante do demônio sobre a Terra, designado durante certo período pela comunidade de camponeses como cornudo, por se paramentar de uma vestimenta em que era obrigatório o uso de uma máscara, feita de couro de alces e imitando as feições do diabo, ostentando longos chifres. Quando estavam próximos os períodos do plantio, geralmente em meados de maio, que era um dos quatro feriados chamados de "meio trimestre" pelos celtas (dias em que os bruxos e bruxas se punham a festejar e descansar), chamado de Beltrane, geralmente as comunidades satanistas davam início aos preparativos para estas celebrações em que oferendas eram entregues ao Belzebu para que a colheita do ano fosse próspera. Daí nasceu a palavra Sabbath, ou "sabá", em português, que é o nome dado a esta cerimônia secreta em que os pagãos da Europa Central invocavam o Senhor das Trevas. O nome origina-se de um dia de descanso religioso, que Moisés havia mandado os homens terem, no sétimo dia da semana. Subvertido pelas ordens ocultas de bruxaria, na Idade Média, o sabá acabou se agregando ao feriado de Beltrane, tido como uma oportunidade festiva para bruxos e bruxas se reunirem e celebrarem seus feitos, sempre em um dia de sábado, à meia-noite, sob a presidência de Satanás. E assim, foi gradativamente sendo incorporado pelas comunidades ocultistas da Europa Central, mantendo a tradição: sendo realizado na época de Beltrane, antes do início do plantio, em um sábado à meia-noite, com um líder escolhido para representar o demônio, vestido como tal, e a quem eram feitas oferendas, em um clima de grande depravação, um verdadeiro bacanal repleto de vinho, comida e sexo. Detalhe interessante sobre os sabás originais que ocorriam nas florestas da Europa Central, contados por vários historiadores, é que quando mostrava ser muito infrutífera a terra a ser cultivada, era necessário que uma noiva da comunidade prestes a se casar, devidamente virgem, fosse oferecida ao Belzebu, para que este a deflorasse, restituindo a fertilidade do solo a ser cultivado. Relatos acerca de outros cultos falam na morte de crianças, o que, queiramos ou não, ainda é noticiado por vários informes sobre fatos ocultos e sobrenaturais até os dias de hoje. </p><p>A questão é que, na loucura libertária e de extensa diversidade de propostas dos anos 60 para se fugir da mesmice WASP, cultos arraigados em certas comunidades ocultas como o satanismo acabaram chegando à América, ou mesmo ganhando força onde já existiam, na Europa mesmo. De repente, por mais estranho e maligno que isso parecesse, ficou "in" ser satânico, ou ter um ar meio decadente e "do mal", estava na moda - influência clara das seitas satanistas que passaram a se proliferar no circuito underground das artes, a partir da segunda metade dos anos 60. Devido a isso, começamos a ver gente como Anton LaVey, o auto-denominado "sacerdote de Satã", fundar a sua Igreja Satânica, nos anos 60, com vários adeptos famosos do jet-set internacional; o cineasta de vanguarda Kenneth Anger, que entraria para a história do cinema marginal com as suas "obras-primas", filmes cabeça de estética altamente lisérgica e visual decadente, encenando rituais de bruxaria e cenas de seitas malditas, como Invocation of My Demon Brother e Lucifer Rising, esta última com trilha sonora originalmente composta por Jimmi Page, outra figurinha tarimbada no meio satânico e estudioso das ciências ocultas de Aleister Crowley, assim como Anger; o músico Bobby Beausoleil, outro doido, amigo de Arthur Lee, do Love, que acabou se envolvendo com Kenneth Anger, atuando em seus filmes e, enlouquecido pela filosofia satanista, cometendo assassinato; além, obviamente, de todas as outras personalidades que, em maior ou menor grau, acabaram ajudando a promover o culto ao chifrudo: o já citado Jimmi Page, Mick Jagger e os <a href="http://whiplash.net/bandas/rollingstones.html" class="hotwords">Rolling Stones</a> (com discos como Their Satanic Majesties Request e a música "Sympathy for the Devil" - ele próprio amiguinho de Kenneth Anger e cogitado diversas vezes para atuar em seus filmes e compor suas trilhas sonoras), as amantes de Jagger, Keith Richard e Brian Jones (a cantora Marianne Faithful e a devassa modelo e atriz Anita Pallenberg - ambas estudiosas de magia negra), e o artista performático londrino Arthur Brown (do grupo psicodélico Crazy World of Arthur Brown, de grande sucesso em 1967 com uma música inspirada no soul de James Brown que exaltava o inferno! - "Fire"). Também o cineasta Roman Polanski entrou na onda, com aquele que é, para muitos, o primeiro filme sério sobre satanismo na sociedade ocidental: O Bebê de Rosemary, de 1968. Polanski, aliás, que na época era casado com a atriz Sharon Tate, que foi uma das vítimas trágicas diretas da proliferação de seitas dos anos 60, morta pelo bando de lunáticos de Charles Manson - que, inclusive, possuía em suas fileiras alguns ex-membros de seitas satânicas americanas. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/03_h.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: O "cineasta bruxo" Kenneth Anger<p>Para a maioria dessa galera do cenário pop, o satanismo, assim como várias outras tendências naqueles efervescentes anos 60, não acabariam passando de mais um "embalo de verão", e logo muitos deles acabariam abandonando a brincadeira por coisas mais sérias - com a honrosa exceção, é claro, de Jimmi Page, que continuou mais enfronhado no negócio ainda, a ponto até de comprar aquele castelo, que pertenceu a todo-mundo-sabe-quem, em 1972.</p><p>Como se vê, a contracultura acabou provocando uma grande aproximação do satanismo com a mídia e o grande público, ainda que a níveis bem superficiais e inocentes (talvez...), e quando ela foi finalmente engolida pela cultura ocidental oficial, o que acabou acontecendo mesmo contra a vontade dos hippies (já que o establishment, desde então, aprendeu a absorver tudo e subvertê-lo aos seus interesses, por causa do dinheiro, of course), o satanismo foi junto, sendo incorporado ao mundo pop. E não adiantariam nada as críticas de grupos fundamentalistas cristãos, ou mesmo a chacina promovida pela Família Manson, naquele ano de 1969 - o estrago da introdução do satanismo no mundo das artes pop já estava feito. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/03_i.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: O Exorcista (1973): grande sucesso do cinema de horror "satânico"<p>Sintomas do grande ibope que o satanismo deu, do início dos anos 70 em diante, são os sucessos cinematográficos de O Exorcista e A Profecia, e na área da música, tudo quanto é estória que começou a circular acerca do Led Zeppelin, AC-DC, Kiss, ou mesmo os nossos focalizados, o Black Sabbath. Até grupos mais xarope, como os Eagles, tiveram a sua venda de discos aumentada quando se cogitou que alguns deles, como o guitarrista Joe Walsh, tinham composto o grande hit da banda, "Hotel Califórnia", inspirados em um dos hotéis pertencentes à seita satanista de Anton LaVey (em 1976). Se hoje algum moleque acha simpáticas algumas capas de discos do <a href="http://whiplash.net/bandas/ironmaiden.html" class="hotwords">Iron Maiden</a> ou do Deicide, curte as lendas em torno do Led Zeppelin, ou filmes de terror como Stigmata e Advogado do Diabo (que, em uma de suas cenas finais, no discurso de Al Pacino como Lúcifer, faz uma menção bem direta a essa atração que o Mal exerce na humanidade), é por causa dessa grande capacidade que a mídia teve de capitalizar em cima do satanismo e torna-lo atraente e familiar. </p><p>Pois é, foi no meio de todo esse clima altamente propício a que o horror e as trevas imperassem no meio artístico, que Geezer Butler (e não Ozzy, ao contrário do que reza a lenda), em um belo dia de sábado (exatamente!), à noite, vai a um cinema de Birmingham que ficava quase em frente de sua casa, onde estava sendo exibido um filme chamado, justamente, <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> (O Sabá Negro), uma produção inglesa da Hammer, famosa produtora de filmes B de terror de Londres que já havia dado a luz a sucessos como Drácula (com Christopher Lee), Castelo da Morte, O Solar Maldito e astros do gênero, como Vincent Price, Peter Cushing e o já citado Lee. <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> (1963), o filme, estrelava uma lenda do gênero, o veterano Boris Karloff (que havia sido o primeiro ator a encarnar o monstro Frankenstein no cinema, em 1932), e falava, justamente, sobre os tais rituais satânicos ocorridos à meia-noite, organizados por bruxos para invocar o tinhoso. Geezer saiu do cinema assombrado, pois sempre fora vidrado em coisas sobrenaturais - mas, ao mesmo tempo, ria da galerinha que formava fila para assistir à próxima sessão, uns fazendo "buuu" e outros se borrando de medo. Aquilo era engraçado - pessoas pagando para sentirem medo - e, já pressentindo o clima da época e sentindo a reação dos jovens que estavam indo ao cinema, vidrados com as cenas horripilantes dos rituais, o jovem baixista viu uma idéia germinar rapidamente em sua cabeça. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/03_j.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Pôster original do filme 'Black Sabbath', que deu origem ao nome da banda.<p>Primeiro, ele foi para casa e, já há alguns dias tentando compor alguma coisa própria para a banda (que, segundo Simpson, tinha que criar repertório se quisesse fazer sucesso, não podia só ficar mais presa a covers), sem nenhum sucesso, começou a fantasiar em cima das cenas que havia visto horas antes no filme de Karloff, e começou a rascunhar algo, em cima do nome: "Black Sabbath". Nos ensaios do dia seguinte, Geezer começou a conversar com os rapazes sobre o filme que havia visto, e como aquilo tudo o havia impressionado. Iommi perguntara o preço do ingresso, que Ozzy achara caro. "Por que um bando de garotos pagaria, então, uma boa grana simplesmente para sentir calafrios?", indagou Geezer. Ozzy se impressionou, e começou a pegar ali a linha de raciocínio a que Geezer queria chegar. O tal negócio de fazer horror e falar no capeta andava fazendo sucesso. Todos ficaram encucados: como, então, fazer horror na linha musical, como uma banda? No cinema era outra coisa. Geezer, então, tirou do bolso o rascunho da noite anterior, escrito com o mesmo nome do filme, e mostrou para os caras. Ozzy pegou o papel, coçou a cabeça... "Acho que podemos fazer algo aqui assim...", e aos poucos uma letra bastante original (e polêmica, para a época) foi surgindo:</p><p>Estávamos em abril de 1969. Em poucos dias, para o orgulho de papai Thomas e mamãe Lilian, Ozzy estaria embarcando para a sua primeira turnê internacional com a banda. Dinheiro que era bom, entretanto, nada. Mas Ozzy já havia se comprometido a entregar todo o cascalho que ganhasse nos shows para ajudar a pagar as despesas de casa. "Eu tenho certeza que, se você não torrar tudo nos canecos, você trará", alfinetou o bonachão Sr. Thomas. A banda ainda se chamava Earth, pois os quatro rapazes ainda não haviam se decidido se o lance de pôr um nome como "Black Sabbath" no grupo e começar a tocar no assunto magia negra seria realmente legal - por isso, pelo menos para a primeiras gigs em Hamburgo, resolveram deixar tudo como estava.</p><p>Datam dos dias 25, 27 e 28 de abril, 3, 10 e 20 de maio as primeiras apresentações da banda de Ozzy e Iommi na cidade onde os <a href="http://whiplash.net/bandas/beatles.html" class="hotwords">Beatles</a> começaram a realmente ser o que seriam. E ali, também, o Earth deu tudo de si e consolidou uma fama que já vinha sendo construída em várias cidades inglesas por onde passavam. O peso e a intensidade da cozinha de Geezer e Ward, unidas aos vocais desesperados e selvagens de Ozzy, mais a guitarra cortante e mastodôntica de Iommi, levaram ao êxtase as platéias alemãs desde o primeiro momento. </p><p>Vendo que o público estava em suas mãos, o grupo consegue novas datas e shows com a ajuda de Jim Simpson, que se revela realmente eficiente. Arrasam em sua passagem pelo notório Henry's Blues Club, de Carlisle (por onde já havia passado gente como o Savoy Brown), e durante todo o mês de maio, seguem por gigs em pequenas cidades alemãs, da fronteira, e mais passagens por Edinburgh, Cambridge, Glasgow, e outras cidades inglesas. Chegam a participar de um pequeno festival nos subúrbios de Londres - lá, inclusive, têm a sua primeira experiência com um estúdio de gravação, ainda que amador. Bancados por Simpson, só para ver como é que seu som estava saindo, gravam uma fita demo com cinco canções (incluindo uma que é somente uma improvisação jazz, bem ao estilo de Wes Montgomery, de sete minutos) em uma máquina monaural, de somente dois canais, ao vivo mesmo: duas das canções são "The Rebel", que eles já tocavam desde os primeiros tempos em Birmingham, e uma outra, composta recentemente, e ainda sem nome, que eles resolveram batizar de "A Song for Jim", em homenagem ao empresário, já que ele estava custeando, do seu próprio bolso, aquela primeira sessão. Essas raríssimas canções, só disponíveis em discos piratas hoje difíceis de encontrar, podem ser ouvidas, em trechos, na primeira parte de uma coletânea em vídeo sobre a história do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> lançada em 1992: The <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> Story.</p><p>Apesar do crescente sucesso do grupo em pequenos palcos e salões, nem tudo eram rosas ainda para os rapazes do Earth. Alguns dias depois da passagem por Londres, em um show em Cardiff (terra natal de outra banda pesada que iria beber muito na fonte do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> - o Budgie), a platéia de teor universitário, jovens estudantes ingleses tipicamente snobbish, resolve não prestar muita atenção ao Earth no pequeno concerto que eles estavam dando em um pub local. Era o que bastava para atrair a ira de Ozzy, enfurecido com o nariz empinado de muitos daqueles filhinhos-de-papai que preferiam folk songs e um bom papo-cabeça enquanto bebericavam seus lagers. </p><p>- Direito para o céu! - berrou ele aos músicos da banda, num código para que elevassem os volumes dos PA's de seus instrumentos ao máximo. Bill emendou com uma ruidosa introdução, espancando violentamente a batera a ponto de quebrar a ponta de uma das baquetas - e continuando com a mesma, como se nada tivesse acontecido! Iommi dava início, então, àquela famosa passagem pauleira de "Warning", a longa música que fecharia o primeiro álbum do grupo, então em gestação. Funcionou de introdução para que o grupo atacasse "Blue Suede Shoes", um cover que Ozzy adorava, nos primeiros tempos, e mandassem quarenta minutos ininterruptos do melhor que o repertório deles continha, na época. E nada. Entre uma música e outra, nas poucas paradas que o grupo fez, Ozzy rosnava uma piadinha ou outra ao microfone com desdém, numa espécie de zombaria pela falta de atenção do público. Mas não obtinha nenhuma vaia em resposta, apenas silêncio - não havia nenhuma reação, nada! Ao final de tudo, todo o sangue que o grupo deu, e todo o volume, e a platéia do lugar permanecia impassível, como se ninguém estivesse tocando na frente deles. Para Ozzy, aquilo era inacreditável. Todo aquele som, todo aquele rock, e os boyzinhos cabeludos com cara de comedores de mingau se comportavam como se tudo fosse apenas muzak (música de elevador).</p><p>Houve uma pausa de meia-hora para que os músicos descansassem e se reabastecessem com alguma cerveja, e o dono do lugar chegou neles, meio que sacaneando, perguntando-lhes se era sempre assim no lugar de onde eles vinham ou se realmente não haviam pago ninguém para espalhar o boato de que eles eram quentes. O esquelético Geezer mal se agüentava em pé de cansaço, e mal segurava o seu caneco, de tão estourados que estavam seus dedos, enquanto Iommi observava o público do local, rindo no meio das cervejadas e ficando tontos como um bando de bêbados idiotas, com um olhar quase contemplativo, lacônico e tentando analisar matematicamente a situação, sem beber nada. Bill e Ozzy, enquanto isso, no auge da ira, haviam dado uma saída por alguns minutos, alegando que iam buscar cigarros em outro lugar, pois os dali eram "pura merda de vaca enrolada", numa justificativa bem cortês ao barman para recusarem uma cartela. Na verdade, haviam era saído, sem que o atônito Jim Simpson percebesse, em busca de algo, no mínimo, inusitado para chamar a atenção daquele público difícil de cativar.</p><p>Às 10:45 da noite, de volta ao palco, Iommi e Geezer afinam seus instrumentos e olham de modo indagador para Bill, que vai tomando seu lugar no assento da bateria. Sem que tenham nem tempo de lhe dirigir uma palavra, Bill começa uns toques e repiques, chamando a primeira música do segundo set, e quando Geezer começa a deslizar os seus magoados dedos sobre as quatro cordas, ele olha para trás e tem um choque! </p><p>Um Ozzy completamente pintado de tinta roxa, da cabeça aos pés, adentra o palco, uivando como um louco e pulando, em headbangin' acelerado, como se estivesse sofrendo de um acesso perigosíssimo e em seus minutos finais de vida. Iommi mal pode conter o riso, mas dá início ao som, e eles atacam novamente. E a platéia - pasmem! - fica assustada e presta atenção em Ozzy somente nos primeiros segundos, e depois... volta a beber e a conversar ruidosamente de novo, pouco se lixando para o esforço do vocalista e sua banda em esquentar o ambiente. </p><p>Ao final daquela noite, tida para sempre pela banda como uma de suas mais estranhas, fracassadas, e engraçadas, ao mesmo tempo, Ozzy, totalmente pintado, esgotado e exausto, puxa um caneco de cerveja do balcão do bar enquanto a banda desmonta o equipamento, avista um rapazinho saindo trôpego de bêbado em direção à rua, e se apóia em seus ombros, os dois quase se estatelando juntos no chão ao cruzarem a porta de saída. </p><p>- Nunca mais quero cantar para um bando de merdinhas como vocês - sussurra ele ao pobre indivíduo enquanto lhe empurra mais uns goles de cerveja... Bill Ward testemunharia que o vocalista ficaria o resto da noite pintado, e apenas na manhã do dia seguinte, após sessões de banho ininterruptas, ele conseguiria se livrar da "maldita tinta púrpura", após 4 horas!</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/03_l.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: O lendário Star Club, em Hamburgo (Alemanha).<p>Na verdade, este incidente no início da carreira da banda serve para mostrar bem uma divisão de gostos que se tornaria muito clara no decorrer dos anos, não só para o <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> como para outros grupos de rock pesado que se tornariam populares: a recusa de certas parcelas de público em reconhecer ou mesmo tentar apreciar um rock mais amplificado, denotando a primeira grande onda de preconceito que ocorreria com esta nova tendência que começava a despontar. </p><p>Em junho, novo retorno a Hamburgo. E nos shows dos dias 12 e 16 de junho, a banda resolve tirar o às da manga e testar o que eles vinham mais cogitando: a nova postura satânica. Talvez por puro experimentalismo, ou até mesmo por uma revolta com o que havia acontecido em Cardiff, Ozzy e os rapazes resolvem testar o "lance" urdido por Geezer naquelas duas datas que eles tinham na Alemanha.</p><p>No final do primeiro show, Ozzy anuncia uma nova música, que irá deixar todos ensandecidos. E emendam com os primeiros acordes, macabros e tonitruantes, de "Black Sabbath". De início, a platéia parecia mesmerizada, hipnotizada. Aos primeiros trechos da letra horripilante, cantada por Ozzy, ouvem-se "uaus" assustados na platéia e alguns berros de delírio de fãs já meio chapados. Em um dos momentos, Ozzy, por instinto, resolve assumir o seu lado ator e encarnar o próprio demônio, soltando uma risada diabólica e galhofeira no final da parte lenta da canção. É o sinal para que a platéia urre em um dos mais ensurdecedores gritos que o Star Club já presenciou. Enquanto tocam, Geezer e Iommi se entreolham sacando que o lance realmente funciona. De repente, uma súbita parada. Iommi começa a golpear a guitarra com aqueles riffs frenéticos e nervosos que anunciam a parte mais rápida e pesada da música. Entra a bateria - Ward começa a espancá-la como um louco. O ritmo acelere e Ozzy anuncia a chegada de todos ao reino dos infernos. O público pula, agita, delira e berra alucinadamente, principalmente após Ozzy: "No, no, please... no!!!", numa imprecação aterradora, como se estivesse realmente se afogando em um dos lagos de fogo ferventes de Dante. É o clímax. A guitarra de Iommi reverbera assustadoramente, e o lugar todo parece estar se agitando junto, balançando como se houvesse um terremoto naquela verdadeira panela de pressão humana. Era uma fria noite de apenas doze graus centígrados, mas ali dentro do Star Club parecia que todos estavam, realmente, nos quintos dos infernos queimando, pulando e gritando! Ao final de tudo, a platéia pede por bis clamorosamente. Do backstage, Jim Simpson sorri sarcasticamente para eles, lhes acenando sinais de vitória com as duas mãos: o caminho é esse, está escolhido e não há mais o que esperar. De agora em diante, o Earth vai se chamar <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>, e assumirá uma nova postura, inédita para qualquer banda até então: um visual escuro, macabro e sério. A primeira banda realmente dark da história do rock - já que os Doors não contam, só Morrison é que era mais sombrio...</p><p>É em julho de 1969 que ocorre a mudança de postura definitiva da banda - esta é uma foto promocional que acabaria ficando de fora do primeiro compacto do grupo, em 1970, denunciando a ligação com os temas macabros que faria a discutida fama do grupo.</p><p>Reza a lenda que, quatro meses de shows depois, já sob o novo nome, e angariando uma verdadeira legião de fãs de roupas escuras e cabelos desgrenhados que começava a se formar em torno da banda aonde quer que fossem, receberam, no escritório de Simpson, em Birmingham, a visita de um olheiro da Vertigo Records, um selo de porte médio mas com muita gana de entrar pra valer no mercado de rock inglês, para assinarem o seu primeiro contrato para a gravação de um disco. Era a concretização de um sonho antigo pelo qual tiveram que batalhar arduamente e com muita originalidade, seguindo seus instintos e sempre enfrentando toda a sorte de adversidades do destino com o intuito de se imporem. Ozzy, após assinar a folha com a caneta de Simpson, hesitou em entrega-la de volta ao empresário: "Peraí, deixa eu me picar todo com ela pra sacar que eu não estou sonhando!". Era final de novembro de 1969, e dali a poucos dias, no início de dezembro, todos os quatro cavaleiros do apocalipse deveriam estar em Londres, em um pequeno estúdio no centro da cidade, alugado pela Vertigo, para começarem as gravações do seu primeiro single e do LP. Para o compacto, uma decisão ainda essencial naqueles dias em que o mercado fonográfico todo se dirigia para o sucesso imediato ou o fracasso retumbante de uma banda pelo desempenho de um disquinho simples nos charts, era consenso de todos que uma música composta dois meses antes, e que vinha tendo boa receptividade ao vivo, chamada "Wicked World", devia figurar como carro-chefe do disco. A música que dava título à banda e ao primeiro LP também era uma pérola, mas alguns executivos da Vertigo simplesmente ficaram receosos de lançar uma música com uma letra daquelas como primeiro compacto de um grupo estreante. Era o primeiro imbróglio do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> com os problemas burocráticos das gravadoras...</p>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-24947727123220857232009-09-08T11:58:00.001-07:002009-09-08T11:59:16.734-07:00Black Sabbath<h2 id="materiaTitulo">Parte 02 - Uma Época de Mil Bandas</h2><p><b>Quem imaginaria que, anos depois de renhidas brigas na escola, quando eram meros pirralhos disputando um espaço na liderança de suas ganguezinhas particulares, os dois rapazes rebeldes de Birmingham fossem, afinal, se reencontrar, e até mesmo ter ânimo para se aliarem em uma banda! E quem mesmo poderia imaginar que, a bem da verdade, e apesar de todo o mal que isto poderia representar em uma época de conservadorismo e repressão, como eram os anos 60, e em um lugar de vida dura e poucas esperanças como aquela rude cidade industrial, um pai fosse, humildemente, retirar das poucas libras que tinha no bolso para ajudar o seu filho maloqueiro e ex-presidiário em uma das maiores e mais alucinadas aventuras musicais do século XX? Confira aqui...</b></p><div class="bannersParagrafo"><script type="text/javascript">google_ad_client = "pub-5493259958082958";google_ad_slot = "8203730449";google_ad_width = 468;google_ad_height = 60;</script><script type="text/javascript" src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/show_ads.js"></script><script src="http://pagead2.googlesyndication.com/pagead/expansion_embed.js"></script><script src="http://googleads.g.doubleclick.net/pagead/test_domain.js"></script><script>google_protectAndRun("ads_core.google_render_ad", google_handleError, google_render_ad);</script><ins style="border: medium none ; margin: 0pt; padding: 0pt; display: inline-table; height: 60px; position: relative; visibility: visible; width: 468px;"><ins style="border: medium none ; margin: 0pt; padding: 0pt; display: block; height: 60px; position: relative; visibility: visible; width: 468px;"><iframe allowtransparency="true" hspace="0" id="google_ads_frame1" marginheight="0" marginwidth="0" name="google_ads_frame" src="http://googleads.g.doubleclick.net/pagead/ads?client=ca-pub-5493259958082958&output=html&h=60&slotname=8203730449&w=468&lmt=1251188358&flash=10.0.12&url=http%3A%2F%2Fwhiplash.net%2Fmaterias%2Fsabbath%2F000291-blacksabbath.html&ref=http%3A%2F%2Fwhiplash.net%2Findices%2Fsabbath.html&dt=1252436261823&correlator=1252436261824&frm=0&ga_vid=875882887.1247576456&ga_sid=1252434994&ga_hid=454629175&ga_fc=1&u_tz=60&u_his=3&u_java=1&u_h=800&u_w=1280&u_ah=800&u_aw=1280&u_cd=32&u_nplug=34&u_nmime=122&biw=1280&bih=644&fu=0&ifi=1&dtd=39&xpc=XL1MKpN1lL&p=http%3A//whiplash.net" style="left: 0pt; position: absolute; top: 0pt;" vspace="0" scrolling="no" width="468" frameborder="0" height="60"></iframe></ins></ins></div><div class="hr"><hr /></div><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/01_a.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div><b>Parte 2 – Uma Época de Mil Bandas</b><p>Quando saiu da prisão, o jovem Ozzy vagava pelas ruas de sua cidade cinzenta não mais do que intensamente desnorteado. Sabia que, se antes as coisas eram difíceis para ele, agora estavam, simplesmente, impossíveis! Se toda a sua intuição adolescente antes apontava-lhe o fato de que, em qualquer emprego que arranjasse, não duraria mais do que poucas semanas, e que tudo que arrumava não compensava ou não lhe dava satisfação pessoal e nem financeira, agora ele tinha certeza de que, com uma bela sentença de 6 semanas de prisão no seu curriculum, todas as chances de seguir a dita “vida normal” de Birmingham eram praticamente nulas. </p><p>Sem saber o que fazer, ele teve uma idéia mágica, que reluzia em sua cabeça de modo celestial: “Have a beer!” – é isso aí. Tomar um belo caneco de cerveja, para honrar a tradição, é a primeira coisa que um inglês recém saído do xilindró faz, e com Ozzy não podia ser diferente. Brincando com o seu próprio destino, juntou os últimos xelins que tinha no bolso de seu surrado paletó, e se mandou para o mesmo pub onde, meses antes, tinha engendrado com seus comparsas sua vida no crime. </p><p>No caminho para o pub, Ozzy encontra um velho amigo seu, que lhe perguntou o que andava fazendo. Rindo, Ozzy lhe contou das recentes “realizações pessoais” de sua vida, e convidou o cara (de cujo nome a memória esfacelada do cantor não se recorda) para tomar um chopp. Na mesa, entre um gole e outro, a conversa rolava até que parasse em um denominador comum que agradava ambos os rapazes, bem como 90% da juventude inglesa da época: música.</p><p>- Cara, eu amo eles! Você sabe, por trás da roupa e de todo os trejeitos, eles são fantásticos – os <a href="http://whiplash.net/bandas/beatles.html" class="hotwords">Beatles</a> são demais! – berrava Ozzy.</p><p>Seu amigo lhe perguntou se ele não preferia os <a href="http://whiplash.net/bandas/rollingstones.html" class="hotwords">Rolling Stones</a>. Ozzy disse que eles eram cool sim, muito legais, mas se Mick Jagger tinha que apelar para a afetação para chamar a atenção, os Beatles tinham um componente quente que ele admirava mais: o controle da audiência pela própria imagem deles, que falava por si. </p><p>- A platéia fica nas mãos deles. – disse Ozzy.</p><p>Já desde essa época, o futuro vocalista do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> tinha uma firme concepção do papel dos grandes frontmen nos grupos de rock – o modo como Lennon e MacCartney se comportavam em palco, hipnotizando o público com os seus gestos, os seus olhares, e a postura que tinham, fascinava Ozzy. Tanto é que esta seria uma das primeiras grandes preocupações na carreira musical do cantor: anos mais tarde, como conseqüência disso, veríamos olhares histéricos, os primeiros e sensacionais headbangings da história do rock pesado, dedos em “V” levantados para a platéia insana, e corridas pelo palco batendo palmas junto com o público, estimulando a massa e conduzindo-a ao clímax da apresentação o mais que pudesse. Esse seria o Ozzy de alguns anos adiante – podia não ser tão “desafetado”, como os Beatles eram. Mas, vindo de onde veio, como diabos poderia aparentar normalidade? </p><p>Logo, o amigo de Ozzy lhe perguntou se ele já não tinha estado em uma banda, tentado participar... fazer música! A resposta foi uma gargalhada gutural, quase cortante, típica de um Ozzy doidão, seguida de um comentário galhardo, dito com o cuspe voando da boca ainda respingando cerveja:</p><p>- O que? Estás brincando, meu? A única música que eu já fiz na minha vida foi testar buzina... hahahahaha... Fui um tremendo de um maestro de carro... hahaha! É, já comandei uma verdadeira sinfonia na fábrica da Lucas Cars!</p><p>Apesar do tom de brincadeira de Ozzy, a pergunta era séria. Quem visse Ozzy saberia, imediatamente, que o moço podia até não ter muito jeito para cantar ou tocar alguma coisa, mas pelo menos empatia, do alto de seus quase 16 anos, o moço tinha. Se o assunto era a tal da postura, Ozzy possuía, já desde aqueles dias, o tal olhar rebelde e decadente que consagrou todos os grandes ídolos transgressores do rock: aquele misto de abandono e ira que estava presente na aparência de gente como Iggy Pop, Johnny Rotten ou Axl Rose, nos melhores momentos de suas carreiras, e que os fez figurar nas principais capas de revistas, pôsteres e publicações da mídia por muito tempo – e ainda faz! As imagens clássicas da juventude destes ícones, apesar de já não terem mais muito a ver com as suas aparências atuais, estarão para sempre incutidas no subconsciente coletivo do rock. Não seria muito diferente com Ozzy.</p><p>- Cara, eu acho que você deveria tentar. Acho que leva jeito. Conhece os caras do “Approach”?</p><p>- Quem? – resmungou Ozzy.</p><p>Este tal amigo de Ozzy era aparentado de um dos membros do Approach, e no mesmo dia levou o rapaz para conhecer a banda – e o guitarrista do Approach se afeiçoou tanto de Ozzy (achando o cara uma piada ambulante e rindo dele a cada três frases ditas), que fez questão que o cara participasse dos ensaios deles. Como ninguém por ali tinha muita prática, não importava muito que Ozzy não cantasse bem... ou que, afinal, não soubesse ainda cantar! Com o tempo, eles esperavam, o moço iria desenvolver algum estilo...</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/02_a.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: O jovem Ozzy.<p>Havia apenas um problema: a aparelhagem. O pobre equipamento do Approach não dispunha nem de um microfone e caixa de som para o vocalista – na verdade, a banda não tinha um, pois eram bem iniciantes e ainda estavam mais preocupados em desenvolver o trabalho instrumental, chamando alguém para cantar ocasionalmente com eles, uma vez ou outra. Agora era a vez de Ozzy, e o grande problema deste era: como diabos iria arrumar um microfone e uma caixa para poder acompanhar os caras? Fascinado pela idéia de, finalmente, fazer algo que achava interessante naquela cidade parada e fedorenta, não lhe restava outra opção.</p><p>Ao chegar em casa após mais um duro dia de vagabundagem pelas ruas, Ozzy encarou seu pai e foi direto ao assunto – não sem antes sua mãe cheira-lo e excomunga-lo mais um milhão de vezes por estar novamente bebendo feito um porco, “junto daqueles indivíduos”. </p><p>- Pai, tem uns caras aí e... olha, eu acho que é uma coisa legal, pelo menos eu vou estar... bem, eu acho que vou estar tentando fazer algo...</p><p>Ozzy tropeçava nas palavras, gaguejava, hesitante e errático na sua fala exatamente como em todas aquelas vezes em que já o vimos dando entrevistas gozadas na TV ou em documentários, que entrariam para a história do escracho do rock n’ roll. Apesar de tudo, ele nutria profundo respeito e admiração pelo seu pai – um cara zombeteiro e espirituoso também chegado a uma cerveja, com rosto demencial e de pulso firme com os filhos muitas vezes, mas que dava todo o suor de si e fazia tudo pela sua família. Uma dessas figuras de grande coração.</p><p>Finalmente, o filho de seu Thomas abriu o jogo com ele – e ouviu uma lavada. O pai desabafou, dizendo-lhe que era o que faltava – o garoto tinha acabado de sair da prisão, não se ajeitava em serviço nenhum, e agora queria uma caixa de som e um microfone que deviam ser uns 50 dólares! Ozzy não falou nada. Permaneceu estático defronte o pai, olhando-o com uma cara triste, e abaixou a cabeça. O velho não estava com a razão? Como discutir? Pensou em esbravejar, pensou em falar “que lugar de merda”, “o que raios se pode fazer por aqui?”, mas não. Resolveu ficar calado. Mr. John Thomas Osbourne ficou fitando o filho por alguns segundos e, num daqueles instantes mágicos em que o rumo da história do mundo muda, pensou: “Ora bolas... deixa pra lá. E se o menino fizer algo bom com isso... e se for realmente o que ele precisa?”. Num daqueles arroubos de lógica das pessoas simples, provavelmente deve ter pensado: “se ele já foi preso, se já não arruma emprego e está chegando ao fundo do poço, com isso ou agora ele cai de vez, ou se levanta pra valer. Ou vai... ou racha”. E, após pensar por alguns minutos, pôs a mão no ombro esquerdo do filho e falou: “Tudo bem... a gente vai ver o que consegue. Vou falar com um amigo meu amanhã... Vamos ver.” E um brilho de esperança se acendeu no olhar de Ozzy.</p><p>Mamãe Lilian, como era de se esperar, foi contra a idéia desde o início – mas se conteve em resmungar algo com Thomas e respeitou a sua decisão. No fundo, ela sabia que o jovem Ozzy não tinha salvação mesmo. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/02_b.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: O rei das trevas em família: um raro momento de Ozzy com seus pais, depois da fama – esta foto é de 1970. Repare como a Sra. Lilian Osbourne parecia bem mais velhinha que o adorado pai de Ozzy, Sr. John Thomas Osbourne<p>E aqui foi onde começou a verdadeira trajetória musical de Sir <a href="http://whiplash.net/bandas/ozzyosbourne.html" class="hotwords">Ozzy Osbourne</a>. </p><p>O Approach não era exatamente o que se esperava de uma boa banda de rock, que era o que Ozzy almejava desde o início – estavam mais para imitadores de blues e alguns poucos hits de rádio da época. O som, no entanto, para quem teve a oportunidade de escutá-los, soava horrível – principalmente com Ozzy ainda se esforçando para aprender a cantar. A verdade é que o estilo dos caras – um rythim and blues do crioulo doido – não caía bem de jeito nenhum para a já gutural e famosa voz cavernosa e chorosa que Ozzy começava a desenvolver. Eram dois estilos diversos que, definitivamente, não se casavam.</p><p>Lutando para serem incluídos no circuito de shows em pubs e escolas da região, o Approach fez apenas uma pequena apresentação com Ozzy, em uma festinha de colégio na própria Birmingham, no início de 1967 – onde foi tirada a hoje rara primeira foto de Ozzy como frontman, que de tão fora de foco e mal iluminada, poucos detalhes nos dá da aparência do cantor na época. Apenas pode se dizer que era, ainda, um rapaz magricela de cabelos mal cortados, camisas rotas emprestadas e calças de brim rasgadas – por serem as únicas que ele usou durante muito tempo!</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/02_c.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: A histórica foto do primeiro show de Ozzy Osbourne (1967), ainda com o Approach. Pertence ao arquivo particular do cantor – repare nas próprias inscrições a caneta que ele escreveu indicando que era ele, pois ficou quase invisível! A postura sorumbática e o modo esquizóide de pegar o microfone, no entanto, já estavam lá.<p>Ozzy, então, deixou o Approach – durante os ensaios e jams da banda, conhecera o pessoal de um tal “Music Machine”, grupo que despontava em Birmingham na época por ter um talentoso guitarrista, que conseguia tirar qualquer som das famosas e delirantes bandas de sucesso inglesas em seu instrumento. Seu nome? Terence ‘Geezer’ Butler, nascido em 17 de agosto de 1949, Birmingham. Isso mesmo que você leu: guitarrista. Na época, o moço ainda nem sequer sonhava com um contrabaixo. Geezer e Ozzy ficaram tão amigos que o primeiro não resistiu, e sugeriu aos seus colegas de banda: “por que não pegamos aquele louco do Approach para ser nosso vocalista?”. O Music Machine vinha tendo problemas com o cara que cantava para eles – um sujeito que andava se achando meio “estrela”. E o humilde e beberrão Ozzy, que entusiasmava todo mundo na base dos berros, piadas e cervejada, veio se incluir nas fileiras do Music Machine.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/02_d.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Geezer Butler, em um momento de êxtase num dos lendários shows da banda<p>Enquanto isso, do outro lado da cidade, o tal grupo “The Rest”, de Tony Iommi e Bill Ward, tinha chegado a um impasse – de uma tacada só, vários de seus membros vazaram, deixando Tony e Bill na mão. Aquela estória de sempre: um acha que dá mais lucro parar com esse negócio de música e voltar a estudar, outro resolve viajar e nunca mais aparece, outro se casa... Tony, então, resolve reinventar tudo e rebatiza a banda com o nome “Mythology” – ele e Bill se juntam a mais três caras e continuam a sua louca jornada de misturar blues pesado com jazz, uma piração total. O som da banda incluía até um saxofonista bem porra louca!</p><p>É engraçado, mas durante este espaço de tempo, o Music Machine, de Ozzy e Geezer, e o Mythology, de Tony e Bill, não chegaram a se cruzar em lugar nenhum. É Tony quem se recorda: “O circuito de shows em Birmingham era muito limitado e estranho – eram só bares, algumas festas de colégio e feiras culturais, coisas desse tipo. Mas cada grupo acabava ficando muito restrito ao seu próprio habitat, pois haviam muitas ‘panelinhas’, e se você não era amigo dos caras da escola tal, você não podia ir tocar lá. Por causa das eternas rixas de colégios e das brigas de torcidas de futebol, tudo era levado para o lado pessoal, e dependendo do lugar, era melhor você nem dar as caras com uma guitarra por lá, ou você poderia ser linchado...”. Entendeu, né? Em Birmingham, às vezes, torcer ou não para o West Ham ou outro time qualquer poderia determinar o futuro de sua banda. Bairrismo inglês é pouco...</p><p>De repente, o Music Machine também desanda – e Ozzy e Geezer, sem bem saber o que fazer, recrutam metade deles e formam o “Rare Breed”. Ozzy se gaba desta época como aquela em que ele “participou de mil bandas”... </p><p>E, só pra variar, o Rare Breed dura só alguns meses, e também rui. Já estamos em março de 1968, e, até agora, se Ozzy levou uns trinta xelins para casa como resultado de sua “nova profissão”, foi muito. Mas tudo bem: a felicidade de seu Thomas e sra. Lilian residia em, pelo menos, saber que o seu filho não havia sido preso de novo...</p><p>Ozzy, então, leva um daqueles sussurros mágicos do destino no ouvido – só não me pergunte se foi de um anjo ou de um capeta! Uma bela manhã, ele vai à redação do Diário de Birmingham, um jornal local, e manda pôr um anúncio:</p><p>- Publica essa porra aí... Se isso não me ajudar, nada mais pode.</p><p>O anúncio, em letras miúdas e mal impressas, dizia assim: “OZZY ZIG – VOCALISTA – PROCURA BANDA – POSSUI EQUIPAMENTO PRÓPRIO”. O equipamento, lembrem-se, eram o velho microfone e a caixa de som, conseguidas pelo pai de Ozzy de segunda mão. </p><p>Apesar de pequeno e econômico, o anúncio chamou a atenção de grupos da cidade – não era comum, na época, em Birmingham, um vocalista já possuir equipamento próprio. Geralmente, os garotos eram colegas de escola, se reuniam para tocar e, juntos, iam fazendo uma vaquinha, arrecadando uns cobres aqui e acolá com bicos, até comprarem os instrumentos e o equipamento. Ozzy se inspirara no que acontecia na capital, Londres, onde os melhores músicos, os caras de cacife, e já auto-sustentáveis, se dispunham a novas experiências musicais em notas de revistas e jornais – foi assim que várias boas bandas da época se formaram, como, por exemplo, o Herd, de Peter Frampton, ou até mesmo a formação pós-Gillan do <a href="http://whiplash.net/bandas/deeppurple.html" class="hotwords">Deep Purple</a>, anos depois, quando David Coverdale foi escalado após um concurso que a banda realizou com aspirantes a roqueiro que punham anúncios nos jornais. </p><p>A primeira pessoa a ir atrás do vocalista, no entanto, foi o jovem Tony Iommi – ele se lembra com humor, até hoje, de ter pego aquele jornal, olhado bem para o anúncio, e amaldiçoado: “Diabos! Não pode ser! Esse não pode ser o mesmo Ozzy em quem eu costumava dar um couro no primário.” Era. E logo Tony pôde constatar que o ex-colega de escola, a vítima das surras da pequena gangue de Tony na infância, era mesmo o tal carinha do anúncio, ao aparecer na casa dele junto com Bill Ward para responder ao anúncio. Ao se reencontrarem, Ozzy e Tony deram boas risadas lembrando do passado – não sem antes Ozzy lhe prometer uma bela revanche. Na verdade, essa promessa acabou se tornando uma dívida cara, cumprida ao longo de muitos anos, quando Ozzy saiu do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> e carregara grande parte da marca e do carisma da banda, deixando Tony e o grupo amargarem um ostracismo e descrença de décadas...</p><p>Voltando ao presente, então, Ozzy, Tony e Bill começaram a conversar sobre música, e sobre as propostas que eles tinham – de alguma forma, sob a vital influência de Bill, elas se casaram. Tony tinha os dois pés atrás, e mais algum se houvesse, em fazer algo em parceria com Ozzy – as idéias do garoto sobre rock podiam ser legais. Do que o guitarrista nunca gostara mesmo era o comportamento de Ozzy – opinião essa que até hoje, diga-se a verdade, não mudou muito. Mas Bill, de cara, teve grande empatia com Ozzy, e até hoje eles são os mais ligados dentre os quatro clássicos membros do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>. Encorajado por Bill, Tony finalmente topou, e marcaram um ensaio. Na noite do mesmo dia, Ozzy aparece na casa de Geezer, e lhe diz em tom de euforia: “Esqueça o Rare Breed e outras merdas. Agora realmente vamos ter uma banda legal!”</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/02_e.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: O homem por trás da porradaria do Black Sabbath: a fera Bill Ward<p>Ozzy já havia ouvido alguém falar no Mythology (que também já estava se desmanchando), e em como o seu guitarrista e baterista eram bons e realmente impressionavam ao vivo. Era atrás disso que ele mais corria em seus dias de Birmingham – um grupo que surpreendesse ao vivo, que pegasse todo mundo despreparado enquanto no palco. Em suma, o que ele achava legal nos <a href="http://whiplash.net/bandas/beatles.html" class="hotwords">Beatles</a>.</p><p>E então, uma semana depois, lá estavam eles – e a jam deu certo. </p><p>Abril de 1968 marca, pois, o início da trajetória de uma das mais fascinantes e inventivas bandas de rock pauleira de que já se teve notícia – ainda que em um formato bem diferente. Inicialmente, por exemplo, até que Geezer resolvesse passar para o baixo, ele e Tony se revezavam nas guitarras, e muitas das vezes, enquanto Geezer fazia a parte rítmica, Tony tinha espaço para se esmerar no slide guitar, aquela técnica clássica de tocar com uma bottleneck deslizando sobre as cordas, tão utilizada por Brian Jones dos <a href="http://whiplash.net/bandas/rollingstones.html" class="hotwords">Rolling Stones</a>, ou pelos Alman Brothers, e, de forma magistral, por Ry Cooder. Algum tempo depois, Geezer resolveu pegar no baixo e deixar só Tony na guitarra, uma vez que o estilo seco e direto deste, aos poucos, foi se acomodando melhor com o tipo de música que estavam desenvolvendo. </p><p>O grupo, então, se chamava Polka Tulk, que era o nome de uma marca de talco cuja lata Ozzy, um dia, encontrara no banheiro de um dos pubs que ele mais freqüentava – como ele estava trêbado neste dia, imaginem o que ele fez com essa lata, dada a sua fama de gostar de aprontar com os outros quando suspenso em estado etílico. Basta dizer que alguém o expulsou do pub aos chutes, neste dia, por ter recebido um inesperado banho de urina... </p><p>Nesta época, o grupo consistia de Ozzy (vocais), Bill (bateria), Geezer e Tony (nas guitarras), Jimmy Philips (no baixo), e um tal de Clark - é simplesmente assim que se referem a ele, e é o sujeito que tocava saxofone e demais instrumentos nas loucas incursões jazzísticas do grupo. Ozzy odiava esses momentos – foi o que, na verdade, sempre fê-lo amaldiçoar o som do Sabbath durante muitos e muitos anos. “Iommi sempre gostou dessas entediantes trips de jazz – no palco, ele ficava fazendo aqueles solos enormes de jazz. Jazz num show do Black Sabbath? Ridículo! Eu ficava olhando do lado do palco, rangendo os dentes” – declaração de Ozzy dada em 1981, dois anos após ter deixado o Sabbath. Ozzy queria o peso, o rock pauleira – ele queria agitação.</p><p>Com o passar do tempo, no entanto, inicia-se a conspiração de Ozzy, dentro do grupo, para que o som da banda fique cada vez mais pesado e espirrem fora os seus componentes desnecessários – ele já vislumbrava uma formação clássica, de quarteto, aos moldes do que várias bandas de Londres vinham fazendo, se tornando mais pesadas e dispensando as instrumentações e viagens desnecessárias. Era o caso dos Yardbirds, que no ano anterior tinham se transformado definitivamente em um quarteto com Jimmi Page na guitarra, e agora estavam prestes a se transformar no Led Zeppelin! Foi assim que Ozzy começou a chamar a atenção de todos para o fato de que, nos shows que o grupo vinha fazendo em pubs, ninguém vinha prestando muita atenção neles. Enquanto todos ficavam papeando nas mesas, matando suas canecas de cerveja e lambiscando pretzels e fritas, a banda ficava lá, no palco, dando o sangue e se esforçando naquelas pretensiosas viagens jazzísticas. “Para o quê, afinal? Servir de trilha sonora para os caras ficarem ganhando as minas e comerem elas depois de alguns goles – é pra isso que a gente toca?”, esbravejava Ozzy. Noutra feita, ele teve uma conversa séria com Tony:</p><p>- É o seguinte: ou a gente aumenta o volume dos P.A.s, ou ninguém vai prestar um caralho de atenção na gente. Temos que tocar alto, Tony. Temos que fazer a coisa o mais ensurdecedora o possível! Temos que atingir eles, chamar sua atenção – ou senão, como é que raios você quer que a gente chame a atenção de alguém, de algum empresário ou promotor de shows, ou até mesmo de um agente de gravadora? Nunca vamos arrumar um contrato para gravação assim. </p><p>Ozzy, raposa velha que só ele, sabia que um dos grandes interesses de Tony era sobreviver da música, se tornar realmente profissional e gravar – ele não queria voltar para a fábrica onde trabalhava para perder mais dedos em torneadoras! Era esse também o interesse, confesso, de todos por ali. </p><p>No decorrer do ano de 68, então, as coisas começam a mudar – e perceptivelmente. </p><p>Nos palcos dos pubs onde tocam, o Polka Tulk começa a inovar, e não obstante angariam a polêmica em seu caminho. O volume exagerado dos amplificadores e caixas de som – realmente elevado ao máximo – perturba o bate-papo de quem vai aos barzinhos para simplesmente beber e se distrair. Não raras foram as brigas de Ozzy e cia. com inúmeros donos de pub de Birmingham e região, que teimavam em desligar a aparelhagem antes do show terminar e expulsavam a banda. Invariavelmente, recebiam, como resposta, as vigorosas cusparadas de um ébrio Ozzy, xingando tudo: “Obrigado, seu viado velho! Temos a honra de nunca mais voltarmos a este puteiro de merda para tocar!!!”. Por outro lado, este caráter underground do grupo logo lhes relega uma fama e notoriedade típicas das mais controversas e polêmicas bandas do rock, e os primeiros fãs já começam a surgir e a segui-los aonde quer que toquem. Mirem-se nesta lição de integridade, futuros roqueiros: gente que acompanha o seu grupo e vai aos seus shows pelo que eles são e pela sua música, e não para ficar simplesmente batendo papo e ficar seduzindo as minas para um motelzinho, como Ozzy costumava dizer.</p><p>O inevitável acontece: Jim Philips e Clark deixam o Polka Tulk, cansados do festival de pancada sonora e de brigas e porradaria em que os shows da banda se transformaram, sob influência de Ozzy. E aí sim, nasce o Earth.</p><p>O motivo da mudança de nome do grupo para Earth, segundo Tony, é o de que, como agora eles eram um quarteto, a nova formação precisava de algo marcante para ser reconhecida. Esta é a versão oficial. Na verdade, o Polka Tulk virou Earth justamente para não ser tão reconhecido – como a fama do Polka já estava queimada, devido às brigas homéricas de Ozzy com donos de pubs, seria legal eles ressurgirem como Earth e, assim, animar alguns promotores de shows e donos de bares a contrata-los novamente. A clássica formação já do que viria a ser o grande <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> (Ozzy, Tony, Geezer e Bill) continuou, no entanto, fazendo a mesma coisa de antes – se não pior. Tony via, agora, que Ozzy estava com a razão: aumentar o volume e dar ao som da banda uma personalidade básica e distintiva de tudo o que se fazia até então era realmente um bom negócio, e o apoio dos pioneiros fãs do grupo sempre foi muito importante, desde o início, para que continuassem neste caminho, sempre se impondo. Logo, quase todos os garotos de Birmingham tinham virado fãs do Earth, e sabiam que o show da banda era uma oportunidade única para pularem, gritarem e agitarem, pondo todos os seus demônios para fora numa exaltação ao rock n’ roll. Realmente, já desde os primeiros tempos, Ozzy e cia. garantiam essa performance animada e o som agitado que se tornaria uma de suas marcas registradas ao vivo. Era o nascimento do heavy metal, como o conhecemos! O Earth começa a dar seus primeiros shows em cidades vizinhas, e o sucesso começa a, timidamente, lhes bater a porta...</p><p>Uma das estórias mais engraçadas desta época é que, dado o êxito inicial que o grupo vinha tendo em apresentações, eles foram chamados para tocar em uma festa que haveria em um grande salão de Birmingham, uma espécie de banquete em que seria comemorado o aniversário de uma tal instituição de Lordes Comerciários de Birmingham... algo assim, como dizia Bill. Coisa chique. E o evento era tão grã-fino, que o jovem empresário que os contatou levara, junto com o contrato para fazerem o show, quatro ternos brancos, de gala, para que se vestissem para o concerto! Geezer e Tony ficaram boquiabertos quando viram aquilo. Bill ainda sussurrou: “será que esses caras não estão nos confundindo com alguém... quero dizer, eles sabem quem somos nós?”, ao que Ozzy retrucou: “Ah, deixa pra lá... Além do mais, se não sabem, vão ficar sabendo”. A aparência do vocalista, nesta época já com uma cabeleira enorme, roupas velhas e sujismundas, e frequentemente visto andando descalço (todo o seu dinheiro ia embora em bebedeiras e novos equipamentos para a banda, e seu único par de sapatos estava em estado deplorável), com certeza assustou muito o rapaz que os contratou, fazendo-o imaginar se havia feito a coisa certa. De qualquer forma, quando terminaram de se vestir para ir tocar na tal festa, Ozzy achou o maior barato os quatro daquele jeito, e fez questão que seu irmão tirasse umas fotos deles. “Foi a primeira vez, na minha vida, em que eu realmente vesti roupas!”, brincaria o vocalista.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/02_f.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: O grupo Earth – a um passo de se tornar o Black Sabbath, os quatro já estavam ali – da esquerda para a direita, Bill, Geezer, Ozzy e Tony! Esta é uma das fotos tiradas antes do clássico “concerto de ternos” que eles deram, apavorando uma legião de ricaços locais de Birmingham. Repare no clima de gozação do grupo – e na cara de menino de Ozzy, ainda bem novinho.<p>Na tal cerimônia, tudo ia indo bem – os convidados chegando, brindes de taças de champanhe, muita conversa e apresentações formais. Até que o grupo subisse ao palco. </p><p>- Veja, Bill. A mesma putaria de sempre. A única diferença é que aqui eles são bem vestidos, mais silenciosos e dão menos na cara. Vamos acabar com isso. – resmungou Ozzy, já levemente mamado de alguns drinques da festa – muito especiais, aliás, para um garoto de boca suja só acostumado a cerveja barata de pubs fedorentos. </p><p>E dá-lhe som! O grupo despejou o seu peso habitual e incomum na audiência desavisada – e que horror! Algumas senhoras da high society de Birmingham ficaram apavoradas e pediram para ser retiradas dali pelos seus maridos. Alguns comerciantes e fazendeiros ricos da região arregalavam os seus olhos o mais que podiam – não podiam acreditar no que estavam vendo, e muito menos no que estavam ouvindo! Os mais jovens, por outro lado, começaram até a curtir, sob os olhares censuradores de seus pais. Aquilo era um ultraje. Das caixas de som no palco, irrompiam os acordes tonitruantes de algumas poucas composições próprias – dentre elas uma nova, chamada “The Rebel” – e covers de Elvis (“Blue Suede Shoes” era uma das preferidas de Ozzy – a versão do Earth para ela pode ser ouvida em alguns discos piratas do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a> com registros dessa época). Tudo tocado na já conhecida levada mastodôntica do Sabbath. A fleuma britânica dos anfitriões da festa, no entanto, não lhes permitiu parar o show dos rapazes no meio (e na raça, como os boquirrotos donos de bares faziam), e o olhar selvagem de Ozzy para todos eles enquanto cantava (quer dizer, berrava) deve, em muito, ter contribuído para isso. Ao final de 50 minutos de tortura sonora para a tal sociedade dos lordes comerciantes, entremeados por alguns instantes para os membros do grupo tomarem mais alguns goles e acertarem o que tocar, o set estava terminado – para indescritível alívio da audiência em pânico. Desnecessário dizer que a festa fora arruinada, e quase todos os convidados já haviam ido embora. Que ironia, não? Quem poderia imaginar que estava perdendo um dos mais controversos shows daqueles que, um dia, se tornariam os mais ilustres filhos de Birmingham, que hoje em dia dedica um dia especial a eles?</p><p>Podemos dizer que aquele foi o dia em que o rock deu uma cusparada, da forma mais direta possível, na cara da burguesia. E por engano! Engano esse, entretanto, que não passou despercebido, e deixou os rapazes da banda em alerta: havia já, na época, uma outra banda na região chamada “Earth”, que foi a banda que era originalmente cotada para tocar na tal festa, e com quem eles foram confundidos, e não se passou muito tempo, logo surgiria também, na Inglaterra, a Manfred Mann’s Earth Band, do ex-líder da famosa banda de pop inglês, e que poderia, também, gerar confusões e mal-entendidos, caso um dia Ozzy e cia. ganhassem maior projeção. Levando tudo isso em conta, Tony e os outros logo começaram a pensar em um outro nome para o grupo – e este sim, se tornaria definitivo...</p><p><br /></p><p><a href="http://whiplash.net/materias/sabbath/000291-blacksabbath.html">http://whiplash.net/materias/sabbath/000291-blacksabbath.html</a><br /></p>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-39543227597529243922009-09-08T11:49:00.001-07:002009-09-08T11:49:31.632-07:00Black Sabbath<h2 id="materiaTitulo">Parte 01 - Gangues de Birmingham</h2><p><b>Tudo começou lá. E não é à toa que o título deste texto possa parecer uma alusão ao filme “Gangues de Nova Iorque”, de Scorcese.</b></p><div class="hr"><hr /></div><!-- google_ad_section_start --><p><b>Parte I – Gangues de Birmingham</b></p><p>No início dos anos 60, Birmingham era um dos mais importantes pólos da indústria metalúrgica na terra de Sua Majestade. Talvez possa sair coincidência pretensiosa demais, mas é inegável que 80% do melhor heavy metal escutado no mundo inteiro, nas três últimas décadas do século XX, tenha saído justamente de lugares duros e árduos como esses – ninguém nega que todo mundo que tenha feito história no rock pesado inglês, de <a href="http://whiplash.net/bandas/ironmaiden.html" class="hotwords">Iron Maiden</a> ou Saxon a Def Leppard (com uma devida exceção ao Motorhead, que já nascia com grupos importantes como Hawkwind e outros na mamadeira) realmente saiu de ambientes relativamente comparáveis ao de Birmingham.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/01_b.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Uma das primeiras fotos de um dos rockstars mais conhecidos e polêmicos do mundo: Ozzy Osbourne, aos dois aninhos de idade, em Birmingham.<p>Pois bem, foi neste cenário empobrecido, dominado pelo operariado rude e entorpecido pelo fanatismo pelo futebol e suas rixas lendárias (gente como os hooligans), de gente como mulheres que engravidavam cedo e se casavam para levar uma vida de eternas donas de casa de empregados metalúrgicos, ou de eternas empregadas de fábricas também (já naquela época homem e mulher tinham que trabalhar, nas pobres cidades industriais inglesas, para manter a casa), de jovens garotos e garotas que, pela pressão social da vida difícil a que estavam submetidos, não conseguiam dar vazão a tudo aquilo que a instrução escolar, frágil e falível, podia lhes oferecer – foi neste cenário que o jovem John Michael Osbourne (Ozzy Osbourne), nascido em 3 de dezembro de 1948, aos quinze anos desenvolveu um singular gosto pela atividade predileta da juventude local, exercida por nove entre dez garotos birminghianos: andar pelas ruas em grupo, testando constantemente sua virilidade ao se defrontar com gangues rivais, garrafinhas de long neck beer e correntes em punho, prontos para deflagarem a próxima chamada telefônica aos rotundos e entediados guardas de polícia locais, invariavelmente feitas por comerciantes trêmulos de pavor diante da idéia daqueles conflitos juvenis convergirem seus alvos para as vitrines repletas de tudo aquilo que eles, os garotos, sabiam que seus pais, e nem eles, podiam comprar. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/01_c.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Ozzy aos oito anos.<p>Na verdade, toda essa violência teen era a forma mais direta de expressão de uma geração desenganada e muito inconformada diante do destino que praticamente todos eles sabiam que iam, inevitavelmente, ter. “Eu nasci e vivi, durante muitos anos, num lugar em que a vida era trabalhar, trabalhar e trabalhar, do berço à sepultura, em fábricas de chapa de aço – e quando você queria comer algo diferente, não tinha opção: era ir pra dentro do mato caçar esquilos, veados e toda a sorte de bichos do mato para comer. Eu comia todos aqueles Bambi, cara – eu cansei de comer os bichinhos do mato, hahaha!”, revelou Ozzy durante uma entrevista na década de 1990. A sua declaração, feita à sua típica maneira, com o humor e a ironia que lhe são habituais, pode indicar, no entanto, como a vida era dura e sofrida para toda uma população jovem num lugar como aquele, feito para o mundo adulto, sob as perspectivas do adulto e para os ideais adultos. E o pior de tudo: ideais adultos solidamente capitalistas, voltados para a máxima filosófica de linha de montagem de Henry Ford, o famoso “trabalho dignifica – trabalhe até morrer”. Um trabalho, diga-se de passagem, sem o mínimo de boa remuneração ou perspectivas otimistas – trabalho pesado, tolo e brutal, sem espaço para quaisquer sonhos ou idílios. O mais engraçado disso tudo é que, alguns anos depois, esses mesmos adjetivos seriam usados pela grande maioria da imprensa musical dita especializada para descrever o som dos filhos mais queridos de Birmingham: um evidente reflexo de como a arte é produto do seu ambiente, de seu habitat natural. É gozado imaginar como o homem que hoje é catalogado como o terceiro roqueiro mais rico do mundo – perdendo apenas para Paul MacCartney, em primeiro, e os Rolling Stones, em segundo – e que é a sensação de um dos mais assistidos reality shows de todos os tempos (The Osbournes) possa, um dia, ter tido apenas um par de calças, uma camisa e uma jaqueta surrada para vestir. Ozzy disse, em recente entrevista, que, de fato, a sua família era muito pobre mesmo – além do fato de ele ter vivido grande parte de sua infância descalço, indo aos lugares quando precisava com sapatos emprestados (o que não mudou muito até os primeiros tempos do <a href="http://whiplash.net/bandas/blacksabbath.html" class="hotwords">Black Sabbath</a>...), Ozzy dormiu, até os dez anos de idade, em uma só cama, decrépita e que pertencera a seu avô, com todos os seus cinco irmãos, e a sua casa não tinha aquecimento central e nem banheiro dentro, obrigando o jovem John Michael Osbourne a ir fazer suas necessidades fisiológicas em uma apertada toalete de tijolinhos feita por seu pai, com muitas economias, nos fundos da casa, durante os avassaladores invernos gelados de Birmingham. Ou, como o próprio Ozzy gosta de dizer: “Tinha que sair para cagar naquele mato, com o c... congelando”. </p><p>O jovem Ozzy, um garoto rebelde que ainda não havia se decidido sobre no que se graduar, – uma espécie de “piada” local da cidade, já que todos acabavam mesmo era se graduando nas pesadas atividades técnicas locais – vinha, de qualquer forma, deixando uma numerosa família mais ou menos preocupada com os seus novos interesses, visto que na escola ele já revelara, anos antes, uma intolerância e uma despreocupação exemplares de um menino que, ao ouvir o primeiro acetato dos <a href="http://whiplash.net/bandas/beatles.html" class="hotwords">Beatles</a> a chegar em uma loja de discos de Birmingham, no início de 1963, simplesmente saiu correndo para a sua casa e gritando para a sua mãe “Quero ser como esses caras!”, feito um doido. Ozzy era filho de John Thomas Osbourne, um histriônico e fanfarrão ferreiro do bairro de Aston, de quem Ozzy herdou muito de seu temperamento, e de Lilian Osbourne, sua esposa, mais um exemplo de como marido e mulher tinham que dar duro para pôr o pão na mesa da família: Lilian era empregada do setor siderúrgico da empresa de carros populares Lucas, que tinha uma grande fábrica em Birmingham. </p><p>John Thomas e Lilian não tinham televisão em casa: além de Ozzy – que recebera este apelido, ao contrário do que reza a lenda, não em um reformatório, mas de um coleguinha na própria escola onde fez o primário, por ser uma maneira mais fácil de se referir ao sobrenome “Osbourne” – eles tinham mais cinco filhos, dois homens e três mulheres, chamados Paul, Tony, Jean, Íris e Gillian. </p><p>Como o desempenho de Ozzy na escola demonstrou estar entrando em uma interminável curva descendente, - trajetória desastrosa, em relação à de seus irmãos - e agora ele se mostrava muito mais interessado em quebrar garrafas de cerveja na rua com seus “coleguinhas”, logo papai Thomas e mamãe Lilian se empenham em tentar dar um outro rumo à vida do seu querido filhinho, visto que, como já rezava a velha máxima, “o ócio é a oficina do demônio” – demônio este que, por sinal, já desde essa época mostrava exercer uma certa atração sobre Ozzy, cujo único ponto de interesse, na escola, parecia ser o professor Parry Williams, que nos intervalos das aulas, costumava entreter os alunos contando-lhes estórias entremeadas de satanismo – pequenos contos de Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft, além de historietas nórdicas sobre as bruxas e espíritos das florestas. Nascia ali o crescente interesse de Ozzy por tramas e personagens diabólicos.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/01_d.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Uma das mais raras e curiosas imagens na história de Ozzy e do Black Sabbath. O roqueiro (o menino esquisitinho com cara de caxias! – terno de três botões, lado direito) estava na 6a. série, neste registro ao lado de seus coleguinhas de escola e do prof. Parry Williams (do lado esquerdo, ao alto), em torno do qual se criou a lenda de que seria o primeiro incentivador de Ozzy no domínio dos temas sobrenaturais que fariam a fama de sua banda e, conseqüentemente, de todo o heavy metal.<p>Dois meses após o seu aniversário de 15 anos, Ozzy sai do Instituto Escolar de Ensino de Tregarth – para nunca mais voltar. Seus pais lhe arranjam um emprego como aprendiz de bombeiro. Não dura mais do que três semanas, no entanto: o garoto alega que é muito difícil se inteirar de todas aquelas normas de segurança e, alegando haver se desentendido com os bombeiros-chefes, justamente por não se dar com os regulamentos do trabalho, deixa eles falando sozinhos numa das muitas cinzentas tardes de sexta-feira de Birmingham – para também nunca mais voltar. John Thomas e Lilian começam a perceber, a partir daí, que vai ser muito difícil domar o inconstante instinto rebelde de Ozzy. </p><p>Alguns dias após ter abandonado o primeiro serviço, um amigo dos pais de Ozzy consegue uma vaga para o rapaz como ajudante de uma casa de carnes próxima à casa deles. O salário era um pouco melhor do que ele receberia no corpo de bombeiros, e com um grande incentivo de seus pais (leia-se: um tremendo puxão de orelha de seu Thomas no filho), Ozzy se anima de ir conhecer o tal açougue. Lá chegando, até que se afeiçoa pelo serviço e resolve ficar – é um dos empregos em que Ozzy permanecerá por mais tempo, antes de bandear sua cabeça para a música. O garoto, já desde cedo bastante mal intencionado, acha um barato aprender o ofício de matar e sangrar cerca de 250 vacas por dia e arrancar fora tripas de carneiro...</p><p>Após quatro meses de árduo batente no açougue, Ozzy novamente se cansa, e alega que aquele trabalho é legal, mas é o tipo de serviço que não dá muito futuro a não ser que você seja um proprietário de fazenda e possa lucrar diretamente com a venda de carne. Era sempre assim: como para qualquer jovem de sua idade, ele se entediava facilmente, e logo arrumava alguma espécie de desculpa para largar o emprego. Assim, lá vai Ozzy novamente fazer uma nova tentativa, e desta vez, para que ele fique mais “sob controle”, é sua própria mãe que lhe ajuda a arrumar um emprego na fábrica de carros em que ela trabalhava. </p><p>Lilian havia sido transferida para a seção de testes com peças da fábrica, e ficara sabendo que estava sobrando uma vaga para testador de buzinas – este acabaria sendo, portanto, o primeiro grande contato direto de <a href="http://whiplash.net/bandas/ozzyosbourne.html" class="hotwords">Ozzy Osbourne</a> com a profissão de músico... ou barulhento, como queiram! </p><p>É durante esta época que os primeiros problemas de Ozzy com a justiça acontecem. Recebendo uma miséria na fábrica, como era de se esperar, – os novatos precisavam adquirir muito tempo de casa para ganharem novos postos e começarem a receber um pouquinho melhor, e os sindicatos, na época, não tinham a força que têm hoje perante a Justiça Trabalhista inglesa – Ozzy, nos finais de semana, reencontra alguns velhos comparsas seus de gangue enquanto torra os seus poucos shellings nos pubs enfumaçados de Birmingham. Nestes ambientes, barzinhos tipicamente britânicos e enfumaçados onde a grande massa do proletariado inglês se reunia para se embebedar de lagers e ouvir bandas tocando de tudo, de blues e jazz a country & western americano, Ozzy começou a desenvolver o seu ouvido já acostumado a excessos para as melodias amplificadas das guitarras, baixos, bateria... </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/01_e.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: De aprendiz de delinqüente a uma das primeiras grandes estrelas do rock pauleira. O jovem Ozzy tivera uma infância miserável em Birmingham, cercado de frustrações, privações, e tendo que caçar todas as vezes em que quisesse comer algo diferente, o que explica a sua “paixão” por certos animais... Um pouco desse passado é suscitado por esta irônica foto de 1973, tirada com um urso empalhado!<p>Alguns indivíduos de péssima reputação nas cercanias, como Johnny ‘Rat’ Phillip, e outros, vários deles ex-colegas de escola de Ozzy, e que também haviam abandonado os estudos e rodado por toda a sorte de empregos e bicos de Birmingham, começaram a incutir na cabeça algumas idéias enquanto dividiam suas pints of beer. Um deles conhecia alguns endereços mágicos, gente que tinha posses, jóias, boas coisas pra se ter. “Boas coisas pra se pegar”, ria Johnny. Em meio às risadas e ao clima de descontração fortalecido pela bebida, Ozzy concorda com os parceiros, e então se reúnem para promover alguns assaltos.</p><p>O negócio da gangue de Ozzy, como passaram a ser conhecidos no submundo, não era a violência, e nem grandes assaltos. Poderiam realmente ser definidos como uma dessas milhares de ganguezinhas “pé-de-chinelo” que roubam miudezas e coisas supérfluas em geral, sobretudo de vitrines de lojas. Arrombaram algumas vezes algumas residências, de onde retiravam, em geral, roupas boas e de valor que encontravam, alimentos, e algumas jóias. Mas foi após um assalto a uma loja de roupas, que tinha uma vitrine com belos casacos e itens que chamavam muita atenção, que Ozzy se deu mal. </p><p>Numa noite de setembro de 1966, Ozzy e seu grupo quebram a vidraça da tal loja, cujo nome sumiu na névoa do tempo – ninguém parece querer se lembrar do nome do lugar que teve a honra de ser assaltado por uma das maiores estrelas ro rock! A ação da gangue não passa despercebida de um senhor que passava por ali durante a madrugada, em direção a sua casa – e que liga imediatamente para a polícia ir checar o roubo que está acontecendo ali, naquele exato momento. Quando os policiais estão chegando, e a gangue está quase terminando de recolher um punhado de blusas, calças, sapatos e jaquetas de marcas caras e famosas, um dos caras dá o alerta escandalosamente: “OS TIRAS ESTAO CHEGANDO!”, e o grupo dispara em desabalada correria. Ozzy é o que fica mais para trás, e consegue correr até certo ponto, cercado por uma equipe de quatro policiais. Entretanto, acuado pelos berros de “Vamos dispara chumbo!” dos tiras, ele se refugia em um beco, junto com um comparsa, e ali mesmo lhes é dada a voz de prisão.</p><p>Horas depois, um amigo de seu Thomas que morava próximo à delegacia do condado vai lhe dar a triste notícia. Um defensor público é nomeado para defender Ozzy, mas não há muito o que fazer: o moço passará o resto de sua vida sendo chamado de “idiota” pelo seu pai gozador, pois durante os assaltos Ozzy usava luvas... sem as pontas dos dedos! O ingênuo rapaz nem imaginava o que seriam impressões digitais. “Eu sei lá... os raios das impressões digitais. Nem sonhava que diabos deveria ser aquilo! Usava luvas sem pontas porque era legal, todo mundo usava... Pra mim, impressões digitais eram algo de computador, algo relacionado à eletrônica, um caralho desses qualquer!”, diria Ozzy tempos depois, em tom de comédia. </p><p>Como Ozzy era réu primário e confesso, e o seu advogado conseguira fazer uma boa defesa do lamentável grau de instrução do rapaz, chamando a atenção do juiz para o estado de pobreza em que viviam ele e sua família, as duras condições sociais da juventude do lugar e etc., Ozzy acabou pegando uma pena leve: 6 semanas na Winson Green Prison de Birmingham, por assalto. E apesar dos choros e lamentos de sua mãe, e das duras broncas de seu pai para não aproveitar a situação para se envolver mais ainda com a malandragem, Ozzy se sai até bem na tal penitenciária, fazendo vários colegas de cela e repartindo com eles vários truques bem típicos da juventude delinqüente da época: métodos de arrombamento, cuspes à distância, novas técnicas de ejaculação, emissão de diferentes sons por arroto, além de outras coisinhas. Foi através de um camarada com quem travou contato durante um dos banhos de sol que Ozzy aprendeu uma técnica que contribuiria em muito para o mito que se formaria em torno de sua imagem anos depois: a tatuagem. Os famosos tatoos que o roqueiro carrega com orgulho até hoje, em seu corpo, são fruto deste aprendizado ainda na prisão, e da doação que este conhecido de Ozzy lhe fez de um pequena agulha e um generoso pedaço de grafite. Com estas “ferramentas”, Ozzy se paramentou com os símbolos que, ao longo dos anos, jovens fanáticos por metal do mundo inteiro iriam reproduzir em seus próprios corpos: O-Z-Z-Y nos quatro dedos de sua mão esquerda, a palavra “Obrigado” nas palmas de suas mãos, e o mais curioso e engraçado: “carinhas alegres” nos seus dois joelhos, desenhadas de cabeça para baixo, para que todos os dias de manhã em que ele acordasse em sua cela, segundo o próprio cantor, elas lhe dessem “bom dia”. </p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/01_f.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: O grande Tony Iommi: o mago das seis cordas do Black Sabbath.<p>E enquanto Ozzy amargava os seus últimos dias em Winson Green, esperando afoitamente pela hora de sair (aquele era só mais um lugar chato dentre tantos de Birmingham, e que logo perdera a graça...), um ex-colega seu da Birmingham Teaching Institute, chamado Frank Anthony Iommi (Tony Iommi), nascido em 19 de fevereiro de 1948 também no condado de Aston, Birmingham, assim como Ozzy, estava às voltas com um velho sonho seu, prestes a se realizar: montar uma banda. Depois de meses superando a dificuldade de, além de ser canhoto, ter que dominar uma guitarra com as pontas de dois dedos de sua mão direita amputadas, – Iommi as perdera durante um malfadado estágio trabalhando em uma máquina de corte de chapas de aço, em uma das inúmeras fábricas da cidade – o rapaz se sentia pronto para, enfim, arregimentar um pessoal e começar a explorar o território do jazz e do rock – dois estilos musicais caros ao guitarrista naquela época. O rock, por seu vigor e energia juvenil: Elvis, Chuck Berry, e toda a nova geração inglesa, que já inspirava os sonhos da maioria dos jovens britânicos de terem suas próprias bandas - os já célebres Beatles, <a href="http://whiplash.net/bandas/rollingstones.html" class="hotwords">Rolling Stones</a>, The Who, o pessoal de uma cidade industrial vizinha, The Animals (de Newcastle)... E o jazz porque, afinal, durante o longo período em que esteve treinando guitarra, invariavelmente Iommi curtia se perder nas longas viagens experimentais e improvisadas que o gênero acolhe. Para poder fazer bem as posições no braço do instrumento, Iommi adotou uma solução inventiva: pequenos tubos cilíndricos de metal (inicialmente, feitos na própria fábrica onde ele perdera as pontas dos dedos!) no lugar das pontas perdidas – e deu certo.</p><div class="imagensLateral"><img src="http://jphca.powweb.com/imagens-e/blacksabbath/01_g.jpg" class="img" alt="Imagem" /><br /></div>Foto ao lado: Nesta foto tirada durante um show da carreira solo de Ozzy (anos 90), pode-se perceber as famosas inscrições em tatuagem nos dedos do vocalista: o clássico tatoo “O-Z-Z-Y”, feito ainda na época da reclusão em Winson Green Prison...<p>Logo, Iommi conheceu o jovem aspirante a baterista William Ward (Bill Ward), nascido em Aston, Birmingham, em 5 de maio de 1948, e, junto a dois outros amigos seus, consegue formar a sua primeira banda, chamada The Rest. Tiveram que ensaiar muito para chegar finalmente ao som pretendido por Iommi, mas, finalmente, após quatro semanas, já tinham um setlist bastante razoável, composto, na sua maioria, por covers de Elvis e Little Richard, – o rockabilly dos anos 50 era o fermento de todas as bandas inglesas da época – e que eram tocadas... com extremo barulho e improvisação!</p>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-8412215573228300392009-09-08T11:35:00.000-07:002009-09-08T11:45:38.195-07:00Bob Dylan<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://kakaos.files.wordpress.com/2007/07/bob-dylan.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 288px; height: 432px;" src="http://kakaos.files.wordpress.com/2007/07/bob-dylan.jpg" alt="" border="0" /></a><br />Se existe um ícone, um profeta da musica folk-rock americana nos anos 60, esta pessoa é Robert Allen Zimmerman, dito Bob Dylan. Ele está para os Estados Unidos o que John Lennon é para o Reino Unido. Dylan talvez seja o melhor compositor de temas politico-sociais da história da música principalmente, os eventos da década de 60.<br /><br />Robert Allen Zimmerman nasceu em Duluth, Minessota, em 24 de maio de 1941. Ele aprendeu a tocar harmonica e piano na adolescência além de tocar violão, o instrumento que junto com a gaita se tornou sua marca registrada. Ele foi muito influenciado pela musica de Hank Williams e Little Richard e aprendeu a tocar o rock and roll. Nos anos de escola, montou alguns grupos de blues com colegas de turma. Ele entra para a Universidade de Minessota onde larga a guitarra elétrica por um violão influenciado por musicos folk, principalmente pelo musico Woody Guthrie. Em dezembro de 1960, vai para Nova York onde passa a se apresentar em bares e onde se destaca na cena folk da região, principalmente no Greenwich Village. Um grande momento para sua carreira foi em 11 de Abril de 1961, onde abriu o show do cantor de blues John Lee Hooker. Após tocar harmonica numa sessão de Carolyn Hester, Dylan é procurado pelo produtor John Hammond para um contrato com a Columbia Records. o primeiro disco de Bob Dylan não conseguiu muita repercursão, mas o álbum seguinte "The Freewheelin" alcançou grande repercursão. Nesse disco estão primeiros clássicos de Dylan como "Blowin in the Wind", "It´s Alright", "A Hard Rain´s Gonna Fall".<br /><br />Em 1963, Dylan se apresenta no Newport Folk Festival junto com outros cantores como Pete Seeger, Joan Baez e Phil Ochs. Em 1964, lança dois álbums "The Times They Are a-Changin" e "Another Side of Bob Dylan". Ainda nesse ano, a musica dos Beatles se tornava febre mundial e Bob Dylan conhece John, Paul, George e Ringo. Num desses encontros, Dylan teria apresentado a maconha para os Fab-Four, mas teoria é muito questionada pois segundo alguns relatos, os Beatles já teriam experimentado a droga quando estavam tocando em Hamburgo em 1960. Seja boato ou não, Bob Dylan chegou a influenciar o conjunto principalmente John Lennon em suas letras( "I´m a Loser" do album Beatles for Sale do meu ponto de vista, lembra muito o estilo do Bob). Outro conjunto bastante influenciado por Dylan foram os The Byrds. Bob Dylan havia lançado o hit "Mr Tambourine Man" e o conjunto regravou essa musica se tornando muito conhecida mais pelo The Byrds do que por Bob Dylan( A versão de Dylan foi lançada em Junho de 1965 atingindo o topo das paradas). Nesse ano ainda, seria lançado "Bringing It All Back Home" e faria sua primeira turnê no Reino Unido onde foi assistido por muitas bandas inglesas como os Beatles, os Rolling Stones, os Animals e etc. Também em 65 ele tocaria novamente no Newport Festival desta vez tocando também uma guitarra elétrica na qual tocou 3 musicas, voltando em seguida para o violão. Dylan tocando guitarra elétrica não agradou os fãs de folk mais conservadores, sendo assim, ele tocou a musica "It´s All over Now, Baby Blue" uma resposta a esses conservadores.<br /><br />Em seguida, Dylan lançaria a musica que é considerada por muitos, a sua obra-prima, a que mais o destacaria, "Like a Rolling Stone" que teve como musicos, Al Kooper no orgão e o guitarrista Michael Bloomfield. Essa musica é a primeira faixa do seu disco "Highway 61 Revisited" um dos seus melhores discos até hoje.<br /><br />Em 1966, em Nashville ele grava seu próximo disco, um álbum duplo "Blonde on Blonde" que inclui os sucessos "I Want You", "Rainy Day Women #12 & 35", nesse periodo conhece uma banda chamada The Hawks(O futuro conjunto The Band). Ele gravou musicas com o The Band que só seriam lançadas em 1975 no album "The Basement Tapes".<br /><br />Chega o periodo em que o rock dá uma guinada para o psicodélico, os Beatles aderem ao movimento assim como os Stones. Jimi Hendrix se destaca nesse período com a regravação de "Like a Rolling Stone" de Bob Dylan.<br /><br />Ainda nesse período, Dylan sofre um acidente, mas esse acidente seria usado de pretexto para que Dylan ficasse fora de cena durante um tempo. Ele voltaria tona em 1969, com um álbum mais "country", o "Nashville Skyline" com o famoso sucesso "Lay Lady Lay" uma musica que foi bastante executada nas rádios. Nesse ano, acontecia o festival de Woodstock na fazenda de mesmo nome, não muito longe de onde morava Bob Dylan. Mas ele não quer saber de participar desse festival e marca shows na Inglaterra.<br /><br />Chegamos aos anos 70. Bob Dylan novamente sai de cena mas dessa vez sua musicas sofrem uma queda. Dylan nos anos 70 já não era mais aquele grande compositor idolatrado pelos jovens. Aquele que nos anos 60 foi um icone ao lado dos Beatles e dos Rolling Stones fica um pouco fora de cena na década seguinte.<br /><br />Em 1976, Dylan já de volta a cena apesar de já não ser mais aquele Dylan dos anos 60, lança o album 'Desire" com o grande sucesso "Hurricane". Essa musica é uma canção biográfica do boxeador Rubin Carter que foi preso injustamente acusado de um assasinato que não cometeu(Dylan chegou a visitar Carter na cadeia).<br /><br />Bob Dylan nesse período deixa de lado as composições sociais e passa a criar letras mais religiosas, principalmente canções de cunho cristão. Uma trilogia de albums desse tipo seriam lançados, "Slow Train Comming", "Saved" e "Shot of Love". Nos anos 80 porém Dylan volta a compor alguma coisa a seu estilo original, a que o imortalizou nos anos 60 como os albums "Infidels(1983)" "Empire Burlesque(1985)" e "Oh Mercy(1989)". Nos anos 80 também lançou outro grande sucesso seu, a musica "Jokerman".<br /><br />Hoje Bob Dylan realiza shows com bastante publico onde toca seus principais sucessos. Ele sem dúvida alguma revolucionou a arte de se compor canções, mostrando ao mundo os problemas sociais que ocorrem no dia a dia. A carreira de Bob Dylan é lendária e sua musica é imortal.JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-42298509710811326242009-09-02T12:35:00.000-07:002009-09-02T12:42:11.291-07:00As melhores lendas do rock<h1 class="articlePageTitle">Introdução sobre as lendas do rock</h1> <!-- dtl_id=512320 //--> <table width="180" align="right" bgcolor="#ffffff" border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"> <tbody> <tr> <td><img src="http://static.hsw.com.br/gif/spacer.gif" width="7" border="0" height="1" /></td> <td><img src="http://static.hsw.com.br/gif/spacer.gif" width="165" border="0" height="1" /></td> <td><img src="http://static.hsw.com.br/gif/spacer.gif" width="8" border="0" height="1" /></td> <td><img src="http://static.hsw.com.br/gif/spacer.gif" width="1" border="0" height="1" /></td> </tr> <tr> <td colspan="3"><a onclick="'s_objectID="" q="1242_1" target="_blank" href="http://hsw.uol.com.br/quiz.htm?q=1242"><img name="btquiz_r1_c1" src="http://static.hsw.com.br/gif/bt-quiz_r1_c1.jpg" id="btquiz_r1_c1" width="180" border="0" height="103" /></a></td> <td><img src="http://static.hsw.com.br/gif/spacer.gif" width="1" border="0" height="103" /></td> </tr> <tr> <td background="http://static.hsw.com.br/gif/bt-quiz_r2_c1.jpg">
<br /></td><td valign="middle" align="center"><a onclick="'s_objectID="" q="1242_2" style="text-decoration: none;" target="_blank" href="http://hsw.uol.com.br/quiz.htm?q=1242"><span style="font-family:Arial, Verdana, Helvetica, sans-serif, Georgia;font-size:100%;color:#000000;"><strong>lendas do rock</strong></span></a></td> <td background="http://static.hsw.com.br/gif/bt-quiz_r2_c3.jpg">
<br /></td><td><img src="http://static.hsw.com.br/gif/spacer.gif" width="1" border="0" height="41" /></td> </tr> <tr> <td colspan="3"><img name="btquiz_r3_c1" src="http://static.hsw.com.br/gif/bt-quiz_r3_c1.jpg" id="btquiz_r3_c1" width="180" border="0" height="6" /></td> <td><img src="http://static.hsw.com.br/gif/spacer.gif" width="1" border="0" height="6" /></td> </tr> </tbody> </table> <p>Num mundo cheio de <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/teorias-da-conspiracao.htm">teorias da conspiração</a>, o universo da cultura pop também tem as suas. E o <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/rock.htm">rock</a> é um segmento rico nelas. Para muitos fãs mundo afora, <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/elvismania.htm">Elvis</a> não morreu e é um septuagenário milionário vivendo anonimamente em algum paraíso tropical. Outros acreditam que o ator Josh Saviano, o Paul Pfeiffer de “Anos Incríveis”, cresceu e virou o <em>pop star</em> Marilyn Manson. E quase todos os roqueiros crêem que Keith Richards, o guitarrista dos <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/cancoes-rolling-stones.htm">Rolling Stones</a>, realmente trocou todo o sangue do seu corpo em algum momento dos <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/anos-70.htm">anos 70</a>.</p><table align="center" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img src="http://static.hsw.com.br/gif/elvis-presley-biography-29.jpg" alt="Elvis e garotas" width="400" border="0" height="302" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><strong><span style="font-size:85%;">Elvis Presley desfruta de sua riqueza vivendo
<br />disfarçado em alguma ilha tropical</span> </strong>
<br /></center></td></tr></tbody></table><p>A mitologia pop inclui uma diversidade de <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/lendas-urbanas.htm">lendas urbanas</a>. Uma delas diz que a letra de “In the Air Tonight”, sucesso de Phil Collins, revela que o artista testemunhou o afogamento de um amigo, quando a interpretação mais sustentável é que a canção trata de um relacionamento amoroso fracassado. Outra explora a obsessão que Michael Jackson tem por plásticas e coisas bizarras. Segundo ela, o rei do pop tentou comprar os restos mortais de Joseph Merrick, o “Homem Elefante”, um portador de neurofibromatose múltipla no século 19, doença que o teria deformado a ponto dele não poder se olhar no espelho. Já uma das mais recentes diz que o guitarrista Keith Richards, dos Rolling Stones, teria cheirado as cinzas do próprio pai após sua cremação.
<br />
<br /></p><table align="center" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Robert Johnson" src="http://static.hsw.com.br/gif/blues-5.jpg" width="288" border="0" height="418" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Uma das mais antigas lendas da música popular diz
<br />que Robert Johnson fez um pacto com o Diabo para se
<br />tornar o melhor <em>bluesman</em> de todos os tempos</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table><p>
<br />O quanto há de verdade ou não nessas histórias é sempre difícil de verificar. Muitas vezes os próprios envolvidos ajudam a reforçá-las como uma “estratégia” promocional. As lendas do mundo pop ganharam a atenção da mídia ao longo das décadas. Da revista norte-americana <a onclick="'s_objectID="" parent="lendas-do-rock.htm&url="http://www.rollingstone.com/_1" target="_blank" href="http://hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=lendas-do-rock.htm&url=http://www.rollingstone.com/">Rolling Stone</a> ao jornal britânico <a onclick="'s_objectID="" parent="lendas-do-rock.htm&url="http://www.guardian.co.uk/_1" target="_blank" href="http://hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=lendas-do-rock.htm&url=http://www.guardian.co.uk/">The Guardian</a>, saem periodicamente listas com as histórias mais bizarras do rock.</p>O HowStuffWorks decidiu então pesquisar quais são as dez melhores histórias dessa mitologia roqueira. Confira nas páginas a seguir o resultado
<br />
<br />
<br /><div class="articleBody"> <h1 class="articlePageTitle">Elvis não morreu</h1> <!-- dtl_id=512322 //--> <table style="width: 279px; height: 298px;" align="right" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Elvis dançando" src="http://static.hsw.com.br/gif/elvis-presley-biography-20.jpg" width="200" border="0" height="247" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Milhares de pessoas dizem ter
<br />visto Elvis Presley após sua morte</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table>Nos dez anos seguintes a sua morte, <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/biografia-de-elvis-presley.htm">Elvis Presley</a> foi visto em pelo menos duas dezenas de milhares de ocasiões pelo mundo. E isso são somente os testemunhos que chegaram ao <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/fbi.htm">FBI</a>, a polícia federal norte-americana. Para muitos fãs, o Rei do Rock estava cansado dos infortúnios da fama e teria simulado a própria morte para desfrutar de sua riqueza anonimamente em algum local paradisíaco.<p>Mas, será que ele tramaria o seu desaparecimento deste planeta com um ataque do coração no banheiro de <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/graceland.htm">Graceland</a>? Não parece ser de seu feitio. Para alguém tão emocional e vaidoso como o Rei do Rock, seria mais cabível planejar uma morte glamourosa e comovente. Como num acidente em que estivesse pilotando um de seus carrões ou de uma parada cardíaca durante um show, ao cantar algum de seus sucessos românticos, como “Love Me Tender” ou “Suspicious Mind”.
<br />
<br /></p><table align="center" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Túmulo Elvis" src="http://static.hsw.com.br/gif/elvismania-4.jpg" width="300" border="0" height="225" />
<br /><span style="font-size:78%;">Foto Sílvio Anaz</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Se Elvis não morreu, quem estaria enterrado em Graceland?</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table>
<br />Apesar disso, não pararam de surgir teorias bizarras que sustentam que Elvis está vivo. Uma delas diz que o Rei do Rock era um agente disfarçado da agência anti-drogas americana e que descoberto pela <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/mafia-italiana.htm">Máfia</a> teve de simular a própria morte. Para sustentar essas versões, até detalhes do funeral são considerados. Segundo alguns dos presentes, o caixão pesava em torno de 400 quilos e estranhamente tornava o ar em torno dele mais frio. Na opinião dos teóricos da conspiração, no entanto, isso significa que no caixão havia um boneco de cera imitando o Rei, conservado por um sistema de refrigeração, que tornava o caixão tão pesado e o ar resfriado. Daí também a razão da cerimônia ter sido tão rápida.
<br />
<br /><table align="center" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Elvis e violão" src="http://static.hsw.com.br/gif/elvis-presley-biography-7.jpg" width="400" border="0" height="291" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>O Rei do Rock continua bem vivo,
<br />pelo menos sob o ponto de vista artístico e comercial</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table><p>
<br />No imaginário dos fãs e na comercialização de sua imagem, Elvis, de fato, não morreu. As vendagens de produtos associados a ele (de CDs a biografias) e a sua onipresença na cultura pop mostram que, seja numa outra dimensão ou em algum paraíso tropical, Elvis ainda está muito vivo por aqui.
<br /></p><p>
<br /></p><p>
<br /></p><div class="articleBody"> <h1 class="articlePageTitle">Paul Pfeiffer virou Marilyn Manson</h1> <!-- dtl_id=512324 //--> <table align="right" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Paul Pfeiffer e Kevin" src="http://static.hsw.com.br/gif/lendas-do-rock-1.jpg" width="250" border="0" height="240" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Paul Pfeiffer (à esquerda) e seu amigo
<br />Kevin Arnold no seriado "Anos Incríveis"</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table>Em “Anos Incríveis”, ele era o melhor amigo de Kevin Arnold, o protagonista da série. Tímido e muito inteligente, Paul Pfeiffer tinha tudo para crescer e virar um nerd. Mas, na vida real, Josh Saviano, o ator que o interpretava, se transformou no polêmico astro Marilyn Manson. Se você acreditou nessa história, saiba que ela foi a primeira das mais famosas lendas urbanas do <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/rock.htm">rock</a> a se propagar via Internet.<p>Lenda que ganhou proporções e obrigou Josh Saviano a desmenti-la. Já Marilyn Manson afirmou que, se tivesse atuado em “Anos Incríveis”, não teria sido Paul Pfeiffer e sim a Winnie, a namorada chatinha de Kevin. Apesar disso, alguns fãs ainda olham desconfiados para os desmentidos e acham que há muitas semelhanças entre o soturno <em>pop star</em> e o ator na pele do estudioso Paul.
<br />
<br /></p><table align="center" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Marilyn Manson" src="http://static.hsw.com.br/gif/lendas-do-rock-5.jpg" width="280" border="0" height="365" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Marilyn Manson na capa de DVD que
<br />traz a turnê mundial do artista em 2001</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table><p>
<br />Mas acreditem, definitivamente Marilyn Manson não é a versão adulta de Josh Saviano. Manson na verdade nasceu como Brian Hugh Warner, no Ohio (EUA), em 1969. Na época que “Anos Incríveis” chegou à TV, ele já tinha 19 anos de idade e estava prestes a iniciar sua carreira musical. Influenciado pelo som e pela atitude de <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/ozzy-osbourne.htm">Ozzy Osbourne</a>, Alice Cooper e do <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/heavy-metal.htm">metal industrial</a>, ele incorporou uma série de elementos provocadores em suas canções e performances, como ocultismo, violência, sadomasoquismo e visual andrógino.</p><p>Premeditadamente polêmico, Marilyn Manson (cujo nome artístico vem da junção do da atriz <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/marilyn-monroe.htm">Marilyn Monroe</a> com o do psicopata Charles Manson) está também no centro de outras lendas urbanas do rock. Uma delas diz que ele teria tirado uma das costelas para poder fazer sexo oral nele próprio. Outra que ele teria feito implante de seios e substituído um dos seus olhos por um testículo.</p><p>Em suas afrontas à censura e aos padrões morais, Manson gosta de alimentar esses tipos de histórias e considera irrelevante confirmá-las ou desmenti-las.
<br /></p><p>
<br /></p><p>
<br /></p><div class="articleBody"> <h1 class="articlePageTitle">Paul McCartney morreu nos anos 60</h1> <!-- dtl_id=512326 //--> <p>Numa noite chuvosa em 1966, Paul McCartney dirigia seu Aston Martin quando sofreu um acidente automobilístico fatal. Ele havia acabado de sair de uma sessão de gravação dos <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/cancoes-beatles.htm">Beatles</a>, no famoso estúdio de Abbey Road. No auge do sucesso da banda, John, George e Ringo não pensaram duas vezes em abafar o acidente e substituir Paul por um sósia.
<br />
<br />
<br /></p><div align="center"><img src="http://static.hsw.com.br/gif/rock-beatles-2.jpg" alt="Abbey Road" width="350" border="0" height="345" />
<br /></div><div align="center"><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Na capa do álbum "Abbey Road", Paul McCartney aparece descalço pois já estaria morto, segundo uma das mais famosas lendas do rock</strong></span></div><p>
<br />Até 1970, quando os Beatles acabaram, o impostor fez parte do quarteto de Liverpool. Mas em 69 os rumores sobre a morte de Paul ganharam força graças a uma série de “pistas” encontradas nas canções do grupo. A morte de Paul McCartney é provavelmente a primeira grande <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/lenda-urbana.htm">lenda urbana</a> do <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/rock.htm">rock</a>.</p><p>As pistas segundo os que acreditam nessa <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/teorias-da-conspiracao.htm">teoria da conspiração</a> estão espalhadas na obra dos Beatles pós-1966. Na bela “Strawberry Fields” uma voz abafada de fundo aparentemente diz “I buried Paul” (“Eu enterrei Paul”). Na capa do álbum “Abbey Road”, em que os quatro aparecem atravessando a famosa rua, Paul é o único descalço, porque seria o morto. John que está todo de branco simbolizaria um anjo, enquanto Ringo de preto seria o padre e George de jeans, o coveiro. Na canção “Glass Onion”, John Lennon canta que Paul era uma morsa. O animal foi o símbolo da morte em culturas antigas, como a romana.</p><p>O fim dos Beatles mostrou que Paul está bem vivo. Prova disso é que, desde os <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/anos-70.htm">anos 70</a>, ele construiu a mais bem-sucedida carreira do ponto de vista comercial dentre os ex-Beatles. A reverência de fãs e da crítica musical pelo seu talento faz de Paul McCartney uma lenda viva do rock.
<br /></p><p>
<br /></p><p>
<br /></p><div class="articleBody"> <h1 class="articlePageTitle">O sangue bom de Keith Richards</h1> <!-- dtl_id=512328 //--> <table align="right" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Língua Stones" src="http://static.hsw.com.br/gif/cancoes-rolling-stones-ch15.gif" width="150" border="0" height="150" />
<br /></center></td></tr></tbody></table>Por conta de seu histórico de abuso de drogas, entre elas heroína, o guitarrista dos <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/cancoes-rolling-stones.htm">Rolling Stones</a> já foi alvo de prisões e tratamentos. O mais lendário desses fatos foi a transfusão completa de sangue que Keith Richards teria feito antes de uma excursão européia dos Rolling Stones na primeira metade dos anos 70.<p>Na verdade, o que muitos ainda acreditam ter sido uma completa troca de sangue no corpo do guitarrista, pode não ter passado de uma hemodiálise feita em uma clínica na Suiça. Victor Brokis, no livro “Keith Richards: A Biography”, afirma que o roqueiro passou em 1973 por um processo de filtragem de seu sangue, uma hemodiálise, com o objetivo de remover as “impurezas” deixadas pelo uso abusivo de drogas e deixá-lo “limpo” para a turnê européia da banda.
<br />
<br /></p><div align="center"><img alt="Keith Richards RS" src="http://static.hsw.com.br/gif/melhores-guitarristas-6.jpg" width="250" border="0" height="300" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>O guitarrista Keith Richards na capa da Rolling Stone:
<br />ele trocou todo o sangue ou foi só uma hemodiálise?</strong></span></div><p>
<br />Mas a lenda não ganhou as proporções que tem à toa. Na época, cansado dos rumores e da insistência dos jornalistas sobre o episódio, Richards confirmou que tinha feito uma completa transfusão sangüínea e levou alguns anos para desmenti-la.</p><p>Essa, no entanto, não é a única <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/lenda-urbana.htm">lenda urbana</a> envolvendo o guitarrista. Em 2007, ele voltou às manchetes por ter supostamente cheirado as cinzas do próprio pai, morto e cremado em 2002. Primeiro, Richards declarou que tinha misturado as cinzas com cocaína e cheirado. Dias depois, houve um desmentido de sua empresária. Mas numa entrevista à revista britânica <a target="_blank" href="http://hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=lendas-do-rock.htm&url=http://www.mojo4music.com/blog/">Mojo</a>, o guitarrista voltou a confirmar a história, só esclarecendo que havia cheirado apenas as cinzas, como cocaína e não “com cocaína”. Mais uma polêmica para alimentar a aura transgressora dos Rolling Stones.
<br /></p><p>
<br /></p><p>
<br /></p><div class="articleBody"> <h1 class="articlePageTitle">A língua bovina de Gene Simmons</h1> <!-- dtl_id=512330 //--> <table align="right" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img src="http://static.hsw.com.br/gif/lendas-do-rock-6.jpg" alt="Gene Simmons" width="280" border="0" height="386" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Gene Simmons (acima à esquerda) junto com o
<br />grupo Kiss na capa do DVD "The Second Coming"</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table>Ser um <em>rock star</em> já é motivo suficiente para fazer sucesso entre as mulheres. Mas, Gene Simmons, baixista do <a href="http://hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=lendas-do-rock.htm&url=http://www.kissonline.com/" target="_blank">Kiss</a>, acredita que sua super língua foi tão importante para seu êxito com as garotas quanto a sua condição de astro pop. Uma língua daquele tamanho é tão impressionante que merecia uma lenda urbana do <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/rock.htm">rock</a>. E ela surgiu.<p>Entre os fãs do Kiss, a descomunal língua do baixista fez com que alguns a imaginassem como resultado de um implante cirúrgico de uma língua de uma vaca. A história se espalhou e tornou-se uma das mais bizarras do universo da cultura pop.</p><p>Por mais absurda que pareça, a língua de Gene Simmons é natural e ele não precisou recorrer a nenhum complemento vindo de um bovino para tê-la daquele tamanho. Além de sua marca registrada, a super língua de Simmons tem sido uma das atrações nas apresentações do Kiss.</p><p>O baixista foi um dos fundadores da banda, que surgiu nos <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/anos-70.htm">anos 70</a> com um rock pesado e teatral. Em 1977, a <a href="http://hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=lendas-do-rock.htm&url=http://www.marvel.com/" target="_blank">Marvel Comics</a> lançou um gibi sobre o Kiss e, como não poderia deixar de ser, na tinta vermelha usada na impressão foi divulgado que havia sangue dos quatro integrantes do grupo. No mundo do rock, não há oportunidade a ser desperdiçada para se criar uma boa lenda.
<br /></p><p>
<br /></p><p>
<br /></p><div class="articleBody"> <h1 class="articlePageTitle">Ozzy, o devorador de morcegos</h1> <!-- dtl_id=512332 //--> <p><a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/ozzy-osbourne.htm">Ozzy Osbourne</a> sempre foi polêmico. Desde o início da carreira do Black Sabbath, o vocalista encarnou a imagem de adorador de Satã, ocultista e anti-Cristo. Mesmo sem aderir ou praticar nada parecido à magia negra, os temas de suas canções, seu visual e suas performances exploram questões soturnas, perversas e mórbidas. Naturalmente, ele ganhou o título de “Príncipe das Trevas” do <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/rock.htm">rock</a> e seus fãs e críticos exploraram (com intenções opostas) essa imagem.
<br />
<br /></p><table align="center" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Osbournes" src="http://static.hsw.com.br/gif/ozzy-osbourne2.jpg" width="281" border="0" height="211" />
<br /><span style="font-size:78%;">Divulgação</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Ozzy com a família na série televisiva "Os Osbournes", da MTV;
<br />dá pra acreditar que ele arranca cabeça de morcegos com os dentes?</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table><p>
<br />Ao longo da sua trajetória, Ozzy tem sido acusado de fazer apologia de cultos satânicos e de incentivar o suicídio de seus jovens ouvintes com suas canções. Mas foi em uma de suas apresentações ao vivo que ele protagonizou a cena que viraria uma das mais populares lendas do rock.</p><p>No começo dos <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/anos-80.htm">anos 80</a>, durante a turnê “Noite dos Mortos Vivos”, Ozzy lançava para sua platéia intestinos de porco e fígados de novilhos, o que incentivou seus fãs a levarem para os shows animais mortos para jogarem no palco. Em um deles, um morcego vivo foi jogado e Ozzy acreditando tratar-se de uma réplica de borracha mordeu-lhe o pescoço. Percebido o engano, o show foi paralisado e Ozzy levado ao hospital.
<br />
<br /></p><table align="center" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Black Sabbath" src="http://static.hsw.com.br/gif/ozzy-osbourne4.jpg" width="290" border="0" height="291" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Desde os primeiros discos do Black Sabbath,
<br />Ozzy Osbourne cultivou uma imagem macabra</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table>
<br />Mas, o fato ganhou novas versões e a que mais se espalhou foi a de que o “Príncipe das Trevas” devorava morcegos durante suas apresentações. Se nessa, ele mordeu por engano um morcego de verdade, em outra lenda o envolvendo ele teria arrancado conscientemente a cabeça de uma pomba durante uma reunião com os executivos da gravadora CBS.<p>Com um fundo de verdade ou não, as lendas mais macabras envolvendo o “Príncipe das Trevas” ficaram menos tenebrosas após sua aparição no <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/reallity-show.htm">reality show</a> “Os Osbournes”, da <a onclick="'s_objectID="" parent="lendas-do-rock.htm&url="http://mtv.uol.com.br/_1" target="_blank" href="http://hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=lendas-do-rock.htm&url=http://mtv.uol.com.br/">MTV</a>, revelando seu lado família e atrapalhado.
<br /></p><p>
<br /></p><p>
<br /></p><div class="articleBody"> <h1 class="articlePageTitle">Na cama com Mick Jagger e David Bowie</h1> <!-- dtl_id=512334 //--> <table align="right" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Mick Jagger e David Bowie" src="http://static.hsw.com.br/gif/lendas-do-rock-4.jpg" width="320" border="0" height="320" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Capa do disco "Dancing in the Street"
<br />que reuniu Mick Jagger e David Bowie</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table>Angela Bowie teria inspirado uma das mais belas canções dos <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/cancoes-rolling-stones.htm">Rolling Stones</a>. A esposa de <a onclick="'s_objectID="" parent="lendas-do-rock.htm&url="http://www.davidbowie.com/_1" target="_blank" href="http://hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=lendas-do-rock.htm&url=http://www.davidbowie.com/">David Bowie</a>, entre 1970 e 1980, seria o motivo para Mick Jagger e Keith Richards comporem “Angie”, uma canção sobre um amor que não deu certo e que se tornou um dos grandes sucessos dos Stones. Mas havia outras potenciais fontes de inspiração. Uma delas, a atriz Anita Pallenberg, que se relacionou com vários Stones: Brian Jones, Mick Jagger e Keith Richards. A fonte de inspiração de “Angie” poderia até mesmo ser Angela Richards, a fila de Keith com Anita.<p>Seja ou não a musa de “Angie”, o fato é que Angela Bowie disse ter testemunhado uma das mais escandalosas lendas do <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/rock.htm">rock</a>. Segundo ela, ao voltar de uma viagem, enquanto ainda estava casada com David Bowie, teria o encontrado na cama com Mick Jagger. Mas Angela fez questão de afirmar que não os viu tendo uma relação sexual. Apesar de não mencionar quando o fato ocorreu, é provável que tenha sido nos anos em que o <em>glam rock</em> estava no auge, fase em que Bowie explorou seu visual andrógino e Jagger já era conhecido por seu apetite sexual.</p><p>No livro “Backstage Passes”, escrito por Angela e lançado em 1993, ela afirma que os dois podem ter dormido na mesma cama após uma noite de bebedeiras e uso de drogas. Mas a ex-esposa de Bowie destaca que quando os encontrou naquela situação teve certeza de que eles haviam transado. Apesar de, nas suas palavras, “seus olhos não terem comprovado o que ela sentiu no coração”.</p><p>Verdade ou não, a revelação da ex-esposa de Bowie trouxe à tona novas especulações sobre quem seria a musa inspiradora de “Angie”. Desta vez, até o próprio David Bowie foi incluído na lista. Mas o maior feito da declaração foi colocar um possível caso homossexual entre os dois <em>pop stars</em> na galeria de lendas do rock, apesar de todos os famosos relacionamentos heterossexuais que ambos têm em suas trajetórias, o que inclui as ex-modelos Bianca Jagger, Jerry Hall, Luciana Gimenez e Iman.
<br /></p><p>
<br /></p><p>
<br /></p><div class="articleBody"> <h1 class="articlePageTitle">A magia negra do Led Zeppelin</h1> <!-- dtl_id=512336 //--> <p>O lançamento do quarto álbum do Led Zeppelin em 1971 confirmaria o que já se desconfiava. Os quatro integrantes do grupo, e sobretudo o guitarrista <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/melhores-guitarristas6.htm">Jimmy Page</a>, seriam adeptos e praticantes de magia negra e rituais satânicos. As provas estavam nos quatro símbolos, um para cada membro, escritos em sigil, linguagem medieval criada com propósitos mágicos, que aparecem no encarte do álbum, além das letras místicas carregadas de metáforas sobre os ensinamentos do bruxo britânico Aleister Crowley.
<br />
<br /></p><table align="center" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Led IV" src="http://static.hsw.com.br/gif/heavy-metal-led.jpg" width="300" border="0" height="300" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Capa do álbum Led Zeppelin IV:
<br />nele estariam as provas das ligações satânicas do grupo</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table><p>
<br />A lenda sobre as ligações do Led Zeppelin com ocultismo ganharia ao longo dos anos novos elementos, como a compra do castelo que pertenceu a Crowley pelo guitarrista Jimmy Page até insinuações de que a morte do baterista John Bonham teria ocorrido em algum ritual satânico com os membros da banda. As desconfianças renderam até um livro sobre o envolvimento do grupo com bruxaria: “Fallen Angel”, escrito por Thomas Friend.</p><p>O assumido interesse de Jimmy Page por ocultismo e pelos ensinamentos de Aleister Crowley é a principal fonte das lendas que surgem em torno do grupo. Além disso, há a admiração do vocalista Robert Plant por obras literárias mitológicas como “O Senhor dos Anéis”, de Tolkien, e seu interesse por fenômenos psíquicos.
<br />
<br /></p><table align="center" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Jimmy Paje Mojo" src="http://static.hsw.com.br/gif/heavy-metal-led-mojo.jpg" width="243" border="0" height="349" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>O guitarrista Jimmy Page, ao centro, na capa da revista britânica Mojo; à esquerda, o vocalista Robert Plant, e à direita, o baixista John Paul Jones</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table><p>
<br />Naturalmente, essas influências místicas refletiram nas canções compostas pelo Led Zeppelin e alimentaram as associações entre os acontecimentos mais sombrios relacionados ao grupo e o ocultismo.</p><p>Excetuando a compra da antiga morada do bruxo britânico por Jimmy Page, o fato que comprovadamente mais aproxima o grupo da magia negra é a impressionante música que o Led Zeppelin conseguiu produzir em pouco mais de uma década de existência.
<br /></p><p>
<br /></p><p>
<br /></p><div class="articleBody"> <h1 class="articlePageTitle">O caso de Serguei com Janis Joplin</h1> <!-- dtl_id=512338 //--> <table align="right" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img alt="Janis Joplin" src="http://static.hsw.com.br/gif/lendas-do-rock-3.jpg" width="300" border="0" height="293" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Janis Joplin foi um dos ícones dos anos 60</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table>Serguei Bustamante é um dos sobreviventes da geração da psicodelia brasileira dos <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/anos-60.htm">anos 60</a> e <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/anos-70.htm">70</a>. O cantor não chegou a ser um popular <em>rock star</em>, mas tem tantas aventuras para contar sobre a cena roqueira brasileira que virou uma lenda viva do <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/rock.htm">rock</a> nacional. E entre suas histórias incríveis está seu encontro com Janis Joplin, um dos ícones da contracultura hippie da década de 60.<p>Segundo Serguei, em declaração à <a target="_blank" href="http://hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=lendas-do-rock.htm&url=http://revistatrip.uol.com.br/home/">Revista Trip</a> em agosto de 2000, ele teria vivido um mês com a cantora norte-americana em San Francisco, após conhecê-la em Long Island (EUA), em 1968. Nessa convivência teria assistido aos relacionamentos de Janis com <a href="http://lazer.hsw.uol.com.br/melhores-guitarristas5.htm">Jimi Hendrix</a> e participado de festas freqüentadas por ídolos como Jim Morrison, do The Doors.</p><p>Em 1970, na visita da cantora ao Brasil, ele a teria reencontrado no Rio de Janeiro e, após levá-la para dar uma “canja” em uma espelunca carioca, teria feito amor com Janis e com o namorado dela na praia até de manhã.</p><p>Parte da história do reencontro de Serguei com Janis no Rio não bate com o depoimento dado à mesma Trip pelo fotógrafo Rick Ferreira, responsável por hospedar a cantora em sua estadia carioca. Mas, em uma época tão louca, é compreensível que muito do que aconteceu não seja lembrado fielmente.</p><p>De qualquer forma, o relacionamento do brasileiro Serguei com uma das mais importantes artistas do rock de todos os tempos merece estar na galeria das melhores lendas urbanas da cultura pop.
<br /></p><p>
<br /></p><p>
<br /></p><div class="articleBody"> <h1 class="articlePageTitle">O misterioso Chinese Democracy, do Guns N' Roses</h1> <!-- dtl_id=512340 //--> <table align="right" cellpadding="3" cellspacing="0"><tbody><tr><td><center><img src="http://static.hsw.com.br/gif/lendas-do-rock-2.jpg" alt="Guns N' Roses" width="320" border="0" height="282" />
<br /><span style="font-size:78%;">Reprodução</span>
<br /><span style="font-size:85%;"><strong>Box do Guns N' Roses: da formação
<br />que iniciou a gravação de
<br />"Chinese Democracy" só resta
<br />o vocalista Axl Rose (ao centro)</strong></span>
<br /></center></td></tr></tbody></table>Menos pela qualidade artística e mais para saber se ele realmente existia, o disco “Chinese Democracy” do Guns N’ Roses foi um dos mais aguardados da história do <a onclick="'s_objectID="" href="http://lazer.hsw.uol.com.br/rock.htm">rock</a>. Ele é o sexto álbum de estúdio do grupo e teria começado a ser gravado em 1994.<p>Em 2007, faixas demo que fariam parte do disco vazaram para a Internet e em 2008 sites como <a onclick="'s_objectID="" parent="lendas-do-rock.htm&url="http://www.amazon.com/_1" target="_blank" href="http://hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=lendas-do-rock.htm&url=http://www.amazon.com/">Amazon.com</a> chegaram a anunciar a pré-venda do álbum. Fatos que começaram a sinalizar que ele realmente existia. Mas a sua materialização só aconteceu no final de 2008.</p><p>Da formação do grupo quando o álbum teria começado a ser gravado só restou o vocalista Axl Rose. No fim, o tão aguardado disco do Guns N’ Roses não carrega nem de perto a mesma aura de “Smile”, mítico álbum de Brian Wilson, que levou quase quatro décadas para se tornar realidade (ele começou a ser produzido em 1966, ainda com os Beach Boys, e foi lançado em 2004).</p><p>Por essas e outras, talvez seria melhor que “Chinese Democracy” continuasse a fazer parte das lendas do rock e não se transformasse em apenas mais um disco de qualidade bem duvidosa de um grupo que em muito pouco lembra seus melhores momentos.
<br /></p><p>
<br /></p><p>
<br /></p><p>
<br /></p> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div> </div>
<br />JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2023181566459557721.post-66080493580581759232009-09-02T12:10:00.000-07:002009-09-02T12:19:24.786-07:00Dead Music Legends Immortalised In Wax<span name="intelliTxt" id="intelliTXT"><div id="text"><p><strong>On the day Michael Jackson's 13th, now posthumous, Madame Tussauds waxwork was unveiled to the public, Gigwise takes a look at a other famous faces from the music world who are living beyond the grave in plastic. </strong></p> </div> </span> <!-- End Vibrant intelliTXT --> <!-- '=============================GALLERY================================== --> <div id="gallery"> <a name="gallery"></a> <div class="gall_nav"> <span class="butt_prev_off"><br /></span><a href="http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=2#gallery" class="butt_next"></a> </div> <a href="http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=2#gallery"> <img src="http://static.gigwise.com/gallery/3148654_GeorgeHarrison-Wax.jpg" class="gall_pic" /> </a> <div id="gall_pageof">1 of 10</div> <div id="gall_detail">A pretty shoddy George Harrison likeness that was on display at the Hollywood Wax Museum. It was later sold off at auction.<br /><br /><br /><a href="http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=3#gallery"> <img src="http://static.gigwise.com/gallery/6100881_ElvisPresley-Wax1.jpg" class="gall_pic" /> </a> <div id="gall_pageof">2 of 10</div> <div id="gall_detail">A shiny faced Elvis Presley as featured in a Mexican wax museum<br /><br /><br /><br /><a href="http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=4#gallery"> <img src="http://static.gigwise.com/gallery/1578281_JohnnyCash-Wax.jpg" class="gall_pic" /> </a> <div id="gall_pageof">3 of 10</div> <div id="gall_detail">Johnny Cash at Madame Tussauds in New York. The likeness, is, erm, uncanny<br /><br /><br /><br /><a href="http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=5#gallery"> <img src="http://static.gigwise.com/gallery/4729555_Tupac-Waxwork.jpg" class="gall_pic" /> </a> <div id="gall_pageof">4 of 10</div> <div id="gall_detail">Tupac Shakur's impressive waxwork which went on display in September 2006 at Madame Tussauds, London.<br /><br /><br /><br /><a href="http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=6#gallery"> <img src="http://static.gigwise.com/gallery/4781967_Tupac-mould.jpg" class="gall_pic" /> </a> <div id="gall_pageof">5 of 10</div> <div id="gall_detail">The early sculpting stages of the Tupac Shakur waxwork which eventually went on display in Los Angeles.<br /><br /><br /><br /><a href="http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=7#gallery"> <img src="http://static.gigwise.com/gallery/8102952_JanisJoplin-Wax.jpg" class="gall_pic" /> </a> <div id="gall_pageof">6 of 10</div> <div id="gall_detail">The late-great Janis Joplin at Madame Tussauds in NYC<br /><br /><br /><br /><a href="http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=8#gallery"> <img src="http://static.gigwise.com/gallery/1355802_JohnLennon-Wax.jpg" class="gall_pic" /> </a> <div id="gall_pageof">7 of 10</div> <div id="gall_detail">The Sgt. Pepper era John Lennon from the Hollywood Wax Museum<br /><br /><br /><br /><a href="http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=9#gallery"> <img src="http://static.gigwise.com/gallery/1700025_BiggieSmalls1.jpg" class="gall_pic" /> </a> <div id="gall_pageof">8 of 10</div> <div id="gall_detail">Voletta Wallace unveiling a waxwork of her son Biggie Smalls (Notorious BIG) in New York.<br /><br /><br /><br /><a href="http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=10#gallery"> <img src="http://static.gigwise.com/gallery/9745374_JimiHendrix-Wax.jpg" class="gall_pic" /> </a> <div id="gall_pageof">9 of 10</div> <div id="gall_detail">Jimi Hendrix immortalised at Madame Tussauds, New York<br /><br /><br /><br /><img src="http://static.gigwise.com/gallery/7261532_michael_wax2.jpg" class="gall_pic" /> <div id="gall_pageof">10 of 10</div> <div id="gall_detail">This Michael Jackson waxwork was commissioned to coincide with the start of his 'This Is It' 50 date residency at the O2 Arena, London. Sadly it proved to be posthumous. </div><br /></div><br /></div><br /></div><br /></div><a style="font-style: italic;" href="http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=10#gallery">http://www.gigwise.com/article.php?id=51632&image=10#gallery</a><br /></div><br /></div><br /></div><br /></div><br /></div> </div>JTSMhttp://www.blogger.com/profile/11157704198937802601noreply@blogger.com1